Entre versos e reversos

um olhar sobre o ambiente urbano e a atividade física como urgência social em saúde coletiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REP-2024-72492

Palavras-chave:

Espaços urbanos, Atividade física, Literatura de cordel, Estratégia de saúde

Resumo

A atividade física é determinada por fatores pessoais, interpessoais e ambientais e sua diminuição resulta na elevação da carga de doenças crônicas e oneração dos sistemas de saúde. Objetivou-se refletir sobre a interação entre atividade física e o processo de urbanização e seu impacto na saúde da coletividade. Pesquisa qualitativa produzida pelo método de análise textual, com base no poema “Urbanicidade”, a qual foi delineada com base nas unidades temáticas: (i) Tensões socioespaciais na urbanização moderna: desigualdades na infraestrutura urbana e a promoção da saúde; (ii) Carência de espaços, estruturas adequadas e segurança nos espaços urbanos para o lazer e atividade física em áreas de baixa renda; (iii) Repercussão da urbanização na limitação da mobilidade e a necessidade de criação de espaços para atividade física; (iiii) Impactos da urbanização na redução da atividade física, prejuízos à saúde decorrentes do estilo de vida sedentário e oneração do Estado. A atividade física como fator de prevenção e promoção da saúde e sua relação com atributos ambientais urbanos é evidenciada no poema e confirmada pela literatura. Tais atributos, quando não favoráveis colaboram para o sedentarismo inconsciente. Ademais, sem intervenções urgentes, aumentarão as doenças crônicas gerando sobrecarga para os sistemas de saúde.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Cláudia Maria da Silva Vieira, Universidade Estadual do Ceará

    Doutoranda em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual do Ceará, Brasil; professor do Instituto Federal do Maranhão, Brasil.

  • Alisson Salatiek Ferreira de Freitas, Universidade Estadual do Ceará

    Doutorando em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual do Ceará, Brasil.

  • Antonio Rodrigues Ferreira Junior, Universidade Estadual do Ceará

    Doutor em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil; estágio pós-doutoral pela Universidade de Fortaleza, Ceará, Brasil; professor na Universidade Estadual do Ceará, Brasil.

  • Larissa Fortunato Araújo, Universidade Federal do Ceará

    Doutora em Saúde Pública pela Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil; estágio pós-doutoral pela Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil; professora na Universidade Federal do Ceará, Brasil.

  • Soraia Pinheiro Machado, Universidade Estadual do Ceará

    Doutora em Saúde Pública pela Universidade Federal do Maranhão, Brasil; estágio pós-doutoral pela Universidade Federal do Ceará, Brasil; professora na Universidade Estadual do Ceará, Brasil.

Referências

AGUIAR, Jaina Bezerra et al. Espaços públicos de lazer de uma capital brasileira: avaliação da qualidade e uso para a prática de atividade física. Licere, Belo Horizonte, v. 22, n. 4, 2019.

ALJABRI, D. Associations between obesity, physical inactivity, healthcare capacity, and the built environment: geographic information system analysis. Journal of Multidisciplinary Healthcare, v. 15:689–704, 2022.

ALMEIDA, L. F. F. et al. Neighborhood greenspace and cardiometabolic risk factors: Cross-sectional and longitudinal analysis in ELSA-Brasil participants. Health & Place, v. 72:102699, 2021.

ANDERSON, E.; DURSTINE, J. L. Physical activity, exercise, and chronic diseases: a brief review. Sports Medicine and Health Science, v. 1:3-10, 2019.

ANDRADE, A. C. et al. Neighborhood-based physical activity differences: evaluation of the effect of health promotion program. PLOS ONE, v. 5, 2018.

ARAUJO, E. C.; LOBO, M. S. C.; MEDICI, A. C. Eficiência e sustentabilidade do gasto público em saúde no Brasil. J Bras Econ Saúde, v. 14(Suppl.1):86-95, 2022.

BARROSO, Weimar Kunz Sebba et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq. Bras. Cardiol, v. 116, n. 3: 516-658, 2021.

BERGMANN, G. G. et al. The use of outdoor gyms is associated with women and low-income people: a cross-sectional study. Public Health, v. 190:16e22, 2021.

BOAKYE, Kwadwo et al. Urbanization and physical activity in the global prospective urban and rural epidemiology study. Scientific Reports, v. 13:290, 2023.

BOJORQUEZ, Ietza et al. Public spaces and physical activity in adults: insights from a mixed-methods study. Cad. Saúde Pública, v. 37, n. 1:e00028720, 2021.

BULL, F.C. et al. World Health Organization 2020 guidelines on physical activity and sedentary behaviour. Br J Sports Med, v. 54:1451–1462, 2020.

BRASIL, Ministério da Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. 3ª edição, Brasília-DF, 2010. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacionalpromocao_saude_3ed.pdf. Acesso em 26 de janeiro de 2024.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2021(Brasília), 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigitel/vigitel-brasil-2021-estimativas-sobre-frequencia-e-distribuicao-sociodemografica-de-fatores-de-risco-e-protecao-para-doencas-cronicas. Acesso em 26 de janeiro de 2024.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2023 (Brasília-DF), 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigitel/vigitel-brasil-2023-vigilancia-de-fatores-de-risco-e-protecao-para-doencas-cronicas-por-inquerito-telefonico. Acesso em 26 de janeiro de 2024.

COHEN, Deborah et al. Neighborhood poverty, park use, and park-based physical activity in a Southern California City. Soc Sci Med., v. 75, n. 12: 2317-2325, 2012.

CHRISTIE, C. D. et al. Associations between the built environment and physical activity among adults with low socio-economic status in Canada: a systematic review. Canadian Journal of Public Health, v. 112:152–165, 2021.

DEVARAJAN, R.; PRABHAKARAN, D.; GOENKA, S. Built environment for physical activity-an urban barometer, surveillance, and monitoring. Obesity reviews, v. 21:e12938, 2020.

DÍAZ-MARTÍNEZ. X. et al. No cumplir con las recomendaciones de actividad física se asocia a mayores niveles de obesidad, diabetes, hipertensión y síndrome metabólico en población chilena. Rev Med Chile, v. 146: 585-595, 2018.

DONG, J.; LIU, W. Association of physical activity level, income and environmental factors among Chinese adults. Frontiers in Public Health, v. 10:946756, 2022.

DOPP, Erik Vinicius de Orlando et al. Public spaces leisure in Rio Claro - SP (Brazil): quality, distribution, and social vulnerability. Motriz, Rio Claro, v. 27: e1021022320, 2021.

FERNANDES, M. C.; FERREIRA NETO, J. L. Práticas corporais/atividades físicas no Programa Academia da Cidade: cuidados em saúde e discursos de usuários. Interface (Botucatu), v. 25: e200809, 2021.

FERRARI, Gerson et al. Perceived urban environment attributes and obesity indices in adults: an 8‑Nation study from Latin America. Scientific Reports, v. 12:19598, 2022.

FONTÁN-VELA, Mario et al. Active use and perceptions of parks as urban assets for physical activity: a mixed-methods study. Health & Place, v. 71:102660, 2021.

GRANDES, Gonzalo et al. Any increment in physical activity reduces mortality risk of physically inactive patients: prospective cohort study in primary care. British Journal of General Practice, January: e52-58, 2023.

GUTHOLD, R. et al. Worldwide trends in insufficient physical activity from 2001 to 2016: a pooled analysis of 358 population-based surveys with 1·9 million participants. Lancet Glob Health, v. 6:e1077–86, 2018.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Cidades e Estados. 2022. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/ce/fortaleza.html. Acesso em 12 de fevereiro de 2024.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Falta de tempo e de interesse são os principais motivos para não se praticar esportes no Brasil, 2017. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/15128-falta-de-tempo-e-de-interesse-sao-os-principais-motivos-para-nao-se-praticar-esportes-no-brasil. Acesso em 26 de janeiro de 2024.

KALLIO, Petri et al. Physical inactivity from youth to adulthood and adult cardiometabolic risk profile. Preventive Medicine, v. 145:106433, 2021.

MALTA, Deborah Carvalho et al. Política Nacional de Promoção da Saúde, descrição da implementação do eixo atividade física e práticas corporais, 2006 a 2014. Rev Bras Ativ Fis e Saúde - Pelotas/RS, v. 19, n. 3:286-299, 2014.

MANTA, Sofia Wolker et al. Public open spaces and physical activity: disparities of resources in Florianopolis. Rev Saúde Publica, v. 53:112, 2019.

MANTA, Sofia Wolker. Espaços públicos e estruturas para atividade física no lazer em Florianópolis: distribuição, qualidade e associação com a renda socioeconômica dos setores censitários. [Dissertação]. Florianópolis (SC): Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Santa Catarina; 2017.

MELLO, R. L.; LOPES, A. A. S.; FERMINO, R. C. Exposure to public open spaces and leisure-time physical activity: an analysis of adults in primary health care in Brazil. Int. J. Environ. Res. Public Health, v.19:8355, 2022.

MILLS, Katherine T.; STEFANESCU, Andrei.; HE, Jiang. The global epidemiology of hypertension. Nat Rev Nephrol, v. 16, n. 4: 223–237, 2020.

MONTEIRO, Luciana Zaranza et al. Physical activity and perceived environment among adults from a city in Southern Brazilian. Ciência & Saúde Coletiva, v. 27, n. 6:2197-2210, 2022.

MORAES, Roque; GALIAZZI, Maria do Carmo. Análise textual discursiva: processo reconstrutivo de múltiplas faces. Ciência & Educação, v. 12, n. 1:117-128, 2006.

MORAIS, Geiziane Laurindo et al. Nível de atividade física de adultos: associação com escolaridade, renda e distância dos espaços públicos abertos em Criciúma, Santa Catarina. Rev Bras Ciênc Esporte, v. 44: e010021, 2022.

PAPINI, C. B. et al. Práticas corporais/atividades físicas no Programa Academia da Cidade: cuidados em saúde e discursos de usuários. Ciência & Saúde Coletiva, v. 26, n. 11:5711-5726, 2021.

SALLIS, James F. et al. The role of built environments in physical activity, obesity, and CVD. Circulation, n. 125, n. 5, 2012.

SÁNCHEZ, G. F. L.; OLIVARES, J. M.; CANTERO, A. M. Association between physical activity and 32 chronic conditions among Spanish adults. Int. J. Environ. Res. Public Health, v. 19:13596, 2022.

SANTOS, A. C. et al. The cost of inaction on physical inactivity to public health-care systems: a population-attributable fraction analysis. Lancet Glob Health, v. 11: e32–39, 2023.

SILVA, Inácio Crochemore Mohnsam et al. Built environment and physical activity: domain- and activity-specific associations among Brazilian adolescents. BMC Public Health, v. 17:616, 2017.

UNITED NATIONS. World Cities Reports 2022. Envisaging the future of cities; 2022. Disponível em: https://unhabitat.org/wcr/. Acesso em 26 de janeiro de 2024.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. (WHO) guidelines on physical activity and sedentary behaviour. Geneva, 2020. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240015128. Acesso em 26 de janeiro de 2024.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global action plan on physical activity 2018-2030, 2018. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789241514187. Acesso em 26 de janeiro de 2024.

Downloads

Publicado

30-04-2024

Como Citar

VIEIRA, Cláudia Maria da Silva; FREITAS, Alisson Salatiek Ferreira de; FERREIRA JUNIOR, Antonio Rodrigues; ARAÚJO, Larissa Fortunato; MACHADO, Soraia Pinheiro. Entre versos e reversos: um olhar sobre o ambiente urbano e a atividade física como urgência social em saúde coletiva. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 23, n. 1, p. 187–207, 2024. DOI: 10.14393/REP-2024-72492. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/72492. Acesso em: 13 mar. 2025.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)