O Brasil de Alexandre Dumas: crítica, recepção e circulação de O Conde de Monte Christo no Jornal do Commercio
DOI:
https://doi.org/10.14393/AM-v17n1-2020-56338Resumen
Alexandre Dumas (1802-1870) foi um escritor francês que durante sua carreira escreveu uma série de peças e romances que tinham lugar principalmente no passado, seja ele distante ou próximo de seu tempo. Em O Conde de Monte-Christo, uma de suas principais obras e que se passa entre 1815 e 1839, Dumas explora principalmente o conflito entre o bonapartismo e o realismo dentro da sociedade francesa, usando esse cenário conflituoso como espaço fundamental para o desenvolvimento dos personagens e das intrigas que os rodeiam. A obra, publicada no Brasil entre 1845 e 1846 no Jornal do Commercio, teve enorme sucesso dentre os brasileiros, o que torna possível levantar questionamentos sobre a maneira com que o leitor brasileiro poderia interpretar o uso da história francesa presente no romance. Desse modo, esse trabalho visa compreender com que olhos o público carioca do Jornal do Commercio relaciona os conteúdos das obras de Dumas, fortemente ligados à história nacional francesa, com uma possível criação de uma recém nascida nacionalidade brasileira. Partimos então a partir da questão sobre o olhar que os leitores do jornal viam as obras do autor: levando em grande consideração os elementos da história francesa e até mesmo os tendo como de grande importância e parte de sua identidade nacional, ou deixando esses aspectos de lado em prol de uma intriga característica do romance folhetinesco.
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