Resumo
Este artigo discute o elemento da espacialidade, próprio da arte contemporânea que, vinculado ao trabalho da curadoria em arte hoje, pode nos orientar sobre as atualizações conceituais e de nomenclatura presentes nas combinações e fricções estabelecidas entre os agentes do Sistema Artístico. Por este caminho propõe-se suscitar questões mais abrangentes sobre o campo da curadoria, entendido e problematizado como parte do projeto expositivo cujo endereçamento almeja vínculos com o sistema mais que propriamente com o circuito da arte. Autores de variadas filiações dentre arte, filosofia e outros campos são convocados para a discussão a fim de balizar este terreno fértil constituído por múltiplos agentes e de onde se constitui a perspectiva do artista-curador. A partir da discussão sobre conceitos como: apresentação e instauração; exposição e projeto expositivo, sistema e circuito, dois projetos expositivos curados para a Casa de Vidro de Campinas (SP), intitulados "Atravessamentos poéticos" (2017) e "Seriações na Obra de Marco do Valle" (2019) são apresentados e analisados por meio de sua complexidade projetual e expositiva.