Ensino de Biologia e transsexualidade

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Sandro Prado Santos
Elenita Pinheiro de Queiroz Silva

Resumo

O artigo, parte de uma tese de doutorado defendida em 2018 no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia, defende que apesar de a disciplina escolar Biologia e de os cursos de formação docente em Ciências Biológicas serem, em geral, demarcados pela ideia da organização, da classificação, das representações anatómo-fisiológicas e genética do que pode ser entendido como masculino e feminino, é possível que outros modos, ideias, demarcações, sejam pensados e vividos nessa disciplina e na realização desses cursos. Neste trabalho, cuja pesquisa inicial está inserida no campo dos estudos que entrelaçam gênero, corpo, transexualidade e ensino de Biologia, apresenta-se análises e um diálogos-entrevista com docente de Biologia da rede pública do Estado de Minas Gerais. Configuramos enfrentamentos e dificuldades para com a ruptura de modelos duros do ensino de Biologia. Ao final, apontamos que outro ensino e outra educação em biologia são possíveis.


 

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Como Citar
Santos, S. P. ., & Silva, E. P. de Q. . (2019). Ensino de Biologia e transsexualidade. Ensino Em Re-Vista, 26(1), 147–172. https://doi.org/10.14393/ER-v26n1a2019-7
Seção
Dossiê Educação em Ciências, relações de gênero e sexualidades: velhos conflitos

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