Resumo
Este trabalho emprega a modelização coremática como procedimento metodológico passível de representar a dinâmica espaço-temporal da Serra do Gandarela e entorno. Tal modelização dialoga com conceitos geográficos que, uma vez mobilizados, possibilitam o uso de categorias analíticas necessárias para a compreensão da organização espacial por meio de imagens gráficas. Deste modo, os coremas apresentados objetivam transcender as informações comunicadas por meio de mapas convencionais. Contrapondo-se à atual realidade econômica, minerária e ambiental do Quadrilátero Ferrífero, a Serra do Gandarela constitui hoje um dos últimos remanescentes naturais em bom estado de conservação dessa região mineira. No entorno dessa serra estão presentes comunidades locais que fazem uso de territórios para produção de subsistência, coletas e extrativismo. Nesse cenário se formaram, nos últimos anos, campos de pressões polarizados: de um lado mineradoras e produtores de eucalipto reivindicam a legalização do uso do solo para suas atividades fins; do outro, ambientalistas, pesquisadores e moradores locais, com apoio do ICMBIO e ONGs, posicionam-se a favor da criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela e de uma reserva de desenvolvimento sustentável. Tais reinvindicações e posicionamentos instauraram pressões territoriais que configuram o atual e complexo quadro ambiental da área investigada, marcado por interesses divergentes de múltiplos atores e, consequentemente, por conflitos e mudanças espaciais, aqui registrados em modelos coremáticos.
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem em revista de acesso público, os artigos são licenciados sob Creative Commons Attribution (BY), que permite o uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o trabalho original seja devidamente citado.