A Agroecologia na Educação do Campo no Ceará, Brasil
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Palavras-chave

Matriz Formativa
Juventude Camponesa
Política Contenciosa Territorial

Como Citar

OLIVEIRA, A. V. de; OLIVEIRA, A. M. de. A Agroecologia na Educação do Campo no Ceará, Brasil. Sociedade & Natureza, [S. l.], v. 36, n. 1, 2024. DOI: 10.14393/SN-v36-2024-70487. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/sociedadenatureza/article/view/70487. Acesso em: 21 nov. 2024.

Resumo

Neste artigo, analisamos a Agroecologia como matriz formativa da Educação do Campo no Estado do Ceará, Brasil. Observamos, também, que a agroecologia, desenvolvida nas escolas do campo no Ceará, possui caráter subversivo e, portanto, pode ser lida como uma ‘política contenciosa territorial’. Além do levantamento bibliográfico e da vivência na Escola do Campo Florestan Fernandes, localizada no Assentamento Santana, em Monsenhor Tabosa (CE), conversas informais e entrevistas semiestruturadas foram instrumentos de coleta de dados utilizados na pesquisa. O campo experimental e os quintais agroecológicos revelaram a diversidade de cultivos e criações. Ademais, as tecnologias sociais mostraram a eficiência da unidade camponesa, no contexto da escassez do semiárido. No currículo escolar, a base diversificada em articulação com a base comum dinamiza conhecimentos e práticas agroecológicas materializadas no território camponês. O projeto de ‘desenvolvimento socioterritorial’ vai sendo trabalhado junto aos educandos e todos os sujeitos envolvidos no processo educativo do MST. Nesse sentido, consideramos que as escolas do campo, no Ceará, com base na Pedagogia do Movimento e na Agroecologia, têm dinamizado o protagonismo da juventude camponesa que tem optado por estudar e permanecer, desenvolvendo novas leituras e alternativas para os desafios da luta pela soberania alimentar, educação de qualidade, com dignidade e justiça social no campo e na cidade.

https://doi.org/10.14393/SN-v36-2024-70487
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Copyright (c) 2023 ADELIANE VIEIRA DE OLIVEIRA, Alexandra Maria de Oliveira

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