Resumo
Estudos voltados à compreensão da vulnerabilidade socioespacial, tendo a bacia hidrográfica como recorte espacial, são importantes para subsidiar o prognóstico e o planejamento frente à ocorrência de secas e inundações. Dessa forma, o objetivo da pesquisa foi analisar a vulnerabilidade socioespacial da Sub-bacia Hidrográfica do rio Piracuruca à ocorrência de secas e inundações. A Sub-bacia está localizada entre os estados do Ceará e do Piauí, drena uma área de 7.704 km2 e apresenta-se bastante heterogênea, tanto do ponto de vista biofísico quanto socioeconômico. Ao estudo foi aplicado modelo de estatística multivariada Análise Fatorial (AF) e método de estimação Análise das Componentes Principais (ACP), a partir do emprego de variáveis – demográficas, de infraestrutura, de saneamento básico, naturais, econômica e social da população – considerando os 296 (duzentos e noventa e seis) setores censitários, do censo demográfico de 2010. Destaca-se que a partir desse método/modelo e integração dos elementos Criticidade (características e comportamento da população) e Capacidade de Suporte (infraestrutura) foi possível a construção do índice de vulnerabilidade socioespacial (IVSE) da Sub-bacia do rio Piracuruca. Desse modo, as variáveis utilizadas para conhecimento da Criticidade apontaram que em 87 (29,4%) setores da Sub-bacia predomina a classe alta. Por sua vez, inferiu-se por meio da Capacidade de Suporte que 137 (46,3%) setores da Sub-bacia encontra-se na classe muito alta. Entretanto, o índice de vulnerabilidade socioespacial indicou a predominância da classe baixa, que se distribui por 172 (58,1%) setores da Sub-bacia pesquisada.Contudo, é necessário realizar investimento para melhoria dos indicadores socioeconômicos e redução da Criticidade e manutenção da Capacidade de Suporte.
Referências
BAKKE, H. A.; LEITE, A. S. M.; SILVA, L. B. Estatística multivariada: aplicação da análise fatorial na engenharia de produção. Revista Gestão Industrial, v.04, n.04, p.01-14, 2008. https://doi.org/10.3895/S1808-04482008000400001
BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretaria Nacional de Defesa Civil. Centro de Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres. Anuário brasileiro de desastres naturais: 2013. – Brasília: CENAD, 2014.
CAMPOS-VARGAS, M.; TOSCANA-APARICIO, A.; ALANÍS, J. C. 2015. Riesgo socionaturales: vulnerabilidad socioeconómica, justicia ambiental y justicia espacial. Cuadernos de Geografía: Revista Colombianade Geografía, Bogotá, Colombia, v.24, n.2, p.53-69, jul.-dic. del 2015. https://doi.org/10.15446/rcdg.v24n2.50207
CPRM - Serviço Geológico do Brasil.Ministério de Minas e Energia. Mapas estaduais de geodiversidade: Ceará. Rio de Janeiro: CPRM. 2006a. Documento cartográfico em arquivo vetorial. Available at <http://geobank.sa.cprm.gov.br>. Access on: Jan. 14, 2014.
________. Mapas estaduais de geodiversidade: Piauí. Rio de Janeiro: CPRM. 2006b. Documento cartográfico em arquivo vetorial. Available at <http://geobank.sa.cprm.gov.br>. Access on: Jan. 14, 2014.
________. Mapa Geológico do Estado do Piauí. 2ª Versão. Teresina, 2006c.
CUNHA, L.; MENDES, J. M.; TAVARES, A.; FREIRIA, S. Construção de modelos de avaliação de vulnerabilidade social a riscos naturais e tecnológicos: o desafio das escalas. O processo de Bolonha e as reformas curriculares da geografia em Portugal. Presentedatthe. Coimbra, Portugal, 2011. https://doi.org/10.14195/978-989-26-0244-8_71
CUTTER, S. L. A ciência da vulnerabilidade: modelos, métodos eindicadores. RevistaCrítica de CiênciasSociais[Online], Coimbra, Portugal, v.93, 2011. https://doi.org/10.4000/rccs.165
________. The vulnerability of science and the science of vulnerability.Annals of the Association of American Geographer.n. 93, p.1-12, 2003. https://doi.org/10.1111/1467-8306.93101
FIELD, A. Descobrindo a estatística usando SPSS. Tradução: LoríViali. 2. ed. Porto Alegre: Artme, 2009.
FRAGOSO, M. L. C.; GEHLEN, V. R. F.; SILVA, T. A. S. A Condição das Mulheres Diante das Situações de Desastres Naturais. Revista Brasileira de Geografia Física, v.03,p.473-487, 2012. https://doi.org/10.26848/rbgf.v5i3.232839
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Agregados por setores censitários dos resultados de universo.Censo 2010. Available at: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/defaulttab_agregado.shtm>. Access on: Jun. 25, 2018.
________. Malha municipal digital do Brasil: situação em 2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2014. Available at: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/malhas_digitais/>. Access on: Apr. 04, 2016.
INDE - Infraestrutura Nacional de Dados Especiais. Mapa de Solos da Folha SB.24 - Jaguaribe. Available at: <http://www.visualizador.inde.gov.br/>. 2014. Access on: Sep. 13, 2018.
LAVELL, A. Gestión Ambiental y Gestión del Riesgo de Desastre en el Contexto del Cambio Climático: Una Aproximación al Desarrollo de un Concepto y Definición Integral para Dirigir la Intervención a través de un Plan Nacional de Desarrollo. Departamento Nacional de Planeación-DNP. Subdirección de Desarrollo Ambiental Sostenible. 2010.
LIMA, P. H. G. Promoção Imobiliária em Teresina/PI: Uma análise do desenvolvimento da produção privada de habitações – 1984/1999. 101f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Urbano). Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Artes e Comunicação, Recife - PE, 2001.
MARCELINO, E. V. Desastres naturais e geotecnologias: conceitos básicos. São José dos Campos: INPE, 2008. 38p.
MARTINEZ, L.; FERREIRA, A. Análise de dados com SPSS: primeiros passos. Lisboa: Escolar editora, 2010.
MENDES, J.; TAVARES, A. O.; CUNHA, L.; FREIRIA, S. A vulnerabilidade social aos perigos naturais e tecnológicos em Portugal. Revista Crítica de Ciências Sociais, n.93, p.95-128, junho 2011. https://doi.org/10.4000/rccs.90
NUNES, L. H. Urbanização e desastres naturais. – São Paulo: Oficina de Textos, 2015.
RAMOS, M. H. R. (org.). Metamorfoses sociais e políticas urbanas. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
ROGERSON, P. A. Métodos estatísticos para geografia: um guia para o estudante. Tradução técnica: Paulo Fernando Braga Carvalho, José Irineu Rangel Rigotti. – 3. ed. – Porto Alegre: Bookman, 2012.
SALES, M. C. L. Evolução dos estudos de desertificação no Nordeste brasileiro. Revista GEOUSP, Espaço e Tempo, São Paulo, SP, n.11, p.115-126, 2002.
SANTOS, F. A. Resiliência ambiental a secas e a inundações na Sub-bacia Hidrográfica do rio Piracuruca (CE-PI). 268p. Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências e Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Geografia, Fortaleza, 2019.
SELA - Sistema Económico Latinoamericano y del Caribe. Lineamentos para la cooperación entre gobiernos y el sector privado en la reducción de riesgo de desastres. Enfoques, avances y retos. In: Seminario Regional “Cooperación entre gobiernos y sector privado para a reducción del riesgo de desastres en América Latina y el Caribe: Enfoques, avances y retos”. SP/SR-CGSPRRD/DT nº 2-11. Ciudad de Panamá, Panamá. 2011.
USGS - UnitedStates Geological Service (Serviço Geológico dos Estados Unidos). Earth Explorer – Digital Elevation – SRTM 1 Arc-Second Global. 2017. Available at <http://earthexplorer.usgs.gov/>. Access on: Nov. 23, 2017.
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem em revista de acesso público, os artigos são licenciados sob Creative Commons Attribution (BY), que permite o uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o trabalho original seja devidamente citado.