Participação popular em saúde mental
sobre a amplificação de vozes em tempos sombrios
DOI:
https://doi.org/10.14393/rep-v19n12020-49976Palavras-chave:
Educação em Saúde, Participação popular, Saúde MentalResumo
O presente estudo foi desenvolvido no âmbito da formação em serviço conectado ao Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental da Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana, Paraná, (Turma 2016-2018), tendo como cenários de práticas os dois Centros de Atenção Psicossocial da cidade. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com a realização de entrevistas semiestruturadas, com questões semiabertas aplicadas a doze usuários, objetivando identificar as percepções dos usuários quanto à participação popular no contexto de seu processo de cuidado, à luz das discussões sobre educação popular em saúde. Os resultados indicaram que os usuários pouco conhecem sobre a questão da luta de direitos no Sistema Único de Saúde, especificamente na saúde mental; e também indicaram ausência ou insuficiência de ações viabilizadoras de acesso a informações por parte dos serviços, ocasionando pouca ou nenhuma representatividade nos espaços de participação popular na esfera municipal. A educação popular em saúde, considerada como uma nova forma de pensar e fazer saúde, na qual as pessoas são vistas como sujeitos capazes de superar o instituído, de serem protagonistas de seu cuidado e partícipes na luta por condições de saúde, foi apontada como estratégia para o fomento da mobilização coletiva dos usuários.
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