Uma análise empírica do modelo de gestão praticado em Unidade de Conservação de Uso Sustentável
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Palavras-chave

Gestão participativa
Unidade de conservação
Percepção Ambiental

Como Citar

SOARES, L. M. de O.; MIRANDA, G. E. C. de; MOURÃO, J. da S. Uma análise empírica do modelo de gestão praticado em Unidade de Conservação de Uso Sustentável. Sociedade & Natureza, [S. l.], v. 32, p. 472–483, 2020. DOI: 10.14393/SN-v32-2020-46299. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/sociedadenatureza/article/view/46299. Acesso em: 6 out. 2024.

Resumo

O sucesso das unidades de conservação (UC) depende do tipo de governança praticada e do estabelecimento dos instrumentos de gestão ambiental. A gestão das unidades de conservação no Brasil deve ser de cunho participativo e compartilhado, no entanto seu exercício vem se mostrando um desafio para os órgãos ambientais. Assim, este artigo teve por objetivo geral apresentar a percepção dos representantes do conselho gestor sobre o modelo de gestão praticado na Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Manguezais da Foz do Rio Mamanguape/PB e da Área de Proteção Ambiental (APA) da Barra do Rio Mamanguape/PB. Por ser uma pesquisa de natureza qualitativa, optou-se pela utilização de métodos de observação participante e entrevista semi-estruturada. Os sujeitos da pesquisa são os representantes do conselho consultivo da APA/ARIE Manguezais da Foz Mamanguape. Os resultados revelaram uma gestão participativa, embora o conselho seja caracterizado como imaturo, sem identidade, desorganizado e, por vezes, egocêntrico, resultado da baixa participação e coesão do grupo. Dentre outros fatores que impedem o exercício da gestão participativa e compartilhada nas UC, a análise demonstrou a baixa participação dos conselheiros nas reuniões e assembléias, o comportamento centralizador por parte dos representantes do ICMBIO, assim como múltiplos interesses e relações de poder existentes no grupo.

https://doi.org/10.14393/SN-v32-2020-46299
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