Resumo
Longe de proporcionar um simples deleite aos sentidos, as produções tridimensionais de Camille Claudel despertam quem as olha. Lembram que além do visível corporal, vive e pulsa um intangível invisível que lhe promete um destino superior ao seu doloroso destino terreno. Elas o chamam para um nível mais elevado de consciência, para um renascimento, para uma vida superior. Para além dos padrões éticos que restringem o espaço em que a escultora tenta se mover, a expressão tridimensional da sua arte abre caminho para um espaço criativo que transpõe o seu questionamento moral de um plano puramente ético - isso é uma vida virtuosa? - num nível mais estritamente espiritual - qual é o sentido da vida? - e ao fazê-lo libertador, uma vez que está ligado a um questionamento libertado do quadro restritivo da moralidade burguesa. Ao buscar uma nova clareza interior para se comportar, aquela cuja mãe disse: “ela tem todos os vícios”, acabará por nos deixar um trabalho magistral, edificante, catártico, até psicagógico, e novos motivos para amar.
Referências
AYRAL-CLAUSE, Odile. Camille Claudel: sa vie. Paris : Editions Hazan, 2008.
UN FRERE CARME. Les sens spirituels. Toulouse : Editions du Carmel, 2014.
KELEN, Jacqueline. Une robe de la couleur du temps. Paris : Editions Albin Michel, 2014.
RODIN, Auguste. L’art. Entretiens réunis par Paul Gsell. Paris : Editions Bernard Grasset, 1911.
WEIL, Simone. La personne et le sacré. Paris : RN Editions, 2016.
