Cartografias possíveis

um olhar sobre os mapas mentais indígenas em Rondônia, Brasil

Autores

  • Alex Mota dos Santos Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.14393/rep_v16n22017_art8

Palavras-chave:

Mapas mentais, conhecimentos tradicionais, Processo ensino-aprendizagem, Rondônia

Resumo

O mapa é sem dúvida o recurso mais aceito e difundido para representação espacial. Contudo, sua aceitação só ocorre de forma plena quando elaborados a partir de rigores de um método. No entanto, outras cartografias são possíveis a partir dos mapeamentos participativos. Diante de tal possibilidade, o objetivo dessa análise é revelar outras cartografias a partir dos mapas mentais indígenas e apontar para seu uso no processo de ensino-aprendizagem. A metodologia contemplou o estudo de caso, a observação em campo e a análise empírica e empregou-se a Metodologia Kozel para estudo dos mapas mentais. Os resultados revelaram as potencialidades no ensino e reconhecimento dos conflitos, reinvindicações do território, relações de parentesco, estudo do meio físico, impactos ambientais sobre as terras indígenas e sobre a fauna e flora.

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Biografia do Autor

Alex Mota dos Santos, Universidade Federal de Goiás

Doutor em Geografia pela Universidade Federal do Paraná; professor adjunto da Universidade Federal de Goiás, Campus Aparecida de Goiânia.

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Publicado

21-11-2017

Como Citar

SANTOS, A. M. dos. Cartografias possíveis: um olhar sobre os mapas mentais indígenas em Rondônia, Brasil. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 16, n. 2, p. 105–124, 2017. DOI: 10.14393/rep_v16n22017_art8. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/36108. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais