Classification of precipitation anomalies in the Rio Grande do Sul in ENSO events in the 20th century
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Palavras-chave

Anomalias de precipitação
ENOS
Modos de variabilidade climática
Padrões de precipitação

Como Citar

VALENTE, P. T.; VIANA, D. R.; AQUINO, F. E.; SIMÕES, J. C. Classification of precipitation anomalies in the Rio Grande do Sul in ENSO events in the 20th century. Sociedade & Natureza, [S. l.], v. 35, n. 1, 2023. DOI: 10.14393/SN-v35-2023-66073. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/sociedadenatureza/article/view/66073. Acesso em: 21 nov. 2024.

Resumo

Este estudo investigou a intensidade e distribuição espacial das anomalias de precipitação no Rio Grande do Sul (RS) durante o século XX analisando a influência do El Niño – Oscilação Sul (ENOS) nas suas três fases. Reanálises da Universidade de Delaware (V5) foram utilizadas. As anomalias de precipitação foram divididas em três zonas (Campanha, Planalto e Litoral) para investigar possíveis diferenças da influência do ENOS na precipitação anômala. O teste de homogeneidade normal padrão de Alexandersson foi aplicado para verificar possíveis quebras estruturais. Ondaletas foram utilizadas para avaliar a periodicidade das anomalias de precipitação nas três fases. Anomalias ocorridas em El Niño e La Niña foram classificadas em tabelas de contingência como fracas, moderadas e fortes para avaliar o comportamento qualitativo destes extremos. Foi encontrada uma quebra estrutural no padrão de precipitação em 1955, quando a tendência para anomalias positivas aumentou. A partir de 1955, as anomalias de precipitação cresceram pelo menos 0,5 desvios padrões enquanto a frequência destas anomalias diminuiu seu intervalo de 85 para 60 meses. Picos de anomalias positivas em El niño foram superiores a 200 mm. Episódios na fase neutra intensificaram suas anomalias em 0,5 desvios padrões desde 1970. Anomalias negativas não apresentaram um padrão específico em nenhuma fase do ENOS. Tabelas de contingência indicaram que eventos na fase La Niña não apresentaram nenhum padrão de influência visível. Ela pode intensificar episódios anômalos tanto positivos quanto negativos em pelo menos 0.5 (-0,5) desvios padrões. Portanto, eventos de La Niña podem intensificar ou enfraquecer anomalias mensais mas não apresentam nenhuma tendência à anomalias negativas. El Niños fracos tendem a contribuir para anomalias negativas de precipitação enquanto que El Niños fortes estão associados a um crescimento médio de 2 desvios padrões positivos. Concluiu-se que a influência do ENOS no RS foi mais forte em El Niño do que em La Niña. Contudo, ambas podem induzir anomalias positivas e negativas, dependendo da intensidade de cada caso. A análise de ondaletas revelou que ciclos que não coincidem com episódios de El Niño/La Niña apresentaram um aumento (diminuição) de 0,5 (-0,5) desvios padrões em anomalias positivas (negativas). O aumento das anomalias na fase neutra aponta que outros modos de variabilidade climática e a intensidade de eventos meteorológicos diminuíram a periodicidade dos ciclos de 25 e 43 meses, aumentando a precipitação no RS.

https://doi.org/10.14393/SN-v35-2023-66073
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