Oublie-le
DOI:
https://doi.org/10.14393/AM-v18n2-2021-61358Palabras clave:
Budismo, Mar, Amar, Cão, SonoridadeResumen
O presente soneto apresenta uma relação enigmática entre o mar e o cão. Conseguintemente, ele brinca com a sonoridade: "Há mar" é escutado como "Amar", e, em francês " la mer " é escutado como " la mére ". Nesta brincadeira há amargura para ser esquecida (assim o motivo do título: Oublie-le/Esqueça-o), e uma amargura mãe de todos, já que pessoas com sensibilidade desejam uma amizade plena. Em paralelo, o texto interpela tanto o ditado budista chinês "O mar de amarguras não tem limites: vire a cabeça para ver a costa" quanto o verso 922 de Nissen Shounin: "O canto de travessia/ no mar de sofrimentos/ é tão somente a voz/ do Myouhourenguekyou." Portanto, é trabalhado aqui a construção do mar em um aspecto simbólico (mar de benquerer, mar-animal, mar-criatura, mar de angústia); tendo o cão que olhava para fora da costa, o mar que olhava para a costa, entretanto, não chegando a tocar o cão, apenas a vibração do latido toca sua ressaca, e, latido que poderia também estar pedindo por um amigo? No fim, o cão é apenas amigo e leal ao homem, de ninguém mais; ficando o mar a fazer seu som de lamento sem parar: "uá uá"; junto com um afecto de desamparo (angústia) da parte do narrador, que vê e não entende o motivo da vida ser assim.
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