As armadilhas para a profissão docente quando professora é “tia”
DOI:
https://doi.org/10.14393/REP-2024-73048Palavras-chave:
Representação social, Relações de gênero e docência, Educação infantil e fundamental, Valorização do trabalho docenteResumo
O presente trabalho visa compreender as representações sociais das professoras que atuam na educação infantil e no ensino fundamental sobre a profissão e as razões que as levam a se autointitular “tia” ou recusarem o uso do termo. Trata-se de um estudo bibliográfico em que foram selecionados livros, teses e artigos a partir de temas como: as representações sociais da docência, a identidade do professor, valorização docente, profissionalização do magistério, relações de gênero e docência. A pesquisa foi embasada, portanto, a partir de aportes teóricos desenvolvidos por autores da área, a exemplo de Freire (2007), Santos (2010), Rufino (2020), Saviani (2009), e Sousa e Magalhães (2021). Dentre os resultados obtidos, os estudos têm indicado que as representações sociais das professoras são formadas a partir do contexto histórico da profissão, dos grupos e contextos em que vivem, além de questões políticas e econômicas, fatores fundamentais para a formação dos indivíduos e a construção de identidades profissionais. Ao término deste trabalho, é esperado que a abordagem proposta provoque reflexões aos leitores sobre a importância da valorização da profissão docente, sobretudo considerando as questões de gênero e sobre como as professoras poderão se perceber como trabalhadoras que exercem uma função fundamental para o desenvolvimento da sociedade.
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