Interdisciplinaridade na vigilância do crescimento e desenvolvimento de crianças com até vinte e quatro meses

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REP-2023-66361

Palavras-chave:

Cuidado da criança, Assistência integral à saúde, Práticas interdisciplinares, Atenção Primária à Saúde, Saúde da Família

Resumo

O objetivo deste texto é relatar a experiência da vigilância do crescimento e do desenvolvimento de crianças com até vinte e quatro meses de idade, em uma Estratégia de Saúde da Família. Trata-se de um relato de experiência sobre ações voltadas à saúde infantil, realizadas em um município no interior do Rio Grande do Sul. A iniciativa se deu a partir de inquietações quanto ao cuidado fragmentado, ao monitoramento insatisfatório de crianças e à necessidade de promover mudanças na comunidade. A interdisciplinaridade, pelo seu potencial em consolidar atenção integral e práticas mais resolutivas, foi o eixo norteador para desenvolver os cuidados às crianças. Essas ações abrangem consulta de puericultura compartilhada, visitas domiciliares e atividades educativas em grupo, com o intuito de, sobretudo, promover a saúde, prevenir doenças, assegurar um processo de crescimento e desenvolvimento exitoso e garantir a longitudinalidade do cuidado. A metodologia de atendimento desenvolvida permitiu realizar reflexões sobre o quão positivo é romper com o pensamento profissional fragmentado, integrando os saberes das diferentes áreas. A busca e a manutenção da atuação interdisciplinar foram desafiadoras e mobilizaram reflexões na equipe continuamente. Ademais, ampliaram, também, as possibilidades e a capacidade de transformar as práticas de atenção à saúde das crianças.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ernanda Mezaroba, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutoranda em Enfermagem na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil; enfermeira na Secretaria de Saúde do Município de Lajeado, Rio Grande do Sul, Brasil.

Marja Camargo Garcia, Prefeitura Municipal de Xangri-Lá

Mestra em Ensino na Saúde pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil; enfermeira da Estratégia Saúde da Família no município de Xangri-Lá, Rio Grande do Sul, Brasil.

Barbara Rodrigues Araujo, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Graduada em Enfermagem na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

Mileine Mussio Patussi, Prefeitura Municipal de Lajeado

Especialista em Educação e Saúde pela Universidade do Vale do Taquari, Rio Grande do Sul, Brasil; nutricionista na Atenção Primária à Saúde no município de Lajeado, Rio Grande do Sul, Brasil.

Simone Travi Canabarro, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Doutora em Saúde da Criança pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil; professora associada I na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf. Acesso em: 3 jan. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.130, de 5 de agosto de 2015. Institui a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, Brasília-DF, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011. Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde, a Rede Cegonha. Diário Oficial da União, Brasília-DF, 2011.

CAMPOS, G. W. S.; DOMITTI, A. C. Apoio matricial e equipe de referência: uma metodologia para gestão do trabalho interdisciplinar em saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 2, p. 399-407, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/VkBG59Yh4g3t6n8ydjMRCQj/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 3 jan. 2023.

CAMPOS, G. W. S. Saúde pública e saúde coletiva: campo e núcleo de saberes e práticas. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 5, n. 2, p. 219-230, 2000. DOI 10.1590/S1413-81232000000200002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/mvLNphZL64hdTPL4VBjnrLh/?lang=pt. Acesso em: 3 jan. 2023.

CAO, J. et al. Evaluation of trace elements and their relationship with growth and development of young children. Biological Trace Element Research, Clifton, v. 171, p. 270-4, 2016. Doi: 10.1007/s12011-015-0537-7. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs12011-015-0537-7. Acesso em: 29 jul. 2022.

DOMINGUES, R. M. S. M. et al. Utilização de serviços de saúde ambulatoriais no pós-parto por puérperas e recém-nascidos: dados do estudo Nascer no Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 36, n. 5, p. 1-17, 2020. DOI 10.1590/0102-311X00119519. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/csp/2020.v36n5/e00119519. Acesso em: 2 jul. 2022.

FARIAS, D. N. et al. Interdisciplinaridade e interprofissionalidade na estratégia Saúde da Família. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 141-62, 2018. DOI 10.1590/1981-7746-sol00098. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tes/a/s8LvmxwJSDXWRNWsQt7JH3b/?lang=pt. Acesso em: 15 jun. 2022.

FREITAS, L. G. et al. Qualidade do consumo alimentar e fatores associados em crianças de um ano de vida na Atenção Primária à Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 25, n. 7, p. 2561-70, 2020. DOI 10.1590/1413-81232020257.14592018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/JnzFZY9BDWFvmLhzn3qrqmH/?lang=pt. Acesso em: 29 jun. 2022.

FURTADO, M. C. C. et al. A avaliação da atenção à saúde de crianças com menos de um ano de idade na Atenção Primária. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 21, n. 2, p. 1-8, 2013. DOI 10.1590/S0104-11692013000200012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rlae/a/PSNR9zpcCWLhCh6h8YqhmqL/?lang=pt. Acesso em: 15 jun. 2022.

JAPIASSU, H. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

LUCENA, D. B. A. et al. Primeira semana saúde integral do recém-nascido: ações de enfermeiros da Estratégia Saúde da Família. Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre, v. 39, p. 1-8, 2018. DOI 10.1590/1983-1447.2018.2017-0068. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rgenf/a/VXyTrvZY5K9p8nW3JGD4ntL/?lang=pt. Acesso em: 14 jun. 2022.

MALAQUIAS, T. S. M.; BALDISSERA, V. A. D.; HIGARASHI, I. A. Percepções da equipe de saúde e de familiares sobre a consulta de puericultura. Cogitare Enfermagem, Curitiba, v. 20, n. 2, p. 368-75, 2015. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/40012/25530. Acesso em: 14 jun. 2022.

MALMANNA, M. B.; TOMASI, Y. T.; BOING, A. F. Neonatal screening tests in Brazil: prevalence rates and regional and socioeconomic inequalities. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 96, n. 4, p. 487-94, 2020. DOI 10.1016/j.jped.2019.02.008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/jped/a/VPGYchWRMK4VGW4bgmsjTCm/?lang=pt. Acesso em: 30 jun. 2022.

MATUDA, C. G. et al. Colaboração interprofissional na Estratégia Saúde da Família: implicações para a produção do cuidado e a gestão do trabalho. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 8, p. 2511-21, 2015. DOI 10.1590/1413-81232015208.11652014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/JmKzRwJ4gpgxPP9YnMTQttS/. Acesso em: 16 jun. 2022.

MENDES, C. A. et al. Conhecimento de pais quanto a triagem neonatal, contribuição do website Portal dos Bebês - Teste do pezinho. Revista CEFAC, Campinas, v. 19, n. 4, p. 475-83, 2017. DOI 10.1590/1982-021620171949616. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rcefac/a/nvBbyhx3Bdb8rTMKjLmMkcC/?lang=pt. Acesso em: 29 jun. 2022.

OLIVEIRA, F. F. S. et al. Consulta de puericultura realizada pelo enfermeiro na Estratégia Saúde da Família. RENE, Fortaleza, v. 14, n. 4, p. 694-703, 2013. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-706511. Acesso em: 2 jul. 2022.

PEDRAZA, D. F.; SANTOS, I. S. Avaliação da vigilância do crescimento nas consultas de puericultura na Estratégia Saúde da Família em dois municípios do estado da Paraíba, Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 26, n. 4, p. 847-55, 2017. DOI 10.5123/S1679-49742017000400015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ress/a/nLgQXQ58v98WtZGxfsxmBkw/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 13 jun. 2022.

PEDUZZI, M. et al. Educação interprofissional: formação de profissionais de saúde para o trabalho em equipe com foco nos usuários. Rev. Esc. Enferm. USP, São Paulo, v. 47, n. 4, p. 977-83, 2013. DOI 10.1590/S0080-623420130000400029. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/JwHsjBzBgrs9BCLXr856tzD/?lang=pt. Acesso em: 15 jun. 2022.

PENELLO, L. Estratégia Brasileirinhas e Brasileirinhos Saudáveis (EBBS): em defesa da primeira infância como agenda prioritária e pilar do desenvolvimento pleno e saudável dos cidadãos brasileiros. Boletim do Instituto de Saúde, São Paulo, v. 16, n. 1, p. 67-76, 2015. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1026340. Acesso em: 14 jun. 2022.

PEREZ, O. C. O que é interdisciplinaridade?: definições mais comuns em artigos científicos brasileiros. Interseções, Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, p. 454-472, 2018. DOI 10.12957/irei.2018.39041. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/intersecoes/article/view/39041. Acesso em: 3 jan. 2023.

REICHERT, A. P. S. et al. Vigilância do desenvolvimento infantil: estudo de intervenção com enfermeiros da Estratégia Saúde da Família. Rev. Latino-Am. Enfermagem, João Pessoa, v. 23, n. 5, p. 954-62, 2015. DOI 10.1590/0104-1169.0272.2636. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rlae/a/SyrpMqqXjVZTV8CtVWSj5zt/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 10 jun. 2022.

SANTOS, A. T.; CRUZ, M. M. D.; FONTES, L. B. C. Puericultura na Atenção Primária: conhecimentos e atitudes em saúde bucal das mães. Revista de APS, Juiz de Fora, v. 23, n. 3, p. 623-639, 2020. DOI 10.34019/1809-8363.2020.v23.25561. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/aps/article/view/25561. Acesso em: 3 jan. 2023.

SANTOS, D. R. et al. Avaliação da eficácia do Programa Rede Mãe Paranaense. Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 44, n. 124, p. 70-85, 2020. DOI 10.1590/0103-1104202012405. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/XL9sbNnjNbK9Gmvfj6bQJ6L/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 15 jun. 2022.

STARFIELD, B. Atenção Primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília: UNESCO; Ministério da Saúde, 2002. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/0253.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.

UNITED NATIONS. The millennium development goals report. New York: United Nations, 2015. Disponível em: https://www.un.org/millenniumgoals/2015_MDG_Report/pdf/MDG%202015%20rev%20(July%201).pdf. Acesso em: 11 jun. 2022.

VASCONCELOS, M. L.; PESSOA, V. L. M. P.; CHAVES, E. M. C. Cuidado à criança menor de seis meses no domicílio. Escola Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 23, n. 3, p. 1-7, 2019. DOI 10.1590/2177-9465-EAN-2018-0175. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ean/a/zb3Kq7zBdwnZ7gDZvgJjZvR/?lang=pt#. Acesso em: 14 jun. 2022.

VIEIRA, D. S. et al. A prática do enfermeiro na consulta de puericultura na Estratégia Saúde da Família. Texto & Contexto Enfermagem, Florianópolis, v. 27, n. 4, 2018. DOI 10.1590/0104-07072018004890017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tce/a/kRzgT5Z6WNVpwF8F5xcV4cH/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 11 jun. 2022.

VOLTOLINI, B. C. et al. Reuniões da Estratégia Saúde da Família: um dispositivo indispensável para o planejamento local. Texto & Contexto Enfermagem, Florianópolis, v. 28, 2019. DOI 10.1590/1980-265X-TCE-2017-0477. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tce/a/MmncBRhFVvvTvSBWdTBzXWs/?lang=en. Acesso em: 3 jan. 2023.

Downloads

Publicado

28-04-2023

Como Citar

MEZAROBA, E.; GARCIA, M. C.; ARAUJO, B. R.; PATUSSI, M. M.; CANABARRO, S. T. Interdisciplinaridade na vigilância do crescimento e desenvolvimento de crianças com até vinte e quatro meses. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 22, n. 1, p. 316–333, 2023. DOI: 10.14393/REP-2023-66361. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/66361. Acesso em: 22 dez. 2024.