Resumo
As capitais brasileiras têm apresentado problemas ambientais atmosféricos de diversas ordens, repercutindo negativamente na qualidade de vida de seus habitantes. São Luís, capital do estado do Maranhão, com uma população de mais de 1 milhão de habitantes constitui um bom exemplo de capital brasileira que também convive com problemas ambientais atmosféricos. A pesquisa ao analisar a poluição atmosférica da cidade de São Luís procurou também correlacionar com seus aspectos geográficos (físicos e humanos) por entender que somente é possível compreender a complexidade do problema não se limitando apenas às suas fontes poluidoras e volumes emitidos. Os dados coletados foram obtidos de sete estações automáticas de monitoramento de qualidade do ar pertencentes à Companhia Vale S/A dentro do município de São Luís e orientados para uma análise evolutiva e integrada. Os resultados alcançados pela pesquisa indicaram que a estação EMAP, localizada na zona portuária do município, foi a única que apresentou valores que ultrapassaram os limites estabelecidos pela Lei com os seguintes valores de porcentagens para Particulados Inaláveis nos seguintes anos: em 2013 (68%); 2014 (87%); 2015 (110%) e 2016 (2%). Também foi possível identificar que entre os meses de julho a dezembro, na estação seca, foram identificados aumentos significativos dos índices de poluição atmosférica na ordem de 25,6% para Particulados Inaláveis e 35% para Particulados Totais em Suspensão. Concluímos que além das fontes poluidoras, no caso de São Luís, a pluviosidade e o vento são fatores geográficos preponderantes na determinação dos níveis de poluição na cidade.
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