Desenvolvimento de ferramenta de educação alimentar e nutricional

uma construção interdisciplinar e interprofissional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REP-2020-53184

Palavras-chave:

Atenção Primária à Saúde, Educação alimentar e nutricional, Práticas interdisciplinares, Educação interprofissional, Educação em saúde.

Resumo

Diante do contexto de retrocesso e de descaracterização do Sistema Único de Saúde (SUS) é fundamental manter os esforços de efetivação dos princípios desenvolvendo práticas sustentadas no provimento de atenção à saúde justa. O objetivo deste estudo foi relatar a experiência de desenvolvimento da ferramenta de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) denominada “Flor da escolha alimentar”. A Flor foi construída de forma interdisciplinar e interprofissional, a partir do trabalho de residentes em saúde da família, tutoras e preceptoras do programa de residência, profissionais servidoras da atenção primária à saúde e usuários do SUS. A ferramenta é o desenho de uma flor com seis pétalas de preenchimento individual para autoconhecimento e disparadora de discussões por meio dos temas: Acesso físico aos alimentos; Interferência da indústria na escolha alimentar; Influência do padrão de beleza; Impacto do tempo para alimentação; Respeito às preferências alimentares; e Impacto da renda na escolha alimentar. Tem como bases de discussão a promoção da alimentação adequada e saudável, os determinantes sociais da saúde e o distanciamento de posturas prescritivas e culpabilizantes. A divulgação do instrumento de EAN possibilita seu uso quando adaptado para diferentes realidades contribuindo com ações para o fortalecimento do SUS.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alyne Silveira Pereira, Universidade Federal de Santa Catarina

Especialista em Residência Multiprofissional em Saúde da Família pela Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil.

Janaina das Neves, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo, Brasil; professora associada III da Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil; coordenadora do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição do Escolar; membro da Rede de Fortalecimento em Segurança Alimentar e Nutricional.

Eliana Elisabeth Diehl, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutora em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Brasil, com estágio pós-doutoral na Universidad Rovira i Virgili, Espanha; professora titular do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil.

Cláudia Soar, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutora em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo, Brasil; professora adjunta do Centro de Ciêncas da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil.

Referências

AGUILAR-DA-SILVA, R. H; SCAPIN, L. T.; BATISTA, N. A. Avaliação da formação interprofissional no ensino superior em saúde: aspectos da colaboração e do trabalho em equipe. Avaliação (Campinas), Sorocaba, v. 16, n. 1, p. 165-184, mar. 2011. Doi: 10.1590/S1414-40772011000100009.

AZEVEDO, E. de. Alimentação, sociedade e cultura: temas contemporâneos Sociologias, Porto Alegre, v. 19, n. 44, p. 276-307, jan. 2017. Doi: 10.1590/15174522-019004412.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Emenda Constitucional nº 95, de 15 de novembro de 2016. Altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá outras providências. Lex: Legislação Federal e Marginalia, Porto Alegre, dez. 2016.

BRASIL. Ministério da Economia. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. PNAD 2009 – Primeiras Análises: Tendências Demográficas. Brasília, DF, 2010. (Comunicados do IPEA, n. 64).

BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de Educação Popular e Saúde. Brasília, DF: MS, 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização. Brasília, DF: MS, 2003.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 154, de 24 de janeiro de 2008. Cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF. Brasília, DF, 4 mar. 2008.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, DF, 17 abr. 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.979, de 12 de novembro de 2019. Institui O Programa Previne Brasil, que estabelece novo modelo de financiamento de custeio da Atenção Primária à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde, por meio da alteração da Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS, de 28 de Setembro de 2017. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 13 nov. 2019a.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2 ed. Brasília, DF: MS, 2014.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Marco de referência de educação alimentar e nutricional para as políticas públicas. Brasília, DF: MDS, 2012.

BRASIL. Presidência da República. Medida Provisória nº 870, de 1º de janeiro de 2019. Estabelece A Organização Básica dos órgãos da Presidência da República e dos Ministérios. Brasília, DF: 3 jan. 2019b.

BURITY, V. et al. Direito humano à alimentação adequada no contexto da Segurança Alimentar e Nutricional. Brasília, DF: Abrandh, 2010.

BUSS, P. M. Uma introdução ao conceito de promoção da saúde. In: CZERESNIA, D.; FREITAS, C. M. (org.). Promoção da saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003. p. 15-38.

BUSS, P. M.; PELLEGRINI FILHO, A. A saúde e seus determinantes sociais. Physis, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 77-93, abr. 2007. Doi: 10.1590/S0103-73312007000100006.

CASTIEL, L. D.; ÁLVAREZ-DARDET, C. A. A saúde persecutória: os limites da responsabilidade. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007. Doi: 10.7476/9788575412336.

CONSEA – CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL. Grupo de trabalho alimentação adequada e saudável: relatório final. Brasília, DF, 2007.

DIEZ GARCIA, R. W. Reflexos da globalização na cultura alimentar: considerações sobre as mudanças na alimentação urbana. Rev. Nutr., Campinas, v. 16, n. 4, p. 483-492, dez. 2003. Doi: 10.1590/S1415-52732003000400011.

FIAN BRASIL. O direito humano à alimentação adequada e à nutrição do povo Guarani e Kaiowá: um enfoque holístico. Brasília: FIAN Brasil, 2016.

FURTADO, J. P. Equipes de referência: arranjo institucional para potencializar a colaboração entre disciplinas e profissões. Interface, Botucatu, v. 11, n. 22, p. 239-255, ago. 2007. Doi: 10.1590/S1414-32832007000200005.

GARRAFA, V. Da bioética de princípios a uma bioética interventiva. Bioética, Brasília, v. 13, n. 1, p. 125-134, 2005. Doi: 10.26512/rbb.v13i0.7599.

GIOVANELLA, L. As origens e as correntes atuais do enfoque estratégico em planejamento de saúde na América Latina. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 26-44, mar. 1991. Doi: 10.1590/S0102-311X1991000100004.

MATTOS, R. da S.; LUZ, M. T. Sobrevivendo ao estigma da gordura: um estudo socioantropológico sobre obesidade. Physis, Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, p. 489-507, 2009. Doi: 10.1590/S0103-73312009000200014.

MATUDA, C. G; AGUIAR, D. M. de L; FRAZAO, P. Cooperação interprofissional e a Reforma Sanitária no Brasil: implicações para o modelo de atenção à saúde. Saúde Soc., São Paulo, v. 22, n. 1, p. 173-186, mar. 2013. Doi: 10.1590/S0104-12902013000100016.

MATUS, C. Estratégia y Plan. Santiago: Editorial Universitária, 1972.

MONTEIRO, C. A.; CASTRO, I. R. R. de. Por que é necessário regulamentar a publicidade de alimentos. Cienc. Cult., São Paulo, v. 61, n. 4, p. 56-59, 2009.

MONTEIRO, C. A. et al. Ultra-processed products are becoming dominant in the global food system. Obes. Rev., v. 14, suppl. 2, p. 21-28, nov. 2013. Doi: 10.1111/obr.12107.

MOREIRA, S. A. Alimentação e comensalidade: aspectos históricos e antropológicos. Cienc. Cult., São Paulo, v. 62, n. 4, p. 23-26, out. 2010.

MOROSINI, M. V. G. C.; FONSECA, A. F.; LIMA, L. D. de. Política Nacional de Atenção Básica 2017: retrocessos e riscos para o Sistema Único de Saúde. Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 42, n. 116, p. 11-24, jan. 2018. Doi: 10.1590/0103-1104201811601.

NAHAS, M. V.; BARROS, M. V. G de; FRANCALACCI, V. O pentáculo do bem estar: base conceitual para avaliação do estilo de vida de indivíduos ou grupo. Rev Bras Ativ Fis Saúde, Florianópolis, v. 5, n. 2, p. 48-59, 2000.

PROENÇA, R. P. da C. Alimentação e globalização: algumas reflexões. Cienc. Cult., São Paulo, v. 62, n. 4, p. 43-47, out. 2010.

RAMÍREZ, N. A. et al. Comprehensive Primary Health Care in South America: contexts, achievements and policy implications. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 27, n. 10, p. 1.875-1.890, Oct. 2011. Doi: 10.1590/S0102-311X2011001000002.

ULIAN, M. et al. Saúde e bem-estar na obesidade: paradoxo ou possibilidade? Revista de Cultura e Extensão, São Paulo, v. 14, p. 123-131, nov. 2015. Doi: 10.11606/issn.2316-9060.v14i0p123-131.

Downloads

Publicado

13-07-2020

Como Citar

PEREIRA, A. S.; NEVES, J. das; DIEHL, E. E.; SOAR, C. Desenvolvimento de ferramenta de educação alimentar e nutricional: uma construção interdisciplinar e interprofissional. Revista de Educação Popular, Uberlândia, p. 176–191, 2020. DOI: 10.14393/REP-2020-53184. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/53184. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Relatos de experiência