Uso de Técnicas Geomorfométricas para Identificação dos Padrões de Relevo na Bacia do Rio Preto, no Planalto Ocidental Paulista
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Palavras-chave

Mapeamento Geomorfológico
Geomorfometria
Densidade de Drenagem
Índice de Concentração de Rugosidade
Amplitude Altimétrica

Como Citar

ARAÚJO, J. P. C.; SILVA, F. A. D.; NAZAR, T. I. S. M. Uso de Técnicas Geomorfométricas para Identificação dos Padrões de Relevo na Bacia do Rio Preto, no Planalto Ocidental Paulista. Sociedade & Natureza, [S. l.], v. 34, n. 1, 2022. DOI: 10.14393/SN-v34-2022-64869. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/sociedadenatureza/article/view/64869. Acesso em: 3 jan. 2025.

Resumo

A ciência geomorfológica muito se beneficia dos avanços tecnológicos, das ferramentas SIG disponibilizadas por meio de softwares livres e de uma maior acessibilidade às bases de dados planialtimétricas globais ou quase-globais em escala de semidetalhe. Consequentemente, é crescente o uso da geomorfometria aplicada à cartografia geomorfológica e otimização das rotinas de mapeamento utilizando métodos digitais semi-automatizados. O presente trabalho aplica uma classificação geomorfométrica parametrizada a partir de um Modelo Digital de Elevação para compartimentar os padrões de relevo da bacia do Rio Preto (BRP). São três os principais parâmetros morfométricos utilizados na definição dos padrões de formas de relevo, a saber, a densidade de drenagem (DD), o índice de concentração de rugosidade (ICR) e a elevação relativa (ER) - uma aproximação da amplitude altimétrica. As classes do mapa de dissecação global (DDxICR) e a ER foram usadas para criar uma chave de classificação dos modelados e tipos de relevo com base nos conhecimentos teórico e de campo. Apesar da aparente simplicidade e monotonia de um relevo predominantemente colinoso, característico do planalto ocidental paulista, os resultados demonstram riqueza nos padrões de formas, com topos aplainados e colinas suaves (65% da área de estudo), topograficamente favoráveis à expansão agrícola regional; colinas onduladas (9% da área de estudo), associadas a um maior grau de dissecação, onde predominam os processos morfodinâmicos em detrimentos dos processos pedogenéticos; relevos dissecados associados aos fundos de vale (18% da área de estudo), onde predominam processos de dissecação de natureza fluvial; e planícies fluviais (8% da área de estudo), que são feições deposicionais quaternárias localizadas nos fundos dos vales. Para além de uma caracterização morfográfica da área de estudo, este trabalho lança luz sobre alguns aspectos metodológicos do mapeamento e se pretende aplicado à avaliação da vulnerabilidade ambiental em atividades futuras.

https://doi.org/10.14393/SN-v34-2022-64869
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