Distinção de razão e o princípio de separabilidade em David Hume

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REPRIM-v7n13a2022-64031

Palavras-chave:

Ideias Abstratas, Distinção de Razão, Princípio de Separabilidade, Semelhança, David Hume

Resumo

Este trabalho consiste em uma análise mais aprofundada da seção 1.1.7[1] do Tratado da Natureza Humana de David Hume, a fim de analisar a teoria das ideias abstratas e propor que, para nós, ela se trata de uma teoria nominalista baseada em mecanismos associativos. Também é nosso objetivo apresentar e explicar o conceito de distinção de razão, o qual surge para explicar como seria possível distinguir ideias que não são separáveis, ou seja, ideias simples. No entanto, esse conceito vem acompanhado de um princípio – o de separabilidade – que pode implicar em uma incongruência, dado que esse princípio tem como função distinguir, diferenciar e separar ideias. Além disso, vamos também analisar uma possível aproximação do conceito de distinção de razão com a atividade de abstração comumente defendida por outros filósofos, a fim de saber se Hume está caracterizando a distinção de razão como uma forma de manifestação das ideias abstratas ou não.                                

Palavras-chave: Ideias Abstratas; Distinção de Eazão; Princípio de Separabilidade; Semelhança; David Hume.

The Distinction of Reason and the Separability Principle in David Hume

Abstract: This paper consists of a deeper analysis of section 1.1.7 of David Hume's Treatise of Human Nature, in order to analyze the theory of abstract ideas and propose that, for us, it is a nominalist theory based on associative mechanisms. It is also our goal to present and explain the concept of distinction of reason, which arises to explain how it would be possible to distinguish ideas that are not separable, that is, simple ideas. However, this concept comes accompanied by a principle – that of separability – which may imply an incongruence, given that this principle has the function of distinguishing, differentiating and separating ideas. Furthermore, we will also analyze a possible approximation of the concept of distinction of reason with the activity of abstraction commonly advocated by other philosophers, in order to know whether Hume is characterizing the distinction of reason as a form of manifestation of abstract ideas or not.

Keywords: Abstract Ideas; Distinction of Reason; Separability Principle; Resemblance; David Hume.

 

Data de registro: 20/12/2021

Data de aceite: 06/05/2022

Downloads

Biografia do Autor

Referências

ARNAULD, Antoine; NICOLE, Pierre. La logique ou l’art de penser. Paris: Éditions Gallimard, 1992

BAXTER, Donald L. M. Distinctions of Reason, and Differential Resemblance. Philosophy and Phenomenological Research, Medford, v. 82, n. 1, p.156-182, 2011. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1933-1592.2010.00411.x.

BERKELEY, George. Introduction. In: BERKLEY, Georg. A treatise concerning the principles of human knowledge. Dublin: Trinity-College, 2002. p. 6-20.

CACHEL, Andréa. Ideias Abstratas em Hume: o simples e a relação. Intuitio, Porto Alegre, v. 2, n. 1, p. 23-37, 2009.

DURLAND, Karánn. Hume's First Principle, His Missing Shade, and His Distinctions of Reason. Hume Studies, London, v. 22, n. 1, p. 105-121, 1996. DOI: https://doi.org/10.1353/hms.2011.0166.

GARCIA VARAS, Ana. Ideas e Imágenes: un estudio de la teoria de las ideas abstractas em Hume. Revista de Filosofía, Santiago, v. 66, p. 93-106, 2010. DOI: https://doi.org/10.1353/hms.2011.0166.

HAKKARAINEN, Jani. A Third Type of Distinction in the Treatise. Hume Studies, London, v. 38, n. 1, p. 55-78, 2012. DOI: https://doi.org/10.1353/hms.2012.0002.

HAUSMAN, David. B. Can Hume's Use of a Simple/Complex Distinction Be Made Consistent? Hume Studies, v. 14, n. 2, p. 424-428, 1988. DOI: https://doi.org/10.1353/hms.2011.0501.

HSUEH, Qu. Type distinctions of reason and Hume’s Separability Principle. British Journal for the History of Philosophy, London, v. 28, n. 1, p. 90-111, 2019. DOI: https://doi.org/10.1080/09608788.2019.1591937.

HUME, David. Tratado da natureza humana: uma tentativa de introduzir o método experimental de raciocínio nos assuntos morais. Trad. Deborah Danowski. São Paulo: Editora da Unesp/Imprensa Oficial do Estado, 2001.

HUME, David. Investigações sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Editora Unesp, 2004.

KIRALY, Cesar. Os limites da representação: um ensaio desde a filosofia de David Hume. São Paulo: Giz Editorial, 2010.

LARRUSCAHIM, Márcio. Os elementos da filosofia de Hume. 2008. 116f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – , Programa de Pós-graduação em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.

PAPPAS, George S. Abstract General Ideas in Hume. Hume Studies, London, v. 15, n. 2, p. 339-352, 1989. DOI: https://doi.org/10.1353/hms.2011.0436.

SMITH, Norman Kemp. The philosophy of David Hume: a critical study of its origins and central doctrines. New York: Palgrave Macmillan, 2005.

STIVAL, Monica Loyola. O estatuto do simples e a questão do real: o horizonte nominalista de David Hume. Discurso, v. 39, n. 39, p.155-194, 2009. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2009.68267.

WAXMAN, Wayne. Hume’s Theory of Ideas. In: RUSSELL, Paul. The Oxford handbook of Hume. New York: Oxford University Press, 2016. p. 141-155.

Downloads

Publicado

2022-07-13

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Distinção de razão e o princípio de separabilidade em David Hume. REVISTA PRIMORDIUM, Uberlândia, v. 7, n. 13, p. 35–58, 2022. DOI: 10.14393/REPRIM-v7n13a2022-64031. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/primordium/article/view/64031. Acesso em: 1 maio. 2025.