Cultura histórica no Ensino Médio do Estado de São Paulo: reflexões teóricas para a conversação educacional
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O Brasil instituiu um novo Ensino Médio (EM) com a Lei 13.415/17. São Paulo foi o primeiro estado a iniciar sua implementação, no ano de 2021, com o “Currículo em Ação” (CA). Este artigo, investiga o CA de História para o EM, focando três questões: concepções de currículo, identidade curricular e cultura histórica promovida pelo CA. A pesquisa, baseada em análise documental qualitativa, adota referenciais sobre currículo e Ensino de História, incluindo o Neopragmatismo de Richard Rorty, reflexões de Michael Apple e pós-críticos como Ivor Goodson e Gimeno Sacristán, além do conceito de cultura histórica de Jörn Rüsen. Os resultados indicam que o CA impõe limites ao ensino de História e das ciências humanas, o que afeta a qualidade da democracia. Argumenta-se, porém, que a participação ativa de professores e estudantes, pela conversação dotada da palavra verdadeira, pode aproximar o EM das necessidades reais e promover uma Educação mais democrática.
Detalhes do artigo
Seção

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os trabalhos publicados são de propriedade dos seus autores, que poderão dispor deles para posteriores publicações, sempre fazendo constar a edição original (título original, Ensino em Re-Vista, volume, nº, páginas). Todos os artigos desta revista são de inteira responsabilidade de seus autores, não cabendo qualquer responsabilidade legal sobre seu conteúdo à Revista ou à EDUFU.
Como Citar
Referências
APPLE, M. W. Ideologia e currículo. Tradução: Vinícius Figueira. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
CERRI, L. F.; COSTA, M. P. La construcción de la Base Nacional Común Curricular (BNCC) de Historia en Brasil: entre diálogos, tensiones y controvérsias. Historia y Espacio, Cali, Colômbia, v. 15 n 53, p. 67-90, 2019. Disponível em: https://abrir.link/gVEyy. Acesso em: 30 dez. 2024.
CERTEAU, M. de. A escrita da história. Tradução: Maria de Lourdes Menezes. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.
CHAUÍ, M. O que é ideologia. São Paulo: Editora Brasiliense, 2017. E-book. Edição Kindle. (Coleção Primeiros passos, 13).
COSPITO, G. Hegemonia. In: LIGUORI, G.; VOZA, P. (orgs). Dicionário Gramsciano (1926-1937). São Paulo: Boitempo, 2017. p. 365 – 368.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 83. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2022.
GOODSON, I. F. Currículo, narrativa pessoal e futuro social. Tradução: Henrique Carvalho Calado. Campinas: Editora da Unicamp, 2019.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed., 6ª reimpressão, São Paulo: Atlas, 2014.
GRAMSCI, A. Cadernos do cárcere. Maquiavel, notas sobre o estado e a política. V. 3, 11ª ed. Tradução: Luiz Sérgio Henriques, Marco Aurélio Nogueira, Carlos Nelson Coutinho. Rio Janeiro: Civilização Brasileira, 2022.
LASTÓRIA, A. C.; SANTOS, J. F.; MELLO, R. C. Considerações sobre os retrocessos nas políticas educacionais brasileiras durante o Governo do presidente Michel Temer. Revista Pedagógica, Chapecó, v. 20, n. 43, p. 18-41, jan./abr. 2018.
LOURENÇO, E. BNCC paulista: a história se repete. In: FERREIRA, A. R. et al. (org.). BNCC de História nos estados: o futuro do presente. Porto Alegre: Editora Fi, 2021. p. 107 – 129.
REDE ESCOLA PÚBLICA E UNIVERSIDADE. Novo Ensino Médio e indução de desigualdades escolares na rede estadual de São Paulo [Nota Técnica]. São Paulo: REPU, 02 jun. 2022. Disponível em: https://abrir.link/cQuZi. Acesso em: 19 ago. 2024.
RICOEUR, P. O si-mesmo como outro. Tradução: Inove C. Benedetti. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014.
RORTY. R. A Filosofia e o espelho da natureza. Tradução: Antônio Trânsito. Rio de Janeiro: Relume - Dumará, 1994.
RORTY, R. Contingência, ironia e solidariedade. Tradução: Vera Ribeiro. São Paulo: Martins Fontes, 2007. (Coleção Dialética).
RÜSEN, J. História viva: teoria da história, formas e funções do conhecimento histórico. Tradução: Estevão de Rezende Martins. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2007.
RÜSEN, J. Razão histórica: teoria da história: fundamentos da ciência histórica. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2010.
RÜSEN, J. Cultura faz sentido: orientações entre o ontem e o amanhã. Tradução: Nélio Schneider. Petrópolis: Vozes, 2014.
SACRISTÁN, J. G. O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3. ed. Tradução: Ernani F. da Fonseca Rosa. Porto Alegre: Artmed, 2000.
SANFELICE, J. L. A política educacional do Estado de São Paulo: apontamentos. Nuances: estudos sobre Educação. Ano XVII, v. 17, n. 18, p.146-159, jan./dez. 2010. Disponível em: https://encurtador.com.br/YuFoZ. Acesso em: 1 jun. 2025.
SANTOS, J. F. de A. A cultura histórica no Ensino Médio do Estado de São Paulo: análises sobre o Novo Currículo Paulista. Tese de Doutorado, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, 2024. 406p.
SÃO PAULO (Estado). SP é o primeiro estado do Brasil a homologar o novo currículo do ensino médio. Portal do Governo, São Paulo, 3 ago. 2020. Disponível em: https://encurtador.com.br/OTvre. Acesso em: 23 ago. 2024.
SILVA, T. T. da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.
SMOLKA, A. L. et al. O problema da avaliação das habilidades socioemocionais como política pública: explicitando controvérsias e argumentos. Educação e Sociedade, Campinas, v. 36, n. 130, p. 219-242, 2015. Disponível em: https://encurtador.com.br/Esk1i. Acesso em: 11 jun. 2025.
TARLAU, R.; MOELLER, K. O consenso por filantropia: como uma fundação privada estabeleceu a BNCC no Brasil. Currículo sem Fronteiras, v. 20, n. 2, p. 553-603, maio/ago. 2020. Disponível em: https://encurtador.com.br/RZ69V. Acesso em: 26 jan. 2025.