Sentidos sobre Apoio Matricial produzidos por trabalhadores da Atenção Básica do extremo sul do Rio Grande do Sul

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REP-2021-57772

Palavras-chave:

Psicologia, Atenção Primária à Saúde, Estratégia Saúde da Família, Apoio Matricial

Resumo

O presente estudo teve por objetivo analisar os sentidos produzidos sobre a prática do Apoio Matricial por trabalhadores da saúde atuantes na Atenção Básica. Foi realizada uma pesquisa qualitativa amparada pela perspectiva construcionista social. Três grupos focais foram analisados segundo a teoria de produção de sentidos no cotidiano. No primeiro momento, foram realizados grupos focais com trabalhadores de uma equipe Estratégia Saúde da Família (ESF) e Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) separadamente. No segundo momento, foi realizado um grupo focal com ambas as equipes conjuntamente. Os grupos focais foram audiogravados, transcritos, sistematizados e posteriormente analisados. Foram construídos os eixos temáticos: Definições de Apoio Matricial, a Formação para o Apoio Matricial e os Processos de trabalho. Apresentam-se nos resultados, os sentidos produzidos sobre o “compartilhar” ou “passar casos”; a formação insuficiente ou o não reconhecimento da dimensão teórico-pedagógica do apoio matricial; bem como os impasses nos processos de trabalho e soluções para o Apoio Matricial. Destaca-se a importância de se proporcionar espaços para que as equipes da ESF e NASF discutam a respeito do processo de trabalho de forma reflexiva e crítica. O apoio matricial consiste em uma ferramenta rica para que a clínica ampliada se torne mais efetiva.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Brenda Rodrigues Ongaratto, Universidade Federal do Rio Grande

Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil; residente do Programa de Residência Multidisciplinar em Saúde da Família na mesma instituição.

Daniela Barsotti Santos, Universidade Federal do Rio Grande

Doutora em Enfermagem pela Universidade de São Paulo, Brasil; período sanduíche no Institut National de la Santé et la Recherche Médicale e estágio pós-doutoral em Saúde Coletiva pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil; professora adjunta no Instituto de Ciências Humanas e da Informação da Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil.

Ceres Braga Arejano, Universidade Federal do Rio Grande

Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil; professora adjunta na Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil.

Referências

ARAÚJO, E.; GALIMBERTTI, P. A colaboração interprofissional na Estratégia de Saúde da Família. Psicologia & Sociedade, Recife, v. 25, n. 2, p. 461-468, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/psoc/a/vFKZFXT58XWLj6sdKXhDP3w/abstract/?lang=pt. Acesso em: 15 maio 2020.

AREJANO, C. B.; MARTINS, S. R. Residência multiprofissional em saúde da família: contextualizando as transformações no campo da pedagogia da formação. In: KNUTH, A. G.; AREJANO, C. B.; MARTINS, S. R. Trajetórias de composição do Sistema Único de Saúde pelas Residências Multiprofissionais em Saúde. Rio Grande: Editora da FURG, p. 55-74, 2016.

BISPO JUNIOR, J. P.; MOREIRA, D. C. Educação permanente e apoio matricial: formação, vivências e práticas dos profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família e das equipes apoiadas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 33, n. 9, 2017. Doi: 10.1590/0102-311X00108116. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/8dTstJy4fjXWTkTPNkMTgrn/abstract/?lang=pt. Acesso em: 16 maio 2020.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n° 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf. Acesso em: 16 jun. 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. 4. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 2.979, de 12 de novembro de 2019, Institui o Programa Previne Brasil, que estabelece novo modelo de financiamento de custeio da Atenção Primária à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde, por meio da alteração da Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-2.979-de-12-de-novembro-de-2019-227652180. Acesso em: 10 maio 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 1.996, de 20 de agosto de 2007. Dispõe sobre as diretrizes para a implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde e dá outras providências. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2007/prt1996_20_08_2007.html. Acesso em: 15 maio 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 154, de 24 de janeiro de 2008. Cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/prt0154_24_01_2008.html. Acesso em: 17 maio 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Dispõe aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html. Acesso em: 16 maio 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Programa de Agentes Comunitários de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS: documento base para gestores e trabalhadores do SUS. 4. Ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família, Caderno 27, Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizasus_documento_gestores_trabalhadores_sus.pdf. Acesso em 20 maio 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n. 34).

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção À Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n. 39).

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde Departamento de Saúde da Família. Nota Técnica 3/2020. Disponível em: https://www.conasems.org.br/wp-content/uploads/2020/01/NT-NASF-AB-e-Previne-Brasil-1.pdf. Acesso em: 15 jul. 2020.

CAMPOS, G. W. S. et al. A aplicação da metodologia Paideia no apoio institucional, no apoio matricial e na clínica ampliada. Interface, Botucatu, v. 18, supl. 1, p. 983-995, 2014. Doi: 10.1590/1807-57622013.0324. Disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/DTWSYxgyjHpg9tJfGD5yVkk/?lang=pt . Acesso em: 17 jul.2020.

CAMPOS, G. W. S. Um método para análise e cogestão de coletivos. São Paulo: Hucitec, 2000.

CAMPOS, G. W. S.; DOMITTI, A. Apoio matricial e equipe de referência: uma metodologia passa gesto do trabalho interdisciplinar em saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 2, p. 399-407, 2007. Doi: 10.1590/S0102-311X2007000200016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/VkBG59Yh4g3t6n8ydjMRCQj/?lang=pt. Acesso em: 15 maio 2020.

CASTRO, C. P.; CAMPOS, G. W. S. Apoio matricial como articulador das relações interprofissionais entre serviços especializados e atenção primária à saúde. Physis, Rio de Janeiro, v. 26, n. 2, p. 455-481, 2016. Doi: 10.1590/S0103-73312016000200007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/physis/a/XpnFPRvjFG3GpdQRLKHnBGF/abstract/?lang=p. Acesso em: 15 maio 2020.

CECCIM, R. B. Educação Permanente em Saúde: desafio ambicioso e necessário. Interface Botucatu, v. 9, n. 16, p. 161-77, set. 2004-fev. 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/jC4gdtHC8RPLWSW3WG8Nr5k/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 17 maio 2020.

CECCIM, R. B.; FEUERWERKER, L. C. M. O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e controle social. Physis, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 41-65, jun. 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/j/physis/a/GtNSGFwY4hzh9G9cGgDjqMp/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 15 jun. 2020.

CUNHA, G. T.; CAMPOS, G. W. S. Apoio matricial e atenção primária em saúde. Saude Soc., São Paulo, v. 20, n. 4, p. 961-970, dec. 2011. Doi: 10.1590/S0104-12902011000400013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sausoc/a/JFWjx7YnMz7mcDjFNDpxRcc/abstract/?lang=pt. Acesso em: 16 maio 2020.

FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

MENDES, E. V. Atenção primária à saúde no SUS. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, 2002.

OLIVEIRA, M. M.; CAMPOS, G. W. S. Apoios matricial e institucional: analisando suas construções. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 229-238, 2015. Doi: 10.1590/1413-81232014201.21152013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/XBVyRj8fpzcc3q6GtXDGCpQ/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 15 maio 2020.

OLIVEIRA, M. M.; CAMPOS, G. W. S. Formação para o Apoio Matricial: percepção dos profissionais sobre processos de formação. Physis, Rio de Janeiro, v. 27, n. 2, p. 187-206, 2017. Doi: 10.1590/S0103-73312017000200002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/physis/a/pnCPdtDKdTjTHLvzgQ8kkrS/?lang=pt. Acesso em: 15 maio 2020.

ROCHA, J. S. Y.; CACCIA-BAVA, M. C. G. G. A atenção básica na construção da saúde. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, supl. 1, p. 1340-1343, out. 2009. Doi: 10.1590/S1413-81232009000800005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/gfjcLVxwjfrTtWc4X7NP4gd/?lang=pt. Acesso em: 14 jun. 2020.

SPINK, M. J.; FREZZA R. M. Práticas discursivas e produção de sentido. In: SPINK, M. J. Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano: aproximações teóricas e metodológicas. 2. ed. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisa Social, 2013. p. 1-21. Disponível em: http://www.bvce.org.br/DownloadArquivo.asp?Arquivo=SPINK_Praticas_discursivas_e_producao_FINAL_CAPA_NOVAc.pdf. Acesso em: 22 maio 2020.

SPINK, M. J.; MEDRADO, B. Produção de sentido no cotidiano. In: SPINK, M. J. Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano: aproximações teóricas e metodológicas. 2. ed. Rio de Janeiro, 2013. p. 22-41. Disponível em: http://www.bvce.org.br/DownloadArquivo.asp?Arquivo=SPINK_Praticas_discursivas_e_producao_FINAL_CAPA_NOVAc.pdf. Acesso em: 22 maio 2020.

TESSER, C. D. Núcleos de apoio à saúde da família, seus potenciais e entraves: uma interpretação a partir da atenção primária à saúde. Interface, Botucatu, v. 21, n. 62, p. 565-578, set. 2017. Doi: 10.1590/1807-57622015.0939. Disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/zBhWdfDtYq67F3874K6KY8F/abstract/?lang=pt. Acesso em: 15 maio 2020.

Downloads

Publicado

31-08-2021

Como Citar

ONGARATTO, B. R. .; SANTOS, D. B.; AREJANO, C. B. Sentidos sobre Apoio Matricial produzidos por trabalhadores da Atenção Básica do extremo sul do Rio Grande do Sul. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 20, n. 2, p. 18–33, 2021. DOI: 10.14393/REP-2021-57772. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/57772. Acesso em: 22 nov. 2024.