Presença negra no material didático de História adotado pelo Estado de São Paulo: 2014-2017

Contenido principal del artículo

Neide Cristina da Silva

Resumen

A presente pesquisa tem como objeto a análise dos efeitos da aplicação da Lei n.º 10.639/03 nos livros didáticos de História para o Ensino Médio. Pretendeu-se verificar se os componentes históricos das matrizes curriculares carregados de denotações ou de conotações racistas foram reformulados, alterados ou até mesmo banidos após a implantação da referida lei. O problema central é que, apesar da mudança nos conteúdos curriculares, a História do Brasil continua a ser narrada com a imposição da visão de mundo da classe dominante. Para a realização desta pesquisa foram trabalhadas, como categorias principais, conscientização/alienação e colonialidade/racialidade tendo como aportes teóricos Paulo Freire e Aníbal Quijano. A análise demonstrou que apesar dos avanços no ensino de história e cultura afro-brasileira, a partir da promulgação da Lei n.º 10.639/03, a racialidade do saber, presente na historiografia didática, não permite superar a perspectiva temporal da história que situa o negro como inferior.


 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Detalles del artículo

Cómo citar
Silva, N. C. da . (2019). Presença negra no material didático de História adotado pelo Estado de São Paulo: 2014-2017. Ensino Em Re-Vista, 26(1), 244–267. https://doi.org/10.14393/ER-v26n1a2019-11
Sección
Varía

Citas

ADALBERTO, Príncipe da Prússia. Brasil: Amazonas-Xingu. Tradução de Eduardo de Lima e Castro. Brasília, DF: Conselho Editoria, 2002. (O Brasil visto por estrangeiros).

BRASIL.Lei n.º 10.639 de 09 de janeiro de 2003: altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira, e dá outras providências. Brasília, DF, 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm>. Acesso em: 24 jun. 2014.

BOURDIEU, P. A economia das trocas simbólicas. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 1999.

COTRIM, G. História Global: Brasil e geral. 2. ed. Saraiva: São Paulo: 2013a. v. 1.

_____. História Global: Brasil e geral. 2.ed. Saraiva: São Paulo: 2013b. v. 2.

_____. História Global: Brasil e geral. 2. ed. Saraiva: São Paulo: 2013c. v. 3.

DEBRET, J.-B. Mercado da Rua do Valongo. In: _____. Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. 3. ed. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1954. (Biblioteca Histórica Brasileira, v. IV). p. 188-190. Disponível em: <https://outrora.info/index.php?title=Mercado_da_Rua_do_Valongo/Debret>. Acesso em: 15 dez. 2016.

_____. Uma senhora de algumas posses. Aquarela sobre papel, 16,2 x 26 cm. Rio de Janeiro, 1823. Disponível em:<http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/contrastes-sociais-brasil-colonia-debret/>. Acesso em: 15 dez. 2016.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido.São Paulo: Paz e Terra, 2005.

FREITAS, D. Palmares: a guerra dos escravos. 5. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1984.

GORENDER, J. O escravismo colonial. 4. ed. São Paulo: Ática, 1985.

KORNIJESUK, N. A Guerra de Canudos e suas verdades. 31 ago. 2012. Disponível em: <http://guerradecanudos1896.blogspot.com.br/>. Acesso em: 5 nov. 2016.

MUNANGA, K.; GOMES, N.L. O negro no Brasil de hoje. 2. ed. São Paulo: Global, 2016.

PINSKY, J. A escravidão no Brasil. 16. ed. São Paulo: Contexto, 1998.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Eduardo (Org.). A colonialidade do saber eurocentrismo e ciências sociais: perspectivas latino-americanas. Buenos Aires, Argentina: CLACSO, set. 2005. p. 227-278. (Colección Sur Sur).

RAMOS, A. As culturas negras no novo mundo. 3. ed. São Paulo: Editora Nacional, 1979.

RAMOS, W.R. A representação dos negros na Guerra do Contestado no museu paranaense. Trabalho apresentado no XV Encontro Regional de História: 100 anos da Guerra do Contestado, Curitiba, 26 a 29 de julho de 2016. Disponível em: <http://www.encontro2016.pr.anpuh.org/resources/anais/45/1467942565_ARQUIVO_artigoanpuhRenewRamos.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2016.

SAES, D. A formação do estado burguês(1888-1891). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

SCALBERT, J. As três idades. Disponível em: <http://www.allposters.com.br/-sp/The-Three-Ages-posters_i4044753_.htm>. Acesso em: 15 dez. 2016.

TAVARES, M. História, Memória e esquecimento: identidades silenciadas. In: BAPTISTA, Ana Maria Haddad; TAVARES, Manuel. Culturas, identidades e narrativas. São Paulo: Big Time, 2014. p. 73-113.