REVISTA PRIMORDIUM https://seer.ufu.br/index.php/primordium <p>ISSN: 2526-2106 Ano de fundação: 2016 Periodicidade Semestral </p> <p>Qualis CAPES: B2 (2016-2020)</p> <p>A <em>Primordium</em> – Revista de Filosofia e Estudos Clássicos é um Periódico Eletrônico vinculado ao Instituto de Filosofia da Universidade Federal de Uberlândia, que tem como propósito o incentivo à investigação e ao debate acadêmico acerca de Filosofia e Estudos Clássicos (Grego e Latim), assumindo a tarefa de ser um instrumento de divulgação do conhecimento científico produzido a partir de pesquisas discentes de programas de graduação e pós-graduação em Filosofia e Estudos Clássicos.</p> <p><em><strong>Recebimento de submissões aberto em fluxo contínuo! </strong></em><strong>Estamos recebendo artigos e resenhas para os volumes de 2024 e 2025.</strong></p> <ul> <li><strong>Política de Acesso Livre: </strong>Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.<br /><strong>Fontes de Apoio: </strong><a href="http://www.cocfi.ufu.br/">COCFI</a> - Coordenação do Curso de Filosofia</li> </ul> EDUFU - Editora da Universidade Federal de Uberlândia pt-BR REVISTA PRIMORDIUM 2526-2106 Apresentação do Dossiê Pensar a Causalidade na Época Moderna https://seer.ufu.br/index.php/primordium/article/view/76293 <p>Causa e causalidade são conceitos filosóficos fundamentais e estão presentes em toda a história&nbsp;da filosofia. Desde os pré-socráticos, passando por sua primeira grande sistematização com Aristóteles, reduzindo-se à eficiência com Suarez e os modernos, até as teorias quânticas da física contemporânea, a causalidade permanece como um tema crucial para a discussão na comunidade filosófica e científica. Esses conceitos fazem parte de um grande esforço da humanidade, ao tentar fornecer algum sentido ao mundo, já que é por meio da causalidade, ou melhor, da relação de causa e efeito, que explicamos o vínculo que correlaciona os fenômenos, fazendo com que alguns deles apareçam como condição da existência de outros. Apesar de existir uma longa história por trás desses conceitos, o nosso dossiê se restringiu a uma época precisa: a modernidade. Esse período filosófico é caracterizado por desenvolver uma nova concepção de causalidade, reduzindo as quatro causas aristotélicas a um único e preciso conceito de causa eficiente. Essa redução possibilitou as grandes mentes daquele período a realização de uma das mais significativas revoluções epistemológicas já registradas.</p> <p>É com o intuito de incentivar o desdobramento desta e de outras questões correlatas que oferecemos aos leitores da <em>Primordium – Revista de Filosofia e Estudos Clássicos</em> o dossiê “Pensar a Causalidade na Época Moderna”. O dossiê reúne textos de Pós-Graduandos em filosofia – brasileiros e estrangeiros – pesquisadores do pensamento moderno, que se propuseram a discutir e apresentar suas interpretações sobre essa importante temática filosófica. A ideia de organizar um dossiê específico sobre a causalidade na era moderna surgiu como uma maneira de registrar e aprimorar as discussões que já haviam sido empreendidas no âmbito do Colóquio Internacional do Projeto Franco-Brasileiro CAPES-Cofecub “Pensar a causalidade na época moderna Parte II”, realizado na Universidade Federal de Uberlândia entre os dias 24 e 25 de outubro de 2023. Esforços conjuntos da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e da Université Caen Normandie (UNICAEN), sob o patrocínio da CAPES, possibilitaram a realização de uma série de comunicações, seminários e minicursos no Instituto de Filosofia da UFU, nos últimos anos, voltados a temática da causalidade. Grande parte dos textos que publicamos hoje são provenientes do colóquio mencionado anteriormente, que foram posteriormente aprimorados e desenvolvidos devido aos debates ocorridos durante sua realização e a interação e cooperação intelectual estimuladas por essas ocasiões.</p> Lucas Guerrezi Henia Laura de Freitas Duarte Copyright (c) 2024 Lucas Guerrezi, Henia Laura de Freitas Duarte https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-12-19 2024-12-19 17 20 «Examiner les choses en les considérant dans leur naissance et dans leur origine». L’usage du concept de cause dans la Recherche de la Vérité https://seer.ufu.br/index.php/primordium/article/view/74358 <p><strong>Résumé</strong>: Cet article se propose de montrer que l’usage du terme de cause par Malebranche dans la <em>Recherche de la Vérité</em> ne repose pas sur une théorie métaphysique de la causalité, et, a fortiori, sur un système occasionnaliste. Pour le prouver, nous élucidons un syntagme propre à ce texte, celui de «méthode qui examine les choses en les considérant dans leur naissance et dans leur origine», afin de montrer que, comme Descartes, Malebranche prétend, en mobilisant le concept de cause, constituer des modèles clairs visant à expliquer les choses, et non connaître la manière dont elles sont réellement engendrées. Pour le prouver, nous procédons de la manière suivante. Premièrement, nous examinons la nature de l’ordre que la méthode conduit à reconstituer et montrons qu’il engage la cause comme un synonyme de raison, c’est-à-dire comme un terme clair relié à d’autres par l’esprit fini pour former une série déductive. En second lieu, nous expliquons comment le terme de cause occasionnelle est appliqué aux facultés tout au long des cinq premiers livres sans pour autant que ce statut n’engage de théorie de la causalité, ni confère de réalité à l’erreur. La <em>Recherche</em> vise seulement à proposer un modèle de l’esprit humain pour expliquer l’erreur.</p> <p><strong>Mots-clés</strong>: Malebranche; Causalité; Cause Occasionnelle; Raison; Méthode.</p> <p><strong>«Examining things by considering them in their birth and origin». Malebranche's use of the concept of cause in <em>The</em> <em>Search After Truth</em></strong></p> <p><strong>Abstract</strong>: This article aims at showing that Malebranche's <em>Search after Truth</em> doesn't rely on any metaphysical theory on causality, and, a fortiori, any occasionalist system. Clarifying a syntagm which is only to be found in <em>The</em> <em>Search</em>, that of «the method that examines things by considering them in their birth and origin», we prove that, using the concept of cause, Malebranche aims at producing mere explicative models, rather than discovering the way things are actually generated. In order to establish this point, we proceed in the following order. First, we highlight the nature of the causal order theorized by Malebranche in his first book. Thus, it appears that Malebranche uses the term cause as a byword for reason, i.e, as a clear term connected to others by the human understanding in a deductive series, not as a metaphysical concept allowing us to understand the true nature of things. Afterwards, we explain how the term of occasional cause, which is used to qualify mind's faculties all along <em>The</em> <em>Search</em>, doesn't involve any occasionalist theory of causality, nor confer any kind of reality to error. Eventually, it appears that the Search only aims at deducing a model of the human mind.</p> <p><strong>Keywords</strong>: Malebranche; Causality; Occasional Cause; Reason; Method.</p> <p class="DATAREGISTROACEITE" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 150%;"><span style="font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Data de registro: 08/07/2024</span></p> <p class="DATAREGISTROACEITE" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 150%;"><span style="font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Data de aceite: 01/11/2024</span></p> Arnaud Rossetti Copyright (c) 2024 Arnaud Rossetti https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-12-19 2024-12-19 21 46 10.14393/REPRIM-v9n17a2024-74358 La causalité entre substances d'essences différentes chez Descartes: un problème ultérieur à la métaphysique https://seer.ufu.br/index.php/primordium/article/view/74659 <p><strong>Résumé</strong>: Selon certains interprètes, la conception cartésienne de la causalité, en particulier l'union entre l'âme et le corps, a posé de grandes difficultés aux philosophes contemporains et postérieurs au XVIIe siècle. Dans cet article, nous analyserons le fait que la relation entre les substances d'essences différentes dans la théorie cartésienne n'est pas, pour Descartes, un problème métaphysique ; et qu'une réponse possible découle du changement de perspective épistémologique dans sa théorie. En d'autres termes, nous nous demandons si la relation de causalité chez Descartes, dans sa propre métaphysique, est réellement un embarras. Ainsi, nous étudierons à la fois les Méditations métaphysiques - afin de comprendre l'écart souhaité par Descartes par rapport aux formes substantielles de la tradition - et la Correspondance avec Elisabeth, où nous chercherons des développements possibles à la question formulée par les lecteurs.</p> <p><strong>Mots-clés</strong>: Descartes; Causalité; L’union Substantielle; Métaphysique.</p> <p><strong>A causalidade entre substâncias de essências diferentes em Descartes: um problema posterior à metafísica</strong></p> <p><strong>Resumo</strong>: Segundo alguns intérpretes, a concepção cartesiana de causalidade, em particular a união entre a alma e o corpo, colocou grandes dificuldades aos filósofos do e posteriores ao século XVII. Nesse artigo, analisaremos o fato de que a relação entre substâncias de essências diferentes na teoria cartesiana não é, para Descartes, um problema metafísico; e que uma resposta possível se daria pela mudança de perspectiva epistemológica em sua teoria. Em outras palavras, nós questionamos se a relação de causalidade metafísica cartesiana é realmente um problema. Assim, analisaremos tanto as Meditações metafísicas - para compreender o distanciamento desejado por Descartes das formas substanciais da tradição - quanto a Correspondência com Elisabeth, onde iremos procurar os desenvolvimentos possíveis à questão formulada por seus leitores.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Descartes; Causalidade; União Substancial; Metafísica.</p> <p>Data de registro: 31/07/2024</p> <p>Data de aceite: 01/11/2024</p> Beatriz Laporta Copyright (c) 2024 Beatriz Laporta https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-12-19 2024-12-19 47 74 10.14393/REPRIM-v9n17a2024-74659 Condillac e a causa da atividade mental: uma leitura construtivista https://seer.ufu.br/index.php/primordium/article/view/74650 <p><strong>Resumo</strong>: O objetivo deste artigo é investigar a causa da atividade mental segundo Condillac e indicar suas implicações para uma leitura construtivista de sua filosofia. Para isso, analiso três textos do autor: o Ensaio sobre a origem dos conhecimentos humanos (1746); o Tratado das sensações (1754) e a sua Lógica (1778). Ao formular uma nova explicação do entendimento humano, Condillac precisa esclarecer, à luz de sua versão radical do empirismo, a causa da atividade mental. Nas obras mencionadas, o filósofo apresenta duas interpretações da questão: a primeira, empirista, está identificada no seu Ensaio com os signos de instituição que dão origem a atividade reflexiva; no Tratado, é princípio do prazer/dor que causa a atividade quando coloca em ação as operações mentais. Todavia, esse texto, e posteriormente a sua Lógica, introduzem a noção de força no organismo, adicionando uma causalidade no âmbito mental que não se reduz à alternância entre prazer e dor, sugerindo vestígios do inatismo no interior da sua explicação empirista radical. Frente a essas distintas perspectivas interpretativas sobre a causa da atividade mental, é necessário mostrar possíveis implicações disso para uma leitura de tipo construtivista da filosofia condillaciana.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Condillac; Causa; Atividade Mental; Empirismo; Construtivismo.</p> <p><strong>Condillac and the cause of mental activity: a constructivist reading</strong></p> <p><strong>Abstract</strong>: The aim of this article is to investigate the cause of mental activity according to Condillac and examine its implications for a constructivist reading of his philosophy. To achieve this, I analyze three of the author’s texts: An Essay on the Origin of Human Knowledge (1746), A Treatise on Sensations (1754), and his Logic (1778). In formulating a new explanation of human understanding, Condillac needs to clarify, in light of his radical version of empiricism, the cause of mental activity. In the mentioned works, the philosopher presents two interpretations of this issue: the first, empiricist, is found in his Essay with the institutional signs that give rise to reflective activity; in the Treatise, it is the principle of pleasure/pain that triggers activity by activating mental operations. However, this text, and later his Logic, introduce the notion of force within the organism, adding a mental causality that is not limited to the alternation between pleasure and pain, suggesting traces of innatism within his radical empiricist explanation. In light of these different interpretative perspectives on the cause of mental activity, it is necessary to demonstrate the potential implications for a constructivist reading of Condillac's philosophy.</p> <p><strong>Keywords</strong>: Condillac; Causa; Mental Activity; Empiricism; Constructivism.</p> <p class="DATAREGISTROACEITE" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 115%;"><span style="font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Data de registro: 31/07/2024</span></p> <p class="DATAREGISTROACEITE" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 115%;"><span style="font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">Data de aceite: 01/11/2024</span></p> Kayk Oliveira Santos Copyright (c) 2024 Kayk Oliveira Santos https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-12-19 2024-12-19 75 98 10.14393/REPRIM-v9n17a2024-74650 Causalidade, semelhança e figuração: considerações acerca da tese mecanicista da percepção ou figuração nas Regulae cartesianas e sua exemplaridade https://seer.ufu.br/index.php/primordium/article/view/74832 <p><strong>Resumo</strong>: Este artigo visa examinar como René Descartes abordou o clássico problema da causalidade em suas famosas <em>Regulae ad directionem ingenii</em>. Acreditamos que o problema da causalidade, tal como foi enfrentado por Descartes em sua célebre obra inacabada, nos oferece uma chave de leitura única para a compreensão do contexto genético e histórico da filosofia moderna. Assim, examinaremos sua noção geral de causa, bem como o contexto em que ela foi desenvolvida, ou seja, a relação de semelhança ou não entre a coisa (causa) e a ideia (efeito). Por fim, demonstraremos como Descartes resolve o problema da semelhança na relação causal promovendo sua teoria da percepção ou figuração.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Mecanicismo; Causalidade; Semelhança; Percepção; Figura.</p> <p><strong>Causality, Similarity and Figuration: considerations on the mechanistic thesis of perception or figuration in the Cartesian <em>Regulae</em> and its exemplarity</strong></p> <p><strong>Abstract</strong>: This article aims to examine how René Descartes approached the classic problem of causality in his famous <em>Regulae ad directionem ingenii</em>. We believe that the problem of causality, proposed by Descartes in his unfinished work, offers us a unique reading key for understanding the genetic and historical context of modern philosophy. Thus, we will examine his general notion of cause, as well as the context in which it was developed, that is, the relationship of similarity or not between the thing (cause) and the idea (effect). Finally, we will demonstrate how Descartes solves the problem of similarity in the causal relationship by promoting his theory of perception or figuration.</p> <p><strong>Keywords</strong>: Mechanicism; Causality; Similarity; Perception; Figure.</p> <p class="DATAREGISTROACEITE" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 11.0pt;">Data de registro: 12/08/2024</span></p> <p class="DATAREGISTROACEITE" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="font-size: 11.0pt;">Data de aceite: 01/11/2024</span></p> Lucas Guerrezi Copyright (c) 2024 Lucas Guerrezi Derze Marques https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-12-19 2024-12-19 99 126 10.14393/REPRIM-v9n17a2024-74832 O pensamento da causalidade na fenomenologia de Edmund Husserl https://seer.ufu.br/index.php/primordium/article/view/74638 <p><strong>Resumo</strong>: O objetivo deste artigo é contribuir para a reflexão sobre o conceito de causalidade na época moderna, abordando-o sob a perspectiva da filosofia de Edmund Husserl. O texto discute a análise fenomenológica dedicada ao tema, com o objetivo de clarificar como o conceito de causa não desempenha na fenomenologia husserliana o papel de um “operador de inteligibilidade” em sentido último, mas desce ao nível de uma inteligibilidade secundária, pertencente ao quadro de uma filosofia segunda, que não mereceria o título de primeira. O sentido da relação entre causa e efeito deve ser elucidado por uma filosofia mais fundamental (que Husserl chama de <em>Erste Philosophie</em>), que naturalmente não pode partir da causalidade como um pressuposto dado. Para abordar essa questão, situar-nos-emos no ponto de vista da fenomenologia da constituição (estática e genética) proposta pelo filósofo alemão.</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Fenomenologia; Husserl; Causalidade; Constituição.</p> <p><strong>The thought of Causality in Edmund Husserl's Phenomenology</strong></p> <p><strong>Abstract</strong>: The aim of this article is to contribute to the reflection on the concept of causality in the modern era, approaching it from the philosophy of Edmund Husserl. The text discusses the phenomenological analysis dedicated to this subject with the goal of clarifying how the concept of cause does not function in Husserlian phenomenology as an "operator of intelligibility" in the ultimate sense, but rather falls to a level of secondary intelligibility, within the framework of a second philosophy, rather than one deserving the title of first philosophy. The meaning of the relationship between cause and effect must be elucidated by a more fundamental philosophy (which Husserl calls <em>Erste Philosophie</em>) that cannot naturally start from causality as a given presupposition. To address this issue, we will consider the perspective of the phenomenology of constitution (static and genetic) proposed by the German philosopher.</p> <p><strong>Keywords</strong>: Phenomenology; Husserl; Causality; Constitution.</p> <p class="DATAREGISTROACEITE" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 150%;"><span style="font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Data de registro: 30/07/2024</span></p> <p class="DATAREGISTROACEITE" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 150%;"><span style="font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Data de aceite: 01/11/2024</span></p> Marcelo Rosa Vieira Copyright (c) 2024 Marcelo Rosa Vieira https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-12-19 2024-12-19 127 164 10.14393/REPRIM-v9n17a2024-74638 Entre as três espécies de prova no Ideal da Razão Pura e as duas provas a priori no Único Argumento https://seer.ufu.br/index.php/primordium/article/view/74867 <p><strong>Resumo</strong>: No <em>Ideal da Razão Pura</em> Kant afirma que há apenas três provas possíveis da existência de Deus: físico-teológica, cosmológica e ontológica (KrV A590-1 / B618-9). Entretanto, comentando essa passagem em <em>The Existence of God</em>, Richard Swinburne afirma que tal classificação gerou muitas incompreensões. Segundo o inglês, o uso do artigo “the” precedendo as três provas contribuiu para a interpretação de que haveria um <em>Único Argumento</em> para cada definição apontada. Contudo, poderia ser citado vários argumentos distintos para cada título. Diante dessa polêmica, decidi confrontar a classificação das provas na Crítica, com a classificação conforme fora disposta no <em>Único Argumento</em>. Nesta obra, ao invés de três provas — uma <em>a priori</em> (ontológica) e duas <em>a posteriori</em> (cosmológica e físico-teológica) —, é apresentada quatro provas: duas <em>a priori</em> (cartesiana e ontológica) e duas <em>a posteriori</em> (cosmológica e físico teológica). Tendo em vista que Kant afirma na Crítica que há apenas três especies de provas, e que “Não há mais [provas] além destas, e também não pode haver mais” (KrV A591/ B619), então por que em 1763 ele apontara duas espécies distintas para as provas <em>a priori</em>! Seria esse um indício que corroboraria com a posição de uma definição contendo várias provas, tal como indicada por Swinburne?</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>: Prova Cartesiana; Ontológica; <em>Único Argumento</em>; Fundamento e Consequência.</p> <p><strong>Between the three kinds of proof in <em>The Ideal of Pure Reason</em> and the two <em>a priori</em> proofs in <em>The Only Argument</em></strong></p> <p><strong>Abstract</strong>: In <em>The Ideal of Pure Reason</em>, Kant states that there are only three possible proofs for the existence of God: physico-theological, cosmological, and ontological (KrV A590-1/B618-9). However, commenting on this passage in <em>The Existence of God</em>, Richard Swinburne states that this classification has generated many misunderstandings. According to the Englishman, the use of the article “the” preceding the three proofs contributed to the interpretation that there would be a single argument for each definition indicated. However, several distinct arguments could be cited for each title. In view of this controversy, I decided to compare the classification of the proofs in the Critique with the classification as it was laid out in <em>The Only Possible Argument</em>. In this work, instead of three proofs — one <em>a priori</em> (ontological) and two <em>a posteriori</em> (cosmological and physico-theological) —, four proofs are presented: two <em>a priori</em> (Cartesian and ontological) and two <em>a posteriori</em> (cosmological and physico-theological). Given that Kant states in the Critique that there are only three kinds of proofs, and that “There are no more of them, and there also cannot be any more” (KrV A591/B619), then why in 1763 did he point out two distinct kinds of <em>a priori</em> proofs! Would this be a clue that would support the position of a definition containing several proofs, as indicated by Swinburne?</p> <p><strong>Keywords</strong>: Cartesian Proof; Ontological; <em>Only Argument</em>; Ground and Consequence.</p> <p class="DATAREGISTROACEITE" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 150%;"><span style="font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Data de registro: 14/08/2024</span></p> <p class="DATAREGISTROACEITE" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 150%;"><span style="font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Data de aceite: 01/11/2024</span></p> Bruno Bertoni Copyright (c) 2024 Bruno Bertoni Cunha https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-12-19 2024-12-19 165 188 10.14393/REPRIM-v9n17a2024-74867 “Comprendre est une pure ou simple passion”: causalité efficiente et connaissance vraie dans le Korte Verhandeling (Court Traité) de Spinoza https://seer.ufu.br/index.php/primordium/article/view/74381 <p><strong>Résumé</strong>: Cet article se propose d’examiner le rôle de la causalité efficiente dans la définition de la connaissance et de la vérité dans le Korte Verhandeling (Court Traité) de Spinoza. L’application de la causalité efficiente aux idées est un usage spécifiquement cartésien de la causalité, et nous aimerions voir comment Spinoza le reprend et le transforme. En effet, si Descartes explique la détermination de l’idée dans notre esprit par la cause efficiente, il n’en fait pas pour autant la cause de la vérité et de la certitude. Dans un premier temps, nous verrons que Spinoza reprend cet usage cartésien de la causalité et qu’il se montre tout à fait cartésien en soutenant la thèse de la passivité de l’entendement. Dans un second temps, nous verrons en quoi l’affirmation de l’idée et la certitude reposent également sur ce principe pour Spinoza, et en quoi, par cela, il s’oppose à Descartes. Le but de notre propos est de voir comment la « différence réelle » entre l’idée vraie et l’idée fausse est pensée par la causalité efficiente et en quoi cette thèse est originale.</p> <p><strong>Mots-clés</strong>: Spinoza; Petit Traité; Idée; Savoir; Cause.</p> <p><strong>“To understand is sheer passion”: Efficient causality and knowledge in the Korte Verhandeling (Short Treatise) of Spinoza</strong></p> <p><strong>Abstract</strong>: This article aims at clarifying the function of efficient causality in Spinoza's Korte Verhandeling (Short treatise) definition of knowledge and truth. The application of efficient causality to ideas is specifically cartesian, and we'd like to highlight how Spinoza uses it and transforms it. Indeed, if Descartes explains the determination of idea in our mind by efficient cause, however, he doesn't assert, unlike Spinoza, that this determination is the cause of truth and certitude. First, we show that Spinoza's use of causality is a cartesian one and we explain why it implies the passivity of the understanding. Then, we examine why Spinoza asserts that the affirmation of idea and certitude stand on this passivity, and to what extent he runs counter to Descartes in doing so. The crux of this article lies in examining how Spinoza understands the "real difference" between true and false idea, and why it is new.</p> <p><strong>Keywords</strong>: Spinoza; Short Treatise; Idea; Knowledge; Cause.</p> <p class="DATAREGISTROACEITE" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 150%;"><span style="font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Data de registro: 10/07/2024</span></p> <p class="DATAREGISTROACEITE" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 150%;"><span style="font-size: 11.0pt; line-height: 150%;">Data de aceite: 06/12/2024</span></p> Lara Bert Copyright (c) 2024 Lara Bert https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-12-19 2024-12-19 189 210 10.14393/REPRIM-v9n17a2024-74381