Percepções e adaptações às mudanças climáticas na Cordilheira Branca, Peru
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Palavras-chave

Geleiras tropicais
Desastres glaciais
Etnografia
Comunidades campesinas

Como Citar

FIGUEIREDO, A. R.; SIMÕES, J. C.; MENEGAT, R.; STRAUSS, S.; RODRIGUES, B. B. Percepções e adaptações às mudanças climáticas na Cordilheira Branca, Peru. Sociedade & Natureza, [S. l.], v. 31, 2019. DOI: 10.14393/SN-v31-2019-45623. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/sociedadenatureza/article/view/45623. Acesso em: 22 jul. 2024.

Resumo

As mudanças climáticas e os desastres glaciais afetam diretamente as populações periglaciais andinas nas esferas ambientais, sociais, econômicas e culturais. O aquecimento atmosférico regional está provocando a crescente retração das geleiras na Cordilheira Branca (Peru) ao longo das últimas décadas. O derretimento dessas geleiras implica, entre outras consequências, na formação de lagoas glaciais e o acréscimo do volume daquelas pré-existentes, o que aumenta a possibilidade de desastres glaciais. Assim, este trabalho relata investigações sobre percepções, adaptações e inadaptações às mudanças climáticas e aos desastres glaciais na Cordilheira Branca, Departamento de Ancash, Peru, por meio do método etnográfico junto às comunidades campesinas de Vicos e Humacchuco, incluindo a observação direta e entrevistas semiestruturadas com gestores e campesinos. As medidas adotadas pelos gestores são, predominantemente, obras de engenharia para reduzir os desastres, como o aumento dos diques e do desague das lagoas. A retração das geleiras, como apontada pelas próprias comunidades campesinas, é a principal percepção dos impactos das mudanças climáticas. Sugerimos que a escolha de locais seguros para habitar pelas comunidades campesinas é a principal estratégia de adaptação e é relacionada à um etnoconhecimento ancestral. A reterritorialização dos locais suscetíveis aos desastres glaciais se dá pela necessidade de se ter um lugar (para plantar, para viver), mas também devido aos sentimentos topofílicos pelo elo afetivo entre a pessoa e o lugar. Há uma questão central, estrutural e estruturante, que se soma a esses problemas: o modelo de desenvolvimento vigente na sociedade pós-colonial peruana tende a complexificar possíveis estratégias de adaptação às mudanças climáticas nos Andes.

https://doi.org/10.14393/SN-v31-2019-45623
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