DA IMPOSSIBILIDADE DAS TERAPIAS PELA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL:

O FETICHE DA TÉCNICA MAIS APROFUNDADO QUE NUNCA

Authors

  • Marlon Nunes Silva Federal Center for Technological Education of Minas Gerais image/svg+xml

DOI:

https://doi.org/10.14393/OREG-v16-n1-2025-79785

Keywords:

inteligência artificial; técnica; psicanálise; transferência; indústria cultural; biopolítica.

Abstract

Discute-se a tese de que “Terapias por Inteligência Artificial” padecem de uma impossibilidade estrutural quando pretendem substituir a clínica fundada na transferência e no laço intersubjetivo. Partindo da crítica frankfurtiana ao fetichismo da técnica e da noção psicanalítica de desejo, argumenta-se que sistemas algorítmicos operam por cálculo e predição, enquanto a clínica se orienta pelo acontecimento singular do sujeito e pelo trabalho da palavra. Analisam-se: (1) o fetiche da técnica em contextos de racionalidade instrumental; (2) limites epistêmicos de modelos estatísticos de linguagem; (3) a centralidade da transferência e do ato clínico; (4) efeitos biopolíticos do governo algorítmico da vida; e (5) riscos éticos e políticos de medicalização automatizada. Conclui-se que a IA pode, no máximo, oferecer ferramentas auxiliares de gestão de informação, mas não pode ocupar o lugar do analista nem da relação terapêutica sem desfigurar o próprio sentido de cuidado.

Author Biography

  • Marlon Nunes Silva, Federal Center for Technological Education of Minas Gerais

    Doutorando em Estudos de Linguagens-CEFET/MG. Mestre em Estudos de Linguagens-CEFET/MG; Bacharel Licenciado em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Licenciatura em Letras pelo Centro Universitário Cidade Verde. Psicanalista pela Associação Brasileira de Filosofia e Psicanálise (ABRAFP). Membro Pleno da Ordem Nacional dos Psicanalistas (ONP) e do Conselho Brasileiro de Psicanálise Clínica (CBPC). Tem experiência na área de Geografia com ênfase em Geografia Fenomenológica, Geografia Crítica, Filosofia da Linguagem, Estética e Filosofia da Arte, Sociologia do Consumo, Psicanálise e Letramento. Atua principalmente nos respectivos seguimentos: Psicanálise, Letramento, Teoria Crítica de Frankfurt, técnica, estética, simulacros, artes, fenomenologia, Organização do Espaço Mundial, decolonialismo. Participa do Núcleo de Pesquisa Geografia Anticolonial (UFU), do Grupo de Pesquisa Letramento de Percurso: educação, formação docente, leitura e produção textual (UERGS), do Grupo de Pesquisa Patronas da Feira do Livro de Porto Alegre (UERGS) e do Núcleo de Pesquisas em Linguagem e Tecnologia (INFORTEC/CEFET/MG). Autor dos livros: "O Corpo Hiper-Real em Crash e a Festa Tecnológica: Sedução, Simulação Fragmentação"; "A Tecno(logia) Nossa de Cada Dia: Entre Deuses e Demônios", "Fragmentos Humanos: Uma autoajuda para que você descubra o sentido da vida e morra em paz", "SEXNDRAMA" e da obra poética: "A solidariedade vai até onde vai o interesse". Editor da Revista Cosmos. Conselheiro Editorial da Revista Amplamente.

Published

2025-10-09

How to Cite

DA IMPOSSIBILIDADE DAS TERAPIAS PELA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL:: O FETICHE DA TÉCNICA MAIS APROFUNDADO QUE NUNCA. (2025). Observatorium: Revista Eletrônica De Geografia, 16(1), 233-243. https://doi.org/10.14393/OREG-v16-n1-2025-79785