Vulnerabilidade e riscos Socioecológicos: uma perspectiva integrada dos riscos na Região de Guaratiba (Rio de Janeiro - Brasil)
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Palavras-chave

Gestão da Paisagem
Geoprocessamento
Lógica Fuzzy

Como Citar

LIMA, M. L. da S. .; SOLÓRZANO, A. .; REGO, L. F. G.; FREITAS, M. M. de .; PORTO, B. P. A. Vulnerabilidade e riscos Socioecológicos: uma perspectiva integrada dos riscos na Região de Guaratiba (Rio de Janeiro - Brasil). Sociedade & Natureza, [S. l.], v. 33, 2021. DOI: 10.14393/SN-v33-2021-58841. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/sociedadenatureza/article/view/58841. Acesso em: 27 jul. 2024.

Resumo

Na região de Guaratiba, ao longo de quase cinco séculos de ocupação e consequentes processos de transformação da paisagem, cenários ecológicos tornaram-se áreas produtivas, residenciais e de transição urbana. Essa historicidade constitui elemento-chave para a compreensão das vulnerabilidades locais e riscos associados. Nesse sentido, no âmbito da gestão da paisagem, sob uma abordagem integradora de vulnerabilidade e riscos, temos como objetivo mapear e analisar as vulnerabilidades e riscos socioecológicos na área de estudo. O trabalho se estruturou na investigação da história de uso, ocupação e transformação da paisagem, na identificação de áreas vulneráveis, bem como na classificação dos riscos socioecológicos. Assim, estabeleceram-se três etapas metodológicas para tal compreensão: (1) análise dos processos históricos de uso e ocupação das terras em Guaratiba; (2) delimitação das Unidades Socioecológicas da Paisagem (USEP), com o intuito de compreender os níveis atuais de heterogeneidade da área estudada; e por fim, (3) a modelagem e categorização dos riscos socioecológicos identificados. Essa análise, baseada na técnica de geoprocessamento conhecida como lógica fuzzy, levou ao entendimento de uma classificação socioecológica dos riscos, reconhecendo que tais fenômenos só podem ser compreendidos a partir da presença humana perante a pertinência de eventos que possam ferir os grupos expostos. Como resultado desta investigação, quatro das seis unidades de paisagem delimitadas apresentaram locais com tendência a riscos: USEP 2, USEP 4, USEP 5 e USEP 6. Tais áreas sugerem riscos socioecológicos do tipo físico relacionados a dinâmicas geomorfológicas (deslizamentos e de enchentes) e de saúde ambiental.

https://doi.org/10.14393/SN-v33-2021-58841
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