Resumo
O artigo apresenta reflexões que subsidiam a compreensão da relação entre os saberes locais e o manejo e uso de recursos naturais na organização do espaço produtivo da comunidade quilombola Olho d'Ãgua dos Negros, situada no município de Esperantina, no Piauí. Buscou-se analisar a atual organização espacial, reunindo elementos socioeconômicos e simbólico-culturais, e a relação entre a sociobiodiversidade no extrativismo vegetal, com ênfase no buriti, na conservação ambiental e na valorização dos saberes locais. De caráter etnográfico e qualitativo, utilizou-se de mapeamento participativo para compreender os padrões de uso da terra. O processo de conquista da terra, aliado aos movimentos sociais, fortaleceu a identidade étnica e a mobilização política em busca de políticas públicas em prol de conquistas sociais na comunidade. Verificou-se que o espaço produtivo é limitado à produção de gêneros destinados ao autoconsumo, com reduzida atividade agrícola e subutilização de produtos oriundos do extrativismo de espécies vegetais. Os cercados, espaços de uso misto nos quintais das residências, é o tipo de uso que mais se expande na comunidade, na qual o buritizal cumpre a função ecológica de proteger o olho d'água e as veredas. Entretanto, no extrativismo, este fruto é subutilizado, sendo aproveitado apenas in natura.Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem em revista de acesso público, os artigos são licenciados sob Creative Commons Attribution (BY), que permite o uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o trabalho original seja devidamente citado.
Downloads
Não há dados estatísticos.
Métricas
Carregando Métricas ...