Resumo
Os discursos recentemente formulados por grupos sociais relacionados ao meio rural sobre áreas protegidas trazem de volta o antigo confl ito entre o rural e o urbano, conhecido na literatura como urban bias. O pressuposto subjacente neste confl ito é de que o viés urbano das políticas públicas está orientado para transferir riqueza do campo para as áreas urbanas, reproduzindo, desta forma, a pobreza no campo. Analisa-se aqui como reagem os proprietários de imóveis, nos quais se desenvolvem ações relacionadas ao turismo rural, quanto às políticas públicas sobre áreas de conservação. A verifi cação empírica fundamenta-se em entrevistas efetuadas com 22 proprietários rurais, no entorno do Parque do Iguaçu, Paraná. Os resultados indicam que quase todos entrevistados acreditam que a existência de áreas protegidas traz benefícios para a sociedade; mas, ao considerar o desenvolvimento local e o imóvel, um número expressivo tende a uma percepção negativa das áreas protegidas, em razão do modelo político de conservação que imputa aos donos dos empreendimentos rurais o custo total, enquanto toda a sociedade recebe os benefícios. Discute-se a necessidade de revisão das políticas públicas voltadas para a conservação, no sentido de dividir com toda a sociedade os custos resultantes de medidas que benefi ciam a todos.Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem em revista de acesso público, os artigos são licenciados sob Creative Commons Attribution (BY), que permite o uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o trabalho original seja devidamente citado.
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