Gênero, raça e a interseccionalidade nas práticas escolares
DOI:
https://doi.org/10.14393/REP-2022-64985Palavras-chave:
Gênero, Raça, Prática, Interseccionalidade, CidadaniaResumo
Este artigo apresenta, de forma reflexiva e crítica, a interseccionalidade presente entre as temáticas gênero e raça. Dessa forma, partimos do pressuposto de que as escolas necessitam se ancorar na interseccionalidade como ferramenta analítica para dar sentido e consistência às práticas escolares e promover as discussões sobre gênero e raça de maneira interligada, propiciando, assim, um olhar panorâmico sobre temáticas que se apresentam como desafiadoras e, ao mesmo tempo, primordiais para o processo de ensino e aprendizagem. O estudo proposto se fundamenta na pesquisa bibliográfica de diferentes autores/as, como Akotirene (2019), Candau (2014), Collins e Bilge (2020), Connel e Pearse (2015), Grosfoguel (2009), Henrique (2002), hooks (2015), Louro (2014), Vianna (2020) e outros/as, buscando relacionar, dentro das pesquisas desses/as autores/as, o diálogo sobre os estudos de gênero, raça e interseccionalidade, de forma contextualizada com a educação. Diante do exposto, podemos concluir que a interseccionalidade entre gênero e raça são fecundas e (re)produzidas historicamente. Por esses motivos, a escola precisa se aprofundar nas discussões sobre essas temáticas, de modo a garantir o desenvolvimento da cidadania e, consequentemente, a valorização da heterogeneidade e das diferenças presentes na escola e na sociedade contemporânea.
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