Resumo
O presente trabalho buscou identificar, resgatar e valorizar os saberes tradicionais sobre o solo e os agroambientes, estabelecendo uma articulação destes saberes com o conhecimento científico de cunho acadêmico. Para isso, realizou-se uma estratificação dos ambientes do território quilombola de Brejo dos Crioulos, com base em critérios locais e pelo método pedológico convencional, considerando o solo e sua interface com outros componentes ambientais. Associou-se a caracterização dos agroecossistemas, com a interpretação e reconhecimento da lógica dos sistemas e saberes tradicionais de uso e manejo dos recursos naturais, constatando-se que os quilombolas reconhecem o melhor momento (tempo), o ambiente (a terra, a umidade, o microclima), a espécie e variedade, combinando atividades e elencando o conjunto de práticas que permitem o sustento de suas famílias. A comunidade de Brejo dos Crioulos domina um sistema próprio de estratificação dos ambientes, cuja identidade possibilita ampla referência e articulação ao conhecimento científico acadêmico. A construção de chaves de identificação dos ambientes com base nos critérios dos quilombolas, associada às informações obtidas com base no saber local, ao aprofundamento da caracterização dos ambientes e ao mapeamento de solos contribuíram para a melhor compreensão das estratégias agroalimentares dos quilombolas, alcançando resultados que podem subsidiar processos de planejamento e definições de políticas públicas para o uso sustentável das terras do território quilombola.Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem em revista de acesso público, os artigos são licenciados sob Creative Commons Attribution (BY), que permite o uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o trabalho original seja devidamente citado.
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