Sócrates e a influência pitagórica no diálogo Axíoco
DOI:
https://doi.org/10.14393/REPRIM-v1n2a2016-39060Palavras-chave:
Sócrates, Alma, Órfico-Pitagórico, Religiosidade, AxíocoResumo
Resumo: Pesquisando a obra do filósofo ateniense Platão, não podemos negar a forte influência pitagórica que perpassa por quase todos os seus diálogos. As especulações sobre a ideia do corpo como prisão da alma, a teoria da reminiscência e os mitos escatológicos são pontos que traduzem de forma convincente a tradição pitagórica e órfica dos seus escritos. Não destacaremos neste trabalho a importância que Platão dá à ciência dos números de origem pitagórica como visto no Epinomis – extensão de As Leis – quando o filósofo afirma que, sem o número, a raça humana jamais conquistaria a sabedoria. Abordaremos apenas a influência religiosa dos poemas órficos e do pitagorismo, comum nos ritos populares, que são absorvidos, utilizados e modificados nos textos platônicos, tanto que Alberto Bernabé diz ser Platão a principal fonte que possuímos, da época clássica, para o conhecimento do orfismo. Cotejamos essa influência órfico-pitagórica encontrada em outros diálogos como a Apologia, o Górgias, o Fédon, o Fedro e outros, mas delimitaremos como foco o diálogo tido como apócrifo Axíoco, cujo tema central está direcionado à imortalidade da alma e aos benefícios dos ‘iniciados’ que possuem privilégios para suas almas após a morte do corpo, temas recorrentes dos conhecimentos culturais órficos-pitagóricos. Não trataremos essa influência em toda sua extensão, mas apresentamos o suficiente para compreendermos que os conselhos que Sócrates interpõe a Axíoco, reportando-se, sobretudo ao comportamento e gênero de vida do homem, podem modificar o destino da alma separada do corpo pela morte.
Palavras-chave: Sócrates; Alma; Órfico-Pitagórico; Religiosidade; Axíoco.
Socrates and the Pythagorean influence in dialogue Axiochus
Abstract: Researching the work of the Athenian philosopher Plato, we cannot deny the strong influence that pervades the Pythagorean by almost all his dialogues. Speculation about the idea of the body as a prison of the soul, the theory of reminiscence and the eschatological myths are some points that translate convincingly the Pythagorean and Orphic tradition of his writings. We don't highlight in this paper the importance that Plato gives to the science of numbers of Pythagorean origin as seen in the Epinomis – extension of The Laws – when the philosopher claims that without the number, the human race will never conquer wisdom. We will discuss only the religious influence of the Orphic poems and pythagoreanism, common in popular rites, which are absorbed, used and modified in Platonic texts, so that Alberto Bernabé claims to be Plato the main source that we have, from the classical era, to the knowledge of Orphism. We collate this Orphic Pythagorean influence found in other dialogues as the Apologia, the Gorgias, the Phaedo, the Phaedrus and others, but we will delimit the focus to the dialogue regarded as apocryphal Axiochus, whose central theme is directed to the immortality of the soul and the benefits of the 'initiated' that have privileges to their souls after the death of the body, recurring themes of cultural Orphic-Pythagorean knowledge. We do not treat this influence throughout its extent, but we present enough evidence to understand that the councils that Socrates interposes in the Axiochus, referring in particular to the conduct and gender of human life, can modify the destiny of the soul separated from the body by death.
Keywords: Socrates; Soul; Orphic-Pythagorean; Religiosity; Axiochus.
Data de registro: 12/05/2017
Data de aceite: 05/07/2017
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