Menos profissionais, mais sujeitos formação para a educação popular no Sistema Único de Saúde (SUS)

Autores/as

  • Pedro Afonso Cortez Universidade São Francisco
  • Marcus Vinícius Rodrigues de Souza Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.14393/rep_v16n22017_art02

Palabras clave:

Educação Popular, Educação em Saúde, Educação Profissional em Saúde Pública, Profissional de Saúde, Trabalho

Resumen

As dinâmicas sociais atuais demandam pela emergência de um novo paradigma de atuação em saúde, o qual deve revisitar suas concepções fundamentais - as noções de ser humano, saúde e educação - a fim de superar dificuldades existentes no momento presente e traçar novos caminhos. Para isso, é necessário que os envolvidos nesse processo (docentes, discentes e profissionais) abandonem velhos hábitos, pautados na concepção de saúde como ato exclusivo e autoritário das categorias profissionais, com o intuito de recriar as práticas formativas e os modelos de atuação, tornando-se sujeitos implicados em uma postura dialógica, colaborativa, inclusiva e horizontal capaz de interessar-se pelas pessoas e por suas realidades e saberes. Afinal, somente a partir de uma mudança profunda nos aspectos basilares das práticas de formação e atuação em saúde será possível superar as lacunas presentes nos dispositivos de atenção do SUS (Sistema Único de Saúde) rumo à educação popular em saúde e ao exercício dialógico, o qual se apresenta como instrumento imprescindível para a transformação concreta desta realidade.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Pedro Afonso Cortez, Universidade São Francisco

Doutorando em Psicologia na Universidade São Francisco (CAPES 6). Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia (CAPES 4). Psicólogo com ênfase em Psicologia Social, Clínica e Processos de Gestão pela Universidade Federal de Uberlândia. Integrou o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Culturas Populares (GPECPOP) do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia.

Marcus Vinícius Rodrigues de Souza, Universidade Federal de Minas Gerais

Médico Residente em Endocrinologia e Metabologia na Universidade Federal de Minas Gerais. Residência Médica em Clínica Médica pela Universidade Federal de Uberlândia. Bacharel em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia. Colaborou em investigações do projeto de pesquisa Rede de Educação Popular do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia.

Citas

ALVES, J. M. A assistência estudantil no âmbito da política de educação superior pública. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 1-8, 2002.

ALVES, L. A. M. Ensino técnico: uma necessidade ou uma falácia? Notas para a compreensão da filosofia do ensino técnico em Portugal e no Brasil. História da Educação, Portugal, v. 17, n. 41, p. 103-122, 2013. doi: https://doi.org/10.1590/S2236-34592013000300007.

AMENDOLA, M. F. Formação em psicologia, demandas sociais contemporâneas e ética: uma perspectiva. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v. 34, n. 4, p. 971-983, 2014. doi: https://doi.org/10.1590/1982-370001762013.

ANJOS, R. M. P. et al. “Vivendo o SUS”: uma experiência prática no cenário da atenção básica. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 34, n. 1, p. 172-183, 2010.

BARBOSA, A. M. et al. Fórum Permanente de Educação Popular em Saúde: construindo estratégias de diálogos e participação popular. Revista de APS, Juiz de Fora, v. 18, n. 4, p. 554-559, 2015.

BORGES, J. L. G.; CARNIELLI, B. L. Educação e estratificação social no acesso à universidade pública. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 35, n. 124, p. 113-139, 2005. doi: https://doi.org/10.1590/S0100-15742005000100007.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O Brasil sem Miséria. Brasília: MDS, 2014. 725 p.

BRASIL, Ministério da Saúde. 8ª Conferência Nacional de Saúde: Relatório. Brasília: MS, 1986. 29 p.

CANGUILHEM, G. Lo normal y lo patológico. Argentina: Siglo XXI, 1986. 242 p.

CAPRARA, A.; RODRIGUES, J. A relação assimétrica médico-paciente: repensando o vínculo terapêutico. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p. 139-146, 2004.

CERQUEIRA-SANTOS, E.; KOLLER, S. H.; PEREIRA, M. T. L. N. Religião, saúde e cura: um estudo entre neopentecostais. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v. 24, n. 3, p. 82-91, 2004. doi: https://doi.org/10.1590/S1414-98932004000300011.

COELHO, I. B. Os impasses do SUS. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p. 309-311, 2007.

COTTA, M. S.; FERRARI, I. F. Interface entre um método de tratamento psíquico e a cultura. Cadernos CESPUC de Pesquisa, Belo Horizonte, n. 28, p. 168-175, 2016.

FALKENBERG, M. B. et al. Educação em saúde e educação na saúde: conceitos e implicações para a saúde coletiva. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 19, n. 3, p. 847-852, 2014.

FREIRE, P. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Cortez & Morales, 1979.

______. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014. 149 p.

______. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, v. 3, 1987. 253 p.

______. Professora, sim; tia, não: cartas a quem ousa ensinar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015. 192 p.

FURTADO, J. P.; CAMPOS, R. O. A transposição das políticas de saúde mental no Brasil para a prática nos novos serviços. Revista Latino-americana de Psicopatologia Fundamental, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 109-22, 2005. doi: https://doi.org/10.1590/1415-47142005001011.

KLUG, W. A. O que o paciente espera. In: ISMAEL, J. C. O médico e o paciente: breve história de uma relação delicada. São Paulo: MG Editores, 2002. p. 21-22.

KOMATSU, R. S. Educação médica: responsabilidade de quem? Em busca dos sujeitos da educação do novo século. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 26, n. 1, p. 55-61, 2002.

KRUSCHEWSKY, J. E; KRUSCHEWSKY, M. E.; CARDOSO, J. P. Experiências pedagógicas de educação popular em saúde: a pedagogia tradicional versus a problematizadora. Revista Saúde. Com., Itapetinga, v. 4, n. 2, p. 160-175, 2008.

LEÃO, I. B. Como os homens podem ser competentes, se educados para serem hábeis, quando as habilidades já não existem? Uma “nota” da psicologia sobre a educação profissional proposta pelo PLANFOR/BR. Intermeio, Campo Grande, v. 7, n. 14, p. 42-64, 2001.

LEITE, J. C.; LIMA, L. G. S. Cuidado em saúde: sujeito, saberes e a opção decolonial. Revista Internacional de Folkcomunicação, Ponta Grossa, v. 13, n. 29, p. 50-62, 2015. doi: https://doi.org/10.20423/1807-4960/rif.v13n29p50-62.

LÉVI-STRAUS, C. O feiticeiro e sua magia. In: Antropologia Estrutural I. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975, p. 193-213.

______. As estruturas elementares do parentesco. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2003. 540 p.

MELO, E. S.; NOGUEIRA, M. O. A humanização do ser humano em Paulo Freire: a busca do “ser mais”. Formação@ Docente, Belo Horizonte, v. 3, n. 1, p. 15-30, 2012.

MITRE, S. M. et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação profissional em saúde: debates atuais. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 2133-2144, 2008.

NASCIMENTO, P. G.; GUIMARÃES, T. M. M. A relação médico-paciente e seus aspectos psicodinâmicos. Revista Bioética, Brasília, v. 11, n. 1, p. 101-114, 2009.

NOGUEIRA, M. I. As mudanças na educação médica brasileira em perspectiva: reflexões sobre a emergência de um novo estilo de pensamento. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 33, n. 2, p. 262-270, 2009.

OLIVEIRA, D. L. L. C. A “ nova” saúde pública e a promoção da saúde via educação: entre a tradição e a inovação. Revista Latino-americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 13, n. 3, p. 423-431, 2005. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-11692005000300018.

PAIVA, C. H. A.; TEIXEIRA, L. A. Reforma sanitária e a criação do Sistema Único de Saúde: notas sobre contextos e autores. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 15-36,2014.

PEREIRA, O. P.; ALMEIDA, T. M. C. A formação médica segundo uma pedagogia de resistência. Interface: Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 9, n. 16, p. 69-79, 2005.

PEREIRA, W. R. Poder, violência e dominação simbólicas nos serviços públicos de saúde. Texto & Contexto: Enfermagem, Florianópolis, v. 13, p. 391-400, 2004.

PIOVESAN, F. Ações afirmativas da perspectiva dos direitos humanos. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 35, n. 124, p. 43-55, 2005. doi: https://doi.org/10.1590/S0100-15742005000100004.

ROCHA, B. V. et al. Relação médico-paciente. Revista do Médico Residente, Curitiba, v. 13, n. 2, p. 114-118, 2011.

SANTOS, B. S. A universidade no século XXI: para uma reforma democrática e emancipatória da universidade. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2010. 116 p.

SCHERER, M. D. A.; PIRES, D.; SCHWARTZ, Y. Trabalho coletivo: um desafio para a gestão em saúde. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 43, n.4, p. 721-725, 2009. doi: https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000400020.

SCHWARTZMAN, S. O que fazer com a Universidade? In: BORI, C. M. et al. (Orgs.). Universidade brasileira: organização e problemas. São Paulo: SBPC, 1985. p. 229-234. (Suplemento Especial de Ciência e Cultura).

SEGRE, M.; FERRAZ, F. C. O conceito de saúde. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 31, n. 5, p. 538-542, 1997. doi: https://doi.org/10.1590/S0034-89101997000600016.

SOUZA, L. M.; WEGNER, W.; GORINI, M. I. P. C. Educação em saúde: uma estratégia de cuidado ao cuidador leigo. Revista Latino-americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 15, n. 2, p. 337-343, 2007. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-11692007000200022.

VASCONCELOS, C. M. Uma análise entrelaçada sobre os paradoxos da mudança no SUS. 2005. 251 f. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005.

VASCONCELOS, N. B. Programa Nacional de Assistência Estudantil: uma análise da evolução da assistência estudantil ao longo da história da educação superior no Brasil. Ensino em Re-Vista, Uberlândia, v. 17, n. 2, p. 599-616, 2010.

VIGINHESKI, L. V. M. et al. Vestibular: o desafio da inclusão na exclusão. Ciência & Educação, Bauru, v. 5, n. 2, p. 38-42, 2004.

ZAMBENEDETTI, G. et al. Psicologia e análise institucional: contribuições para os processos formativos dos agentes comunitários de saúde. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v. 34, n. 3, p. 690-703, 2014. doi: https://doi.org/10.1590/1982-3703001302013.

Publicado

2017-11-21

Cómo citar

CORTEZ, P. A.; SOUZA, M. V. R. de. Menos profissionais, mais sujeitos formação para a educação popular no Sistema Único de Saúde (SUS). Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 16, n. 2, p. 27–37, 2017. DOI: 10.14393/rep_v16n22017_art02. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/37610. Acesso em: 13 nov. 2024.