A dialética da natureza na produção do espaço na Praia do Saco, litoral sul de Alagoas/Brasil
PDF-pt
PDF-en (English)

Palavras-chave

Unidades de Conservação
Empreendimentos Imobiliários
Natureza
Capitalismo
Desterritorialização

Como Citar

CRUZ, R. R.; ALBUQUERQUE, M. Z. A.; GOMES, E. T. A. A dialética da natureza na produção do espaço na Praia do Saco, litoral sul de Alagoas/Brasil. Sociedade & Natureza, [S. l.], v. 32, p. 346–356, 2020. DOI: 10.14393/SN-v32-2020-44581. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/sociedadenatureza/article/view/44581. Acesso em: 24 nov. 2024.

Resumo

Este artigo tem por objetivo investigar os impactos socioambientais ocasionados com a expansão de empreendimentos imobiliários e analisar a relação sociedade e natureza no processo de produção do espaço da Praia do Saco no Município de Marechal Deodoro – AL. No processo de produção do espaço do litoral de Alagoas nota-se a expansão de empreendimentos imobiliários em áreas de conservação ambiental associados à privatização de acessos a praia, à desterritorialização de comunidades, e à destruição e apropriação da natureza por loteamentos e condomínios. Nesse sentido, fez-se necessário tecer uma discussão teórica sobre a produção do espaço e a dialética da natureza, como também a elaboração de uma análise específica da produção do espaço na Praia do Saco, identificando os vetores de transbordamento da capital Maceió para o Litoral Sul de Alagoas, as ações, os agentes e as transformações socioespaciais, além das irregularidades e os impactos socioambientais a fim de uma investigação crítica sobre a dinâmica contemporânea desse espaço. Como parte dos procedimentos metodológicos foram realizadas visitas a campo para observação, análise da área em questão, confecção de fotografias e realização de entrevistas. Deste modo, constatou-se que este processo de expansão imobiliária no litoral sul da Região Metropolitana de Maceió tem reproduzido o processo de acumulação por despossessão, pois, áreas são apropriadas pelos empreendedores imobiliários, o que gera a expulsão direta ou indireta das comunidades tradicionais, além de ocasionar um forte impacto socioambiental na área pela exploração irregular do solo.

https://doi.org/10.14393/SN-v32-2020-44581
PDF-pt
PDF-en (English)

Referências

ALAGOAS. Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental de Santa Rita. Disponível em: <http://ima.al.gov.br/wp-content/uploads/2015/03/Plano-de-Manejo-APA-Santa-Rita-IMA-Alagoas.pdf>. Acesso em 26 de março de 2020.

ALAGOAS. Processos de Autorização Ambiental de Loteamento Parque Brumas do Francês, nº 6847 e 6849 de 2017. Instituto do Meio Ambiente – IMA, 2017

BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Política Nacional de Resíduos Sólidos. Presidência da República, Departamento da Casa Civil. Brasília, 2010.

________. Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979. Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras providências. Brasília: Senado, 2001.

________. Lei nº 7.661, de 16 de maio de 1988. Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro. Presidência da República, Departamento da Casa Civil. Brasília, 1988.

CARLOS, Ana Fani Alessandri. A cidade. São Paulo: Contexto, 1999.

________ (org). A crise urbana. Ed.São Paulo: Contexto, 2015.

G1 AL. Restos de Construção são deixados na Praia do Saco, Marechal Deodoro. Disponível em: <http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2017/02/restos-de-construcao-sao-deixados-na-praia-do-saco-marechal-deodoro.html>. Acesso em 29 de agosto de 2018.

HAUG, F. W. Crítica da Estética da Mercadoria. Ed. São Paulo: Unesp, 1996.

HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2001.

HELENO, S. Ecos, Ecos, Ecos Deodorenses. Marechal Deodoro: [s.n], 2009.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama de Marechal Deodoro. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/al/marechal-deodoro/panorama>. Acesso em 10 de julho de 2018.

LEFEBVRE, H. A revolução Urbana. Tradução de Sérgio Martins. Ed. Belo Horizonte: UFMG, 2004.

LENCIONI, S. Metrópole e sua lógica capitalista atual face ao regime de acumulação patrimonial. In: LENCIONI, S.; BLANCO, J. (Orgs). Argentina e Brasil: Territórios em Definição. Rio de Janeiro: Consequência, 2016.

MACHADO, C. G. Vilegiatura marítima e urbanização litorânea: as transformações no litoral sul do município da Barra de São Miguel, AL. Dissertação (Mestrado em Dinâmicas do Espaço Habitado) – Maceió: UFAL, 2016.

OLIVEIRA, M.; MARTINS, L. Construtoras ignoram a lei e mudam a paisagem de Áreas de Preservação Permanente. Jornal Primeira Edição. Disponível em: <http://primeiraedicao.com.br/noticia/2012/04/27/construtoras-.ignoram-a-lei-e-mudam-a-paisagem-de-areas-de-preservacao-permanente.27/04/2012>. Acesso em 29 de agosto de 2018.

MARECHAL DEODORO, Prefeitura de. Lei 919 de 09 de novembro de 2006 que corresponde ao Plano Diretor Municipal de Marechal Deodoro. Marechal Deodoro: Câmara de Vereadores, 2006.

SCHIMDT, A. El concepto de Naturaleza em Marx. México: siglo XXI, 1977.

VIEIRA, M. do C. Daqui só saio o pó: conflitos urbanos e mobilização popular: a Salgema e o Pontal da Barra. Maceió: EDUFAL, 1997.

Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem em revista de acesso público, os artigos são licenciados sob Creative Commons Attribution (BY), que permite o uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o trabalho original seja devidamente citado.

 
 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...