Educação e(m) Unidades de Conservação
luta por direitos e direito à luta
DOI:
https://doi.org/10.14393/rep-v17n22018-art04Palavras-chave:
Reservas Extrativistas, Amazônia, Ideologia, Educação Popular, EscolaResumo
A complexidade do bioma amazônico combinada com alguns dilemas da educação escolar e desafios à gestão territorial participativa são temas entrelaçados neste estudo. O objetivo central foi o de compreender o que dizem moradores da Reserva Extrativista do Lago do Cuniã, Rondônia sobre sua educação. A pesquisa apoiou-se no método etnográfico e foi desenvolvida com moradores locais. Os dados revelam que as práticas educativas são pautadas no trabalho cotidiano em íntima ligação com a natureza. A escola é vista como fonte do conhecimento legitimado socialmente, e apartada dos modos de vida tradicionais. É concebida como caminho para a sobrevivência em meio à coerção urbanocêntrica do sistema econômico. Discutem-se os dados em relação à necessidade de ação conjunta entre a gestão ambiental e educacional para que a conservação ecológica possa ser harmonizada à valorização cultural.
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