Vivência, formação de professores e a constituição da subjetividade docente: reflexões a partir de Vigotski e Espinosa sobre a relação afeto e intelecto

Resumo

O artigo reúne resultados de pesquisa de pós-doutorado realizada com o objetivo de analisar como a formação continuada de docentes pode vir a se constituir em espaço de vivências com potencial de (trans) formar a consciência sobre ser professor e, consequentemente, seu modo de pensar, sentir e agir, enfim, sua subjetividade. A pesquisa do tipo bibliográfica fundamenta-se nas ideias de Vigotski (1996, 2000, 2004, 2009, 2010) acerca da categoria vivência como unidade que explica as transformações da consciência humana na relação com o social e no diálogo que estabelece com Espinosa (2007, 2008) acerca da relação afeto-intelecto como mediação que explica a tomada de consciência acerca do real. Os resultados orientam a tese de que a formação continuada pode vir a se constituir em vivência quando a relação afeto-intelecto constituída na situação formativa colabora com a superação de necessidades formativas, gerando saltos qualitativos na consciência sobre ser professor e produz humanização. Conclui-se que a formação continuada como espaço de vivência organiza-se como conjunto de relações sociais que potencializam a humanização dos docentes, o pensar e sentir mediados por ideias adequadas que elevam as possibilidades de atuação profissional com maior poder de decisão, autonomia e capacidade criativa.