Análise morfométrica e morfológica da Ilha da Trindade, Atlântico Sul, Brasil
PDF-pt
PDF-en (English)

Palavras-chave

Ilhas Oceânicas
Hidrologia
Índice Topográfico de Umidade
Geomorphons

Como Citar

NOGUEIRA, G. .; FREDERICA EFFGEN, J. .; MARCHIORO, E. Análise morfométrica e morfológica da Ilha da Trindade, Atlântico Sul, Brasil. Sociedade & Natureza, [S. l.], v. 32, p. 236–261, 2020. DOI: 10.14393/SN-v32-2020-49647. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/sociedadenatureza/article/view/49647. Acesso em: 27 set. 2024.

Resumo

Apesar de bem estabelecida em bacias hidrográficas continentais, a análise morfométrica ainda é pouco desenvolvida em ilhas oceânicas. Este trabalho tem como objetivo analisar a morfometria e classificar morfologicamente a ilha da Trindade, localizada no Atlântico Sul e, verificar sua relação com o ITU. Foram utilizados os parâmetros de altimetria, declividade, fator LS, Índice Topográfico de Umidade (ITU) e a classificação Geomorphons. A ilha da Trindade tem amplitude altimétrica de 600m, sendo que 34% da área da ilha tem cota entre 0-100m e, 21,2% tem entre 100-200m. As áreas mais baixas da ilha são praias de cascalho, areia e leques aluviais. Divisores de água como os picos do Desejado e Verde correspondem às porções acima de 500m e ocupam cerca de 2% da área da ilha. A declividade varia de fortemente ondulada (20-45%) a montanhosa (45-75%), com ambas as classes ocupando mais de metade da ilha. As porções mais aplainadas (declividade entre 0-3% e 3-8%) ocupam menos de 4% da área. Verifica-se que as faces das vertentes mais expostas da ilha às intempéries climáticas (vento e chuva) são as orientadas a leste e sudeste e, portanto, são as mais trabalhadas por processos escultores do relevo. As faces oeste e noroeste são as mais escarpadas e protegidas das ações de intempéries climáticas. A classificação por Geomorphons mostrou que 57% da área da ilha é composta por encostas retilíneas, 19% são cristas secundárias (encostas levemente convexas em plano e perfil) e 18,6% são concavidades. O ITU aponta para setores com tendência a saturação em concavidades do relevo e terços médios e inferiores das encostas, com predominância na porção leste.

https://doi.org/10.14393/SN-v32-2020-49647
PDF-pt
PDF-en (English)

Referências

ALMEIDA, F. F. M. Monografia XVII Geologia e Petrologia da Ilha da Trindade. Rio de Janeiro - RJ: Serviço Gráfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, 1962.

ALVES, R. J. V.; SILVA, N. G. Três Séculos de História Natural na Ilha da Trindade com Comentários Sobre Sua Conservação. [S.l.]: Smashwords, 2016. Ebook. ISBN 9781370853601. Available in: < https://bit.ly/2PN6Tp3 >. Acessed: March 04, 2020.

ALVES, R. J. V. Ilha da Trindade & Arquipélago Martin Vaz: Um Ensaio Geobotânico. Rio de Janeiro - RJ: Serviço de Documentação da Marinha. 24 v. 1998.

ANGULO, R. J. et al. Quaternary sealevel changes and coastal evolution of the Island of Trindade, Brazil. Journal of South American Earth Sciences, v. 84, n. April, p. 208–222, 2018. https://doi.org/10.1016/j.jsames.2018.04.003

BARROS, L. L.; STEINKE, V. A. Análise morfométrica automatizada para bacia do rio Maranhão. In Simposio Brasileiro de Sensoriamento Remoto (SBSR), Anais. Natal, RN: INPE, 2009. v. XIV, p. 4655–4661, 2009.

BESKOW, S et al. Estimativa do escoamento superficial em uma bacia hidrográfica com base em modelagem dinâmica e distribuída. Revista Brasileira de Ciencia do Solo, v. 33, n. 1, p. 169–178, 2009. https://doi.org/10.1590/S0100-06832009000100018

BEVEN, K. J.; KIRKBY, M. J. A physically based, variable contributing area model of basin hydrology. Hydrological Sciences Bulletin, v. 24, n. 1, p. 43 – 69, 1979. https://doi.org/10.1080/02626667909491834

BRASIL. Decreto-Presidencial n° 9.312, de 19 de Março de 2018. Cria a Área de Proteção Ambiental do Arquipélago de Trindade e Martim Vaz e o Monumento Natural das Ilhas de Trindade e Martim Vaz e do Monte Columbia. Diário Oficial da União. Ed. 54. Seção 1. Página 1. Available: < http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/7180753/do1-2018-03-20-decreto-no-9-312-de-19-de-marco-de-2018-7180749 > Acessed: March 4, 2020.

CALLIARI, L. J. et al. Sandy Beaches of Brazilian Oceanic Islands. In: Short A., Klein A. (eds) Brazilian Beach Systems. Coastal Research Library, vol 17. Springer, Cham. p. 543 - 571. 2016. https://doi.org/10.1007/978-3-319-30394-9_19

CARVALHO, A. H. O.; CASTRO, F. S.; PENA, F. E. R. Caracterização Morfométrica da Bacia Hidrográfica do Córrego Santa Maria, Ibatiba - ES. Nucleus, v. 11, n. 2, p. 317–324, 2014. https://doi.org/10.3738/1982.2278.1161

CASTRO, J. W. A. Ilhas oceânicas da Trindade e Fernando de Noronha, Brasil: Uma visão da Geologia Ambiental. Revista da Gestão Costeira Integrada, v. 10, n. 3, p. 303–319, 2010. https://doi.org/10.5894/rgci170

CLEMENTE, E.P.; SCHAEFER, C.E.R.G.; OLIVEIRA, F.S. Proposta de Zoneamento Ambiental para a Ilha da Trindade (ES). Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento / Embrapa Solos, Ebook. ISSN 1678-0892. 2011. Available: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/58010/1/bpd171-2011-ilha-trindade.pdf >. Acessed: March 4, 2020.

CLEMENTE, E. P. et al. Fracionamento da Matéria Orgânica dos Solos da Ilha da Trindade. Revista do Departamento de Geografia, v. 36, p. 48–62, 2018. https://doi.org/10.11606/rdg.v36i0.147796

CHRISTOFOLETTI. A. Análise morfométrica de bacias hidrográficas. Notícias Geomorfológicas, v. 18, n. 9, p. 35-64, 1969.

CORDANI, U.G. Idade do vulcanismo no Oceano Atlântico Sul. Boletim IGA, v. 1, p. 09–75, 1970. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9001.v1i0p09-75

DESMET, P. J. J.; GOVERS, G. A GIS procedure for automatically calculating the USLE LS factor on. Journal of Soil and Water Conservation, v. 51, n. 5, p. 427–433, 1996.

EMBRAPA - Empresa Brasileira De Pesquisa Agropecuária. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 5 ed. Brasília, DF, 2018. Available: < https://www.embrapa.br/en/solos/sibcs >. Acessed: March 4, 2020.

FERNANDEZ, O. V. Q. Caracterização Morfométrica das Bacias Urbanas e Periurbanas de Marechal Cândido Rondon, Paraná. Geografia em Questão, v. 09, n. 2, p. 88–106, 2016.

JASIEWICZ, J.; STEPINSKI, T. F. Geomorphons-a pattern recognition approach to classification and mapping of landforms. Geomorphology, v. 182, n. November, p. 147–156, 2013. http://dx.doi.org/10.1016/j.geomorph.2012.11.005

HORTON, R. E. Erosional development of streams and their drainage basin: hydrophysical approach to quantitative morphology. Bulletin of the Geological Society of America, v.56. p. 273 - 370. 1945. https://doi.org/10.1130/0016-7606(1945)56[275:EDOSAT]2.0.CO;2

MACHADO, M. R. et al. Endemismo Pedológico e os Solos da Ilha da Trindade – Atlântico Sul, Brasil. Revista do Departamento de Geografia, v. 11, n. spe, p. 238 - 248, 2017. https://doi.org/10.11606/rdg.v0ispe.132762

MARQUES, C. P. M.; JUNIOR, A. P. M.; OLIVEIRA, F. S. Hidrogeomorfologia da Ilha da Trindade - Caracterização da Única Rede Hidrográfica Permanete nas Ilhas Oceânicas Brasileiras. In: PEREZ FILHO, A.; AMORIM R.R. (org). Os desafios da Geografia Física na Fronteira do Conhecimento. Ebook. ISBN 978-85-85369-16-3. Campinas - SP, Instituto de Geociências - UNICAMP, 2017. p. 6099–6111. https://doi.org/10.20396/sbgfa.v1i2017.2500

MOHR, L. V. et al. ILHAS OCEÂNICAS BRASILEIRAS: DA PESQUISA AO MANEJO – volume II. v. 2. Brasília: MMA/Secretaria de Biodiversidade e Florestas, 2009.

MOURA, C. A. Avaliação de tendência a enchentes das bacias hidrográficas do município de caraguatatuba (SP). Revista de Geografia (UFPE), v. 30, n. 2, p. 6–17, 2013.

MURPHY, R. C. The Bird life of Trinidad Islet. Auk, v. XXXII, p. 332–348, 1915. https://doi.org/10.2307/4072683

PEDROSO, D.; PANISSET, J. S.; ABDO, L. B. B. Climatologia Da Ilha Da Trindade. In: Protrindade: Programa Pesquisa Científica na Ilha da Trindade 10 anos Pesquisas. 1ª Ed. Brasília - DF: Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, 2018.

PIRES, G. L.C. et al. New40Ar/39Ar ages and revised 40K/40Ar* data from nephelinitic–phonolitic volcanic successions of the Trindade Island (South Atlantic Ocean). Journal of Volcanology and Geothermal Research, v. 327, p. 531–538, 2016. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvolgeores.2016.09.020

SÁ, M. M. F. Caracterização Ambiental, Classificação e Mapeamento dos Solos da Ilha Da Trindade, Atlântico Sul. Viçosa, MG - Brasil. 2010. 65 f. Thesis (Master Degree in Magister Scientiae) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2010.

SANTOS, C. A.; SOBREIRA, F. G. Análise morfométrica como subsídio ao zoneamento territorial: o caso das bacias do Córrego Carioca, Córrego do Bação e Ribeirão Carioca na região do Alto Rio das Velhas-MG. Rem: Revista Escola de Minas, v. 61, n. 1, p. 77–85, 2008. https://doi.org/10.1590/S0370-44672008000100013

SPANGHERO, P. E. S. F.; MELIANI, P. F.; MENDES, J. S. Mapeamento Hidrográfico de Detalhe e Análise Morfométrica Comparativa das Bacias dos Rios Tijuípe e Tijuipinho, Litoral Sul da Bahia. Caminhos de Geografia, v. 16, n. 53, p. 101–117, 2015.

STIPP, N. A. F.; CAMPOS, R. A.; CAVIGLIONE, J. H. Análise Morfométrica da Bacia Hidrográfica do Rio Taquara – Uma Contribuição para estudo das Ciências Ambientais. Portal da Cartografia, v. 3, n. 1, p. 105–124, 2010.

STRAHLER, A.N. Hypsometric (area-altitude) analysis of erosional topography. Geological Society America Bulletin, v.63. p.1117-1142, 1952. https://doi.org/10.1130/0016-7606(1952)63[1117:HAAOET]2.0.CO;2

______ . Quantitative analysis of watershed Geomorphology. Transaction of American Geophysics Union, v.38. p.913-920, 1957. https://doi.org/10.1029/TR038i006p00913

TORRES, J. L. R. et al. Análise das caracteristicas quantitativas e qualitativas da microbacia do córrego barreiro, afluente do Rio Uberaba. Revista Árvore, v. 35, n. 4, p. 931–939, 2011. https://doi.org/10.1590/S0100-67622011000500018

UMETSU, R K et al. Morphometric and socio-environmental analysis of an Amazonian watershed, Carlinda, MT, Brazil. Revista Arvore, v. 36, n. 1, p. 83–92, 2012. https://doi.org/10.1590/S0100-67622012000100010

Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem em revista de acesso público, os artigos são licenciados sob Creative Commons Attribution (BY), que permite o uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o trabalho original seja devidamente citado.

 
 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...