Aspectos relacionados ao erotismo, à histeria e à animalização na obra “A carne”, de Júlio Ribeiro

Autores/as

  • Tâmara Ramalho da Silva Universidade Federal do Piauí/ graduação
  • Tristan Nathanael Veras Pedrosa Universidade Federal do Piauí/ graduação

DOI:

https://doi.org/10.14393/AM-v17n2-2020-56626

Palabras clave:

Sexualidade; Naturalismo; Mulher; Tabu.

Resumen

A estética literária do Naturalismo esteve presente no século XIX e teve suas obras marcadas pelo cientificismo. Tal característica foi influenciada pelas descobertas científicas da época, sobretudo, pela obra A origem das espécies de Charles Darwin. No Brasil, houve também manifestações da estética literária do Naturalismo. Dentre os autores enquadrados nesse movimento, cabe citar Júlio Ribeiro. Nesse sentido, o presente trabalho tem como finalidade analisar aspectos relacionados ao erotismo, à histeria e à animalização na obra A carne de Júlio Ribeiro. Esse estudo foi realizado por meio de pesquisas bibliográficas relacionadas aos temas a serem analisados, dentre as quais cabe citar os seguintes autores: Freud [1996 (1888)], Bulhões (2005), Silva (2012) e Soihet (1997). Evidenciamos através da análise que a personagem Lenita possui um olhar racional no que diz respeito à consumação do ato sexual. Contudo, na obra, ela, como qualquer outro animal, é acometida pelo desejo da carne, tornando-se vítima dele e de uma manifestação incompleta da relação sexual. Esses desejos reprimidos imprimem nesta personagem a histeria, tida pelos especialistas da época como uma patologia restrita às mulheres. Dessa forma, o estudo da obra propõe um debate a respeito da sexualidade feminina no contexto do naturalismo, século XIX e, consequentemente, do juízo que se faz hoje deste tema, tendo em vista, que numa sociedade marcadamente conservadora, esse assunto ainda é considerado um tabu.

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Publicado

2020-10-23