Resumo
A refinada arte cênica dos irmãos Quay, sendo ela em stop-motion ou ao vivo, é notoriamente misteriosa. Evitando os códigos do cinema narrativo, seu mundo imaginário, em grande parte feito à mão, resiste às tentativas de ser definido de maneira unívoca. Após um olhar mais atento, constata-se que o mundo dos irmãos Quay revela elementos formais presentes nas estratégias adotadas por Duchamp na realização do seu trabalho inacabado – O Grande Vidro. Em que medida é que estas obras de arte, cinéticas ou estáticas, têm uma história para contar? Esta questão, tendo como método a análise comparativa, pode ajudar a esclarecer o que é uma narrativa.