Culinária, histórias e educação popular
aprendendo das cozinheiras negras macaenses
DOI:
https://doi.org/10.14393/REP-2021-60445Palabras clave:
Mulher negra, Alimentação e Nutrição, Narrativas de vida, Educação PopularResumen
A comida guarda uma riqueza de símbolos e significados que não conseguem ser transcritos apenas em composição de nutrientes. Este artigo delineia a história da comida no município de Macaé-RJ a partir da narrativa de vida de mulheres negras, que aqui são referenciadas como tradicionalistas. A imersão junto a esse grupo de entrevistadas foi construída e viabilizada a partir dos referenciais teórico-metodológicos da educação popular. O prestígio à oralidade se dá em virtude da importância que a linguagem oral possui na África e na diáspora do povo africano. A valorização das vozes negras se deve por essa população não possuir prestígio na história, sendo sempre retratada de forma estigmatizada. Ao falar de comida e cozinha, a mulher é focalizada em decorrência de sempre estar reduzida ao local de produção e reprodução. Nas religiosidades africanas, essas mesmas mulheres possuem locais de privilégio e atribuições específicas. Valorizando a comida afro-brasileira e realçando sua importância para a cidade, essas narrativas são dispositivos que expressam a memória coletiva e podem funcionar como um inventário capaz de retroalimentar as ações de educação popular no campo do ensino, pesquisa e extensão universitários.
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