Resumo
O turismo se consolidou no mundo como uma atividade de grande relevância, sobretudo no aspecto econômico. Pela sua característica multifacetada, incluída a sua vertente espacial, pode ser estudado de forma compartimentada ou integrando seus diversos componentes. No espaço geográfico se localizam os elementos fixos e os fluxos turísticos, que se dinamizam conforme a constituição desse espaço. Na região Nordeste do Brasil o turismo é uma das atividades que movimenta consideravelmente a economia e promove o consumo dos lugares, com apoio de infraestrutura e serviços. Entretanto, ainda é um setor concentrado nas maiores cidades da região, o que contribui para reforçar as desigualdades intrarregionais. Sendo assim, se coloca oportuna a utilização de técnicas de análise geoespacial para o estudo do turismo, objetivando identificar e discutir a distribuição espacial da oferta e dos fluxos turísticos possíveis em dois recortes geográficos: no Nordeste Brasileiro (NEB) e na Região Geográfica Imediata de Princesa Isabel (RGIPI). Para tanto, foram utilizados o sistema de informação geográfica QGIS em conjunto com a linguagem R para tratar os dados geográficos de população, renda per capita e empreendimentos turísticos e computar os índices espaciais de autocorrelação e contiguidade I de Moran, global e local, respectivamente. Os resultados mostraram que há independência espacial na oferta turística no NEB, que se reflete também na escala local, porém sendo possível identificar zonas turísticas. Além disso, foi identificado que as maiores probabilidades de fluxos turísticos estão entre as capitais mais populosas, de maior renda e mais desenvolvidas. Considerando os dados utilizados e os resultados obtidos, verificou-se que o geoprocessamento cumpre um papel importante no estudo do turismo, uma vez que o mesmo permitiu identificar áreas para expansão dessa atividade no interior do NEB.
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