Educação, direitos humanos e Movimento de Trabalhadoras Sexuais
na batalha transformando mundos a partir de uma perspectiva freireana
DOI:
https://doi.org/10.14393/REP-2023-69196Palavras-chave:
Educação popular, Direitos Humanos, Trabalhadoras sexuais, BatalhaResumo
O presente artigo tem como objetivo refletir acerca da educação relacionada aos direitos humanos, tendo como referência a experiência do Movimento de Trabalhadoras Sexuais no Brasil. Em termos metodológicos e epistemológicos, trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, que tem como ponto de partida as reflexões e tessituras construídas a partir de estudos sobre prostituição, trabalho sexual e movimento de trabalhadoras sexuais. Desse modo, foram realizadas buscas, levantamentos de estudos e revisões de obras acerca da temática abordada com o intuito de contribuir na fundamentação teórica deste estudo. Além disso, fez parte da metodologia considerar as narrativas e vozes das interlocutoras do presente estudo como parte fundamental da análise de dados. A discussão apresentada pretende problematizar as discussões, perguntas e reflexões acerca da educação, dos direitos humanos e do Movimento de Trabalhadoras Sexuais, apontando que esse Movimento se configura também como movimento social, construindo outros modos de fazer educação, um que fazer histórico que propõe uma práxis político-educativa desde a batalha. Assim, legitima-se que os saberes construídos no interior do Movimento de Trabalhadoras Sexuais lançam luzes e apontam inédito-viáveis para a construção de um mundo mais diverso.
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