Jovens-pobres-jogadores de futebol e suas possibilidades escolares
uma cartografia da educação escolar dos jogadores das categorias de base do futebol brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.14393/rep-v18n12019-45771Palabras clave:
Jovens-jogadores, Futebol, Educação Escolar, Subjetividade, Categoria de BaseResumen
Com o objetivo central de compreender, por meio da cartografia, como o processo de subjetivação do jogador de futebol em formação produz sentidos acerca da educação escolar, é que a pesquisa que origina este artigo foi motivada. O que apresentamos neste texto é resultado de cartografia em um clube de futebol brasileiro e entrevistas realizadas com dez jogadores em formação das categorias de base sub-15, sub-17 e sub-20, e treinadores e profissionais do clube pesquisado. Como resultado, constatou-se que a educação escolar para jovens-jogadores advindos de famílias pobres se apresenta a partir de duas possibilidades: a educação escolar clubística ou a educação para jovens e adultos. São estes jovens os mais prejudicados quando o sonho futebolístico não se materializa, visto que desde cedo optam pelo futebol enquanto profissão e abdicam de uma educação escolar potente. Observou-se, ainda, que existem casos, mesmo sendo poucos, de jogadores-universitários, os quais percebem o ambiente educacional como uma linha de fuga para romper o padrão hegemônico de formação esportiva oferecida pelas categorias de base do futebol brasileiro.
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