Adorno, a educação contra a barbárie e o cenário brasileiro

a escola como lugar privilegiado do combate ao fascismo

Autores/as

  • Luciano Teixeira Dias Rede Municipal de Ensino de Alfenas
  • Marcos Roberto de Faria Universidade Federal de Alfenas

DOI:

https://doi.org/10.14393/REP-2024-71391

Palabras clave:

Adorno, Educação, Barbárie

Resumen

Este artigo tem a intenção de abordar um expressivo fenômeno político de extrema-direita que emerge na sociedade brasileira, em particular na esfera da Educação Básica, suscitando controvérsias em comunidades escolares e no campo das pesquisas em Educação. Notamos que o desfecho da elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), publicada em 2018, ocorreu ainda no alvorecer da experiência política e educacional que então colocamos em tela. Diante dessa conjuntura, realizamos uma análise do contexto em que o documento foi implementado. Averiguamos justamente se o documento da BNCC se fundamenta sob uma perspectiva considerada emancipatória, nos contornos do quadro conceitual oferecido pela teoria crítica de Theodor Adorno (1995), em razão da preocupação dele com o tema da emancipação no âmbito educacional. Em conclusão, destacamos que as emergentes forças sociais do neoliberalismo e do fascismo à brasileira balizaram a produção – e não uma determinação – das diretrizes pedagógicas que atualmente prescrevem o que deve ser ensinado no ofício da docência nas escolas públicas e privadas do país.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Luciano Teixeira Dias, Rede Municipal de Ensino de Alfenas

Mestre em Educação pela Universidade Federal de Alfenas, Minas Gerais, Brasil; supervisor pedagógico na rede municipal de ensino de Alfenas, Minas Gerais, Brasil.

Marcos Roberto de Faria, Universidade Federal de Alfenas

Doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, Brasil; com período sanduíche na Università Degli Studi Di Udine, Itália; professor associado da Universidade Federal de Alfenas, Minas Gerais, Brasil; membro da Associação Nacional de Pesquisa em Educação (Anped) e da Sociedade Brasileira de História da Educação; membro fundador da Associação Latinoamericana de Filosofia da Educação e da Sociedade Brasileira de Retórica.

Citas

ADORNO, T. L. W. Educação e emancipação. Tradução de Wolfgang Leo Maar. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1995.

BARROSO, R. R. J.; SILVA, L. C. M. Escola Sem Partido e a ameaça à educação crítica e libertadora. In: Congresso Nacional de Educação, 7., 2020, Maceió. Anais [...]. Maceió: Realize, 2020. p. 1-12. Disponível em: https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/68557. Acesso em: 18 jan. 2023.

BOITO JUNIOR, A. O caminho brasileiro para o facismo. Caderno CRH, Salvador, v. 34, p. 1-23, 2021. DOI 10.9771/ccrh.v34i0.35578. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ccrh/a/CSKYLS49WkF4Zr7fnFJTMmm/abstract/?lang=pt#. Acesso em: 10 dez. 2023.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 13 nov. de 2022.

BRASIL. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Fundo de Financiamento Estudantil. Disponível em: https://www.fnde.gov.br/index.php/financiamento/fies-graduacao/perguntas-frequentes-fies. Acesso em: 19 nov. 2022.

BRASIL. INEP. Exame Nacional do Ensino Médio. Disponível em https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/enem. Acesso em: 19 nov. 2022.

BRASIL. Ministério da Educação. Educação Conectada. Disponível em: https://educacaoconectada.mec.gov.br/index.php#ancora. Acesso em: 13 nov. 2022.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes para a Educação Básica. Brasília, 1999. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/expansao-da-rede-federal/323-secretarias-112877938/orgaos- vinculados-82187207/12992-diretrizes-para-a-educacao-basica. Acesso em: 2 maio 2022.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 3 dez. 2022.

BRASIL. Ministério da Educação Programa Universidade Para Todos. Disponível em: https://acessounico.mec.gov.br/prouni. Acesso em: 19 nov. 2022

BRASIL. Recurso extraordinário Supremo Tribunal Federal. Rio Grande do Sul, 2015. Disponível em: http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4774632. Acesso em: 20 jan. 2023.

BUENO, S. F. Educação, paranoia e semiformação. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 26, n. 2, p. 299-315, 2010. DOI 10.1590/S0102-46982010000200014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edur/a/pzcxkfFrhtTfGt46TCjCPpK/. Acesso em: 29 maio 2024.

CARA, D. T. O fenômeno de descumprimento do Plano Nacional de Educação. 2019. 181 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019. Disponível em: https://repositorio.usp.br/item/003129319. Acesso em: 12 out. 2023.

CARTA CAPITAL. Ataques à educação pública fazem parte de um projeto de privatização. São Paulo, 2020. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/educacao/ataques-a-educacao-publica-fazem-parte-de-um-projeto-de-privatizacao/. Acesso em: 9 nov. 2022.

CASSIO, F. Educação contra a barbárie: por escolas democráticas e pela liberdade de ensinar. São Paulo: Boitempo, 2019.

DUBET, F. O que é uma escola justa? Tradução de Édi Gonçalves de Oliveira e Sérgio Cataldi. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 34, n. 123, p. 539-555, 2004. DOI 10.1590/S0100-15742004000300002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cp/a/jLBWTVHsRGSNm78HxCWdHRQ/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 10 dez. 2023.

FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 22. ed. São Paulo: Paz & Terra, 1996.

MAAR, W. L. Adorno, semiformação e educação. Educação & Sociedade, Campinas, v. 24, n. 83, p. 459-476, 2003. DOI 10.1590/S0101-73302003000200008. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-73302003000200008. Acesso em: 12 dez. 2022.

MIGUEL, L. F. Da “doutrinação marxista” à “ideologia de gênero” - Escola Sem Partido e as leis da mordaça no parlamento brasileiro. Direito e Práxis, Rio de Janeiro, v. 7, n. 3, p. 590-621, 2016. DOI 10.12957/dep.2016.25163. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/revistaceaju/article/view/25163. Acesso em: 10 dez. 2023.

BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Seleção Unificada. Disponível em: https://acessounico.mec.gov.br/. Acesso em: 19 nov. 2022.

PENNA, F. A. A defesa da “educação domiciliar” através do ataque à educação democrática: a especificidade da escola como espaço de dissenso. Linguagens, Educação e Sociedade, Teresina, v. 24, n. 42, p. 8-28, 2019. DOI 10.26694/les.v0i42.9336. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/lingedusoc/article/view/1101. Acesso em: 20 jan. 2023.

RICHTER, A. C.; VAZ, A. F. Momentos do parque em uma rotina de educação infantil: corpo, consumo, barbárie. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n. 3, p. 673-684, 2010. DOI 10.1590/S1517-97022010000300002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/BSrH7t9zSVYygxT9376kD9q/abstract/?lang=pt. Acesso em: 10 dez. 2023.

TREVISAN, A. L.. Educação e violência: a educação contra o fascismo. Educação, Porto Alegre, v. 43, n. 2, p. 1-14, 2020. DOI 10.15448/1981-2582.2020.2.35788. Disponível em: https://www.redalyc.org/journal/848/84866249005/html/. Acesso em: 23 abr. 2022.

VASCONCELOS, M. C. C. Educação na casa: perspectivas de desescolarização ou liberdade de escolha? Pro-Posições, Campinas, v. 28, n. 2, p. 122-140, 2017. DOI 10.1590/1980-6248-2015-0172. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pp/a/f5JrWJZqS8jTT3YV5RSKLzL/abstract/?lang=pt. Acesso em: 10 dez. 2023.

ZUIN, A.; PUCCI, B.; OLIVEIRA, N. R. Adorno: o poder educativo do pensamento crítico. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.

Publicado

2024-08-14

Cómo citar

DIAS, L. T.; FARIA, M. R. de. Adorno, a educação contra a barbárie e o cenário brasileiro: a escola como lugar privilegiado do combate ao fascismo. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 23, n. 2, p. 183–202, 2024. DOI: 10.14393/REP-2024-71391. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/71391. Acesso em: 22 dic. 2024.