Entrevista com a Dra. Sônia T. Felipe: ética animal, abolicionismo e veganismo no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.14393/REPRIM-v6n11a2021-61505Resumen
Doutora em Filosofia Moral e em Teoria Política pela Universidade de Konstanz (Alemanha, 1991), com pós-doutorado em Bioética-Ética Animal pela Universidade Clássica de Lisboa (Portugal, 2001-2002), professora, pesquisadora e orientadora no Departamento de Filosofia e no Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas da UFSC (1979-2010), Sônia T. Felipe é vegana há mais de 20 anos. Iniciou, no Brasil, os estudos filosóficos em ética animal e ética ambiental, em 1992, introduzindo as teorias que alavancam ainda hoje os movimentos animalistas, tanto os bem-estaristas quanto os abolicionistas, elaboradas por Humphry Primatt, Sir Richard D. Ryder, Andrew Linzey, Peter Singer, Tom Regan, Paul Taylor, Steven M. Wise e Gary Francione. Coordenou, entre outros, os projetos e publicações dos volumes temáticos da Revista Ethic@ (Revista Internacional de Filosofia Moral, UFSC), dedicados à Ética Animal, Ética Ambiental, Comunidade Moral, e o Projeto de Estudos Ecoanimalista Feminista (UFSC). Atualmente, dedica-se ao estudo da vinculação entre a dieta omnis vorax (onívora) mortal e o aquecimento climático que levará às mudanças extremas que porão fim à vida no planeta Terra, bem como aos surtos epidêmicos e pandêmicos causados pela devastação dos ecossistemas naturais levada a cabo para criação de rebanhos destinados ao serviço da comilança humana ao redor do planeta. De seus estudos nos últimos 20 anos resultaram os livros: “Por uma questão de princípios: alcance e limites da ética de Peter Singer em defesa dos animais” (2003); “Ética e experimentação animal: fundamentos abolicionistas” (2007); “Galactolatria: mau deleite” (2012); “Acertos abolicionistas: a vez dos animais” (2014); “Carnelatria: escolha omnis vorax mortal” (2018).
A autora segue estudando neurociência, biologia, medicinas quânticas, etologia e ecoanimalismo feminista, pandemias, com vistas à abolição do uso de animais em experimentos biomédicos, na dieta, na diversão, no trabalho, e ao fortalecimento da tese da senciência em todos os animais. Um desses projetos de pesquisa ora em andamento é o estudo da mente e da consciência equinas, fortalecendo o propósito que anima a luta pela abolição do uso de cavalos para tração de cargas (humanos, mercadorias e resíduos). Outro, o estudo das teorias neurocientíficas das emoções em humanos e não humanos.