Resumo
O presente artigo tem por objetivo analisar a coleta da erva-mate (Ilex paraguariensis) pela população cabocla nas florestas do Vale do Rio do Peixe e Oeste de Santa Catarina, e o processo de apropriação privada da terra e ruptura nessa prática, que se torna mais intenso a partir da década da Primeira República. Nessa região se estabeleceu, desde as primeiras décadas do século XIX, uma significativa parcela de famílias caboclas, na maioria sob o regime da posse, às margens dos latifúndios pastoris localizados nas áreas de campos naturais. Sua fonte de renda básica era ligada à práticas relacionadas à exploração de recursos da floresta, como a extração da erva-mate. Isso foi se desestruturando à medida que uma nova dinâmica sócio-espacial ligada à economia capitalista, representada pela propriedade privada da terra, com a posterior colonização, o cercamento das terras e a exploração madeireira passaram a se fazer presentes na região, principalmente a partir das primeiras três décadas do século XX.Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem em revista de acesso público, os artigos são licenciados sob Creative Commons Attribution (BY), que permite o uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o trabalho original seja devidamente citado.
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