Resumo
Este artigo procura estabelecer associações entre o campo da Geografia da arte e a história da arte brasileira, no intuito de apresentar uma nova perspectiva historiográfica, baseada no deslocamento e na circulação de indivíduos e de ideias entre territórios culturalmente distintos. Através de alguns conceitos elaborados pelos geógrafos da arte Boris Gresillon, Tomas da Costa Kaufmann e Piotr Piotrowiski e das reflexões feitas pela historiadora da arte Beatrice Joyeux-Prunel sobre as vanguardas artísticas no Brasil, torna-se possível pensar a construção de uma Historia da arte brasileira, estruturada essencialmente a partir do estudo de transferências culturais transatlânticas, baseadas entre a relação dos indivíduos com as dimensões geográfica, social, econômica e cultural do espaço. A partir da discussão sobre centros e periferias artísticas, o artigo revela a importância e a necessidade de estudar a produção cultural das periferias artísticas no Brasil, através da Geografia da Arte, no sentido de contribuir para a construçao de uma História da Arte brasileira inclusiva, global e transnacional, capaz de revisar narrativas hegemônicas e processos de exclusão.