Resumo
O estudo geoambiental através da integração dos elementos naturais com o uso e a cobertura da terra é uma proposta metodológica para o planejamento estratégico. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é realizar uma análise da susceptibilidade geoambiental, a partir do uso de análise multicritério, na bacia hidrográfica do Ribeirão Lajeado. Para isso, realizou-se a organização de materiais cartográficos: rede de drenagem, a declividade, a litologia, os solos, o uso e a cobertura da terra e as vias de acesso. Foram estabelecidos pesos normalizados a partir da técnica do processo analítico hierárquico (AHP). Esse cruzamento gerou o mapa de susceptibilidade geoambiental, definida em quatro unidades, a saber: I) baixa (área de topo plano com cobertura vegetal e nenhuma proximidade com as vias acessos); II) média (locais com algumas ocupações humanas ou com relevo suave ondulado); III) alta (áreas onde apresentam ampla ocorrência de estradas e rede de drenagem abundante, susceptíveis à intervenção antrópica, relacionadas principalmente as atividades agropecuária e áreas urbanas) e IV) muito alta (locais com estradas e porções de uso agropecuário com declividades maiores que 15%, presença de cicatrizes de fogo e áreas urbanas. Assim, a técnica AHP apresenta-se como uma importante ferramenta para o geoambiental, principalmente na definição de pesos para os fatores analisados.
Referências
REFERÊNCIAS
ABREU, W. L. et al. Zoneamento Geoambiental a partir das Unidades de Conservação: subsídios para a Gestão Integrada da Zona Costeira Paraense - Brasil. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 13, n. 06, p. 3042-3059, dez. 2020. https://doi.org/10.26848/rbgf.v13.6.p3042-3059
ALMEIDA FILHO, G. S.; SANTORO, J.; GOMES, L. A. Estudo da dinâmica evolutiva da boçoroca São Dimas no município de São Pedro, SP. In: Anais do Simpósio Brasileiro de Desastres Naturais, 1., Florianópolis, p. 73-86, 2004.
ALVES, M. R.; SILVA, J. C. Caracterização e avaliação da susceptibilidade a erosão de uma propriedade rural no município de Álvares Machado-SP. Colloquium Exactarum, v. 9, n. 3, jul./set., p. 57-64, 2017. https://doi.org/10.5747/ce.2017.v09.n3.e204
CARVALHO, A. P. P.; PEJON, O. J.; COLLARES, E. G. Geoenvironmental mapping and integrated analysis of the units within a protected area: municipality of Delfnópolis and the Serra da Canastra National Park, Brazil. Environmental Earth Sciences, online, v. 80, p. 1-18, fev. 2021. https://doi.org/10.1007/s12665-021-09469-x
CHAVES, C. L. Caracterização geológica, petrográfica, geoquímica e geocronológica do magmatismo granítico da região de Porto Nacional – TO. 2003. 150 f. Tese (Doutorado em Geologia e Geoquímica) – Universidade Federal do Para, Belém, PA, 2003.
CUNHA, N. R. S. et. al. A Intensidade da Exploração Agropecuária como Indicador da Degradação Ambiental na Região dos Cerrados, Brasil. RER, Piracicaba, SP, v. 46, n. 02, p. 291-323, abr./jun. 2008. https://doi.org/10.1590/S0103-20032008000200002
DIAS, N. O.; MARTINS, F. C. M.; BARROS; K. O. Geotecnologia aplicada à diagnose ambiental: Reserva Biológica de Pinheiro Grosso, Barbacena -MG. Sociedade e Natureza. Uberlândia, MG, v.32, p.126-140, 2020. https://doi.org/10.14393/SN-v32-2020-45716
FRANÇA, L. C. J. et al. Zoneamento da fragilidade ambiental de ecossistemas naturais e antropizados por meio de avaliação multicritério. Nativa, Sinop, v. 7, n. 5, p. 589-599, set./out. 2019. https://doi.org/10.31413/nativa.v7i5.7300
FURTADO, S. E.; CRISTO, S. S. V. Análise das transformações ambientais no entorno do Parque Estadual do Lajeado, Palmas – Tocantins. Geografia, Ensino e Pesquisa, v. 22, e. 13, p. 01-11, 2018. https://doi.org/10.5902/2236499429699.
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Portal do Topodata. Disponível em: http://www.webmapit.com.br/inpe/topodata/. Acesso em: 10 ago. 2020.
MARCHIORI-FARIA, D. G.; AUGUSTO FILHO, O. Mapeamento de perigo associado a escorregamentos em encostas urbanas utilizando o Processo de Análise Hierárquica (AHP). In: Simpósio Brasileiro de Cartografia Geotécnica e Geoambiental, Maringá, v. 7, 2010.
MARCHIORO E.; ANDRADE E. E.; OLIVEIRA J. C. Evolução Espaço-Temporal de Voçorocas no Espírito Santo: Estudo de caso nos Municípios de Afonso Cláudio e Alegre. Rev. Bras. Geomorfol. [online], São Paulo, v.17, n.1, jan-mar, p. 191-204, 2016. https://doi.org/10.20502/rbg.v17i1.712
MARQUES, G. N.; ZUQUETTE, L. V. Aplicação da técnica AHP para seleção de áreas para aterros sanitários – Região de Araraquara (SP), Brasil. In: PEJON, O. J.; ZUQUETTE, L. V. (eds.), Cartografia Geotécnica e Geoambiental. São Carlos. Suprema Gráfica Editora, p. 263-272, 2004.
MASCARENHAS, I. G. B.; FARIAS, K. M. S. Dinâmica da paisagem e relações com o uso do Solo e fragmentação da cobertura vegetal no município de Flores de Goiás (GO) entre 1985 e 2017. Élisée, Revista de Geografia da UEG, Porangatu, v. 7, n. 2, p.115-135, jul./dez, 2018.
MEDEIROS, J. F.; CESTARO, L. A. Using statistical techniques to conduct the geo-environmental compartmentalization of Serra de Martins-RN, Brazil. Sociedade e Natureza, [S. l.], v. 32, p. 404-415, 2020. https://doi.org/10.14393/SN-v32-2020-46691
NOWATZKI, A.; SANTOS, L. J. C. Mapeamento digital de Solos por pedometria com base em atributos topográficos da bacia hidrográfica do Rio Pequeno-Paraná. Revista Ra’e Ga – Curitiba, v.31, p.185-211, dez./2014. https://doi.org/10.5380/raega.v32i0.33769
OLIVEIRA, M. A. T. et al. Morfometria de encostas e desenvolvimento de boçorocas no médio vale do rio Paraíba do Sul. Geociências, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 9-23, 1994.
OLIVEIRA, M. A. T. Processos erosivos e preservação de áreas de risco de erosão por voçorocas. In: GUERRA, A. J. T. et al (orgs), Erosão e conservação dos solos: conceitos, temas e aplicações, 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. p. 57-99.
PAULA, B. L.; CERRI, L.E.S. Aplicação do Processo Analítico Hierárquico (AHP) para priorização de obras de intervenção em áreas e setores de risco geológico nos municípios de Itapecerica Da Serra E Suzano (SP), São Paulo, UNESP, Geociências, v. 31, n. 2, p. 247-257, 2012.
PINA, J. C.; OLIVEIRA, A. K. M.; BOCCHESE, R. A. Composição florística e potencial de uso das espécies em uma área do bioma Cerrado em Bandeirantes – MS. Research, Society and Development, v. 10, n. 1, 2021. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.11425
PIRES, R. R.; CARMO JUNIOR, G. N. R. Processos erosivos em rodovias: uma revisão sistemática sobre os métodos de previsão e monitoramento. Engineering and Science, v. 4, ed. 7, 2018. https://doi.org/10.18607/ES201876853
PONÇANO, W.L. et al. Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas. 1981, 94p.
RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. As principais fitofisionomias do bioma Cerrado. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P.; RIBEIRO, J. F. (org.). Cerrado: ecologia e flora. Ecologia e flora. Brasília: Embrapa, 2008. p. 151-222.
RIBEIRO, P. S. E.; ALVES, C. L. Geologia e Recursos Minerais da Região de Palmas: Folha Miracema do Norte (SC.22-X-D), Porto nacional (SC.22-Z-B) e Santa teresinha (SC.22-Z-a). escala 1:250.000. Goiânia: CPRM, 2017.
ROBAINA, L. E. S.; TRENTIN, R. Estudos e zoneamento geoambiental do município de São Francisco de Assis – Oeste do Rio Grande do Sul. Revista de Geografia e Ordenamento do Território (GOT), n.16, março, p. 323-344, 2019. http://dx.doi.org/10.17127/got/2019.16.014
ROBAINA, L. E. S.; TRENTIN, R. Compartimentação Geoambiental no município de São Vicente do Sul, RS, Brasil. Terr@Plural, Ponta Grossa, v. 15, p. 1-15, 2021. https://doi.org/10.5212/TerraPlural.v.15.2113645.008
ROSS, J. L. S. Análise empírica da fragilidade dos ambientes naturais e antropizados. Revista Departamento de Geografia, São Paulo: USP, p. 63-74, 1994. https://doi.org/10.7154/RDG.1994.0008.0006
SAATY, T. L. Método de análise hierárquica. São Paulo: McGraw-Hill Publisher, 1991. 367 p.
SAATY, T.L. How to Make a Decision: The Analytic Hierarchy Process. The Institute for Operations Research and the Management Sciences. Interfaces, v. 24, n. 6, p. 19-43, 1994. https://doi.org/10.1287/inte.24.6.19
SANTOS, V. S.; ROBAINA, L. E. S.; TRENTIN, R. Compartimentação geomorfométrica da bacia hidrográfica do Rio Jaguari - Oeste do RS. Geosul, v. 35 n. 76, p.87-106, 2020. https://doi.org/10.5007/2177-5230.2020v35n76p87
SEPLAN - Secretaria de Planejamento do estado do Tocantins. Perfil socioeconômico dos municípios: Lajeado. 2017. Disponível em: https://central3.to.gov.br/arquivo/348406/. Acesso em: 9 set. 2021.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Disponível em: https://geosgb.cprm.gov.br/geosgb/downloads.html. Acesso em: 15 jun. 2021.
SILVA, G. G.; OLIVEIRA, L. N. Análise da suscetibilidades e potencial à erosão laminar no município de São Miguel do Araguaia – GO. Anais XVII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, João Pessoa-PB, Brasil, 2015.
SOUSA, P. A. B.; BORGES, R. S. T.; DIAS, R. R. Atlas do Tocantins: subsídios ao planejamento da Gestão Territorial. Palmas: SEPLAN, 2012. 80p.
SOUSA, T. M. I.; SARAIVA, A. G. S.; PAZ, A. R. Distâncias relativas à rede de drenagem: euclidiana x caminho de fluxo. Anais XVII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, João Pessoa-PB, Brasil, 2015.
USGS - United States Geological Survey. (2021). Disponível em: https://earthexplorer.usgs.gov/ Acesso em: 11 agosto de 2021.
VAZ, P. T., RESENDE, N. G. A. M., WANDERLEY FILHO, J. R., TRAVASSOS, W. A., Bacia do Parnaíba. Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro 15, 253-263, 2007.
VEDOVELLO, R. Aplicações da cartográfica geoambiental. In: 5° Simpósio Brasileiro de Cartografia Geotécnica. (org.) PEJON, O. J., ZUQUETTE, L. V. São Carlos: Anais, 2004.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2022 Lucas Silva Ribeiro, Luís Eduardo Souza Robaina, Sandro Sidnei Vargas Cristo