DA IMPOSSIBILIDADE DAS TERAPIAS PELA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL:
O FETICHE DA TÉCNICA MAIS APROFUNDADO QUE NUNCA
DOI:
https://doi.org/10.14393/OREG-v16-n1-2025-79785Keywords:
inteligência artificial; técnica; psicanálise; transferência; indústria cultural; biopolítica.Abstract
Discute-se a tese de que “Terapias por Inteligência Artificial” padecem de uma impossibilidade estrutural quando pretendem substituir a clínica fundada na transferência e no laço intersubjetivo. Partindo da crítica frankfurtiana ao fetichismo da técnica e da noção psicanalítica de desejo, argumenta-se que sistemas algorítmicos operam por cálculo e predição, enquanto a clínica se orienta pelo acontecimento singular do sujeito e pelo trabalho da palavra. Analisam-se: (1) o fetiche da técnica em contextos de racionalidade instrumental; (2) limites epistêmicos de modelos estatísticos de linguagem; (3) a centralidade da transferência e do ato clínico; (4) efeitos biopolíticos do governo algorítmico da vida; e (5) riscos éticos e políticos de medicalização automatizada. Conclui-se que a IA pode, no máximo, oferecer ferramentas auxiliares de gestão de informação, mas não pode ocupar o lugar do analista nem da relação terapêutica sem desfigurar o próprio sentido de cuidado.
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