Avaliação do conhecimento de educadores sobre violência intra familiar

uma abordagem realizada em escolas municipais de ensino básico

Autores

  • Cléa Adas Saliba Garbin Universidade Estadual Paulista
  • Paula Caetano Araújo Universidade Federal de Uberlândia
  • Ana Laura Modesto de Albuquerque Donine Universidade Estadual Paulista
  • Artênio José Ísper Garbin Universidade Estadual Paulista

DOI:

https://doi.org/10.14393/rep_v16n22017_art05

Palavras-chave:

Violência Doméstica, Educação Infantil, Docentes, Pré-Escolar

Resumo

A violência infantil é considerada uma das causas mais importantes para a morbimortalidade na infância. Este problema deve ser identificado por qualquer profissional que esteja em contato direto com a criança no seu cotidiano, em especial professores de educação infantil. Este estudo transversal objetivou verificar o conhecimento de professores de Escolas Municipais de Ensino Básico (EMEBS) do município de Araçatuba, São Paulo, sobre violência intrafamiliar contra crianças. O instrumento de análise utilizado foi um questionário semiestruturado e, previamente, testado. O universo amostral deste estudo foi composto por 84 professores, pertencentes a 10 EMEBS. Os resultados foram analisados no programa Excel e mostraram que a maioria dos participantes definiu violência contra criança como violência física e psicológica (52,4%). Ao serem questionados quanto ao preparo para identificar abusos, 67,9% disseram ter obtido informações a respeito de violência contra a criança durante sua formação acadêmica, todavia apenas 19% dos participantes se sentiam totalmente capazes de identificar abusos em menores. 20,2% da amostra mencionaram ainda não se sentir responsável por esse tipo de notificação. Logo, o conhecimento das equipes pedagógicas do ensino infantil sobre violência contra criança ainda é bastante deficitário. São sugeridas medidas que estimulem a busca pelo conhecimento e atualização destes profissionais.

Downloads

Biografia do Autor

  • Cléa Adas Saliba Garbin, Universidade Estadual Paulista

    Doutora em Odontologia Legal e Deontologia pela Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil; professora titular da Universidade Estadual Paulista

  • Paula Caetano Araújo, Universidade Federal de Uberlândia

    Pós-doutoranda em Odontologia Preventiva e Social na Universidade Estadual Paulista

  • Ana Laura Modesto de Albuquerque Donine, Universidade Estadual Paulista

    Graduanda em Odontologia na Universidade Estadual Paulista

  • Artênio José Ísper Garbin, Universidade Estadual Paulista

    Doutor em Ortodontia pela Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil; professor adjunto da Universidade Estadual Paulista.

Referências

ADORNO, S. A violência na sociedade brasileira: juventude e delinquência como problemas sociais. Revista Brasileira Adolescência e Conflitualidade, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 1-11, 2010.

AGUIAR, R. M. R.; ALMEIDA, S. F. C. Violência na escola: reflexões acerca da (re)construção dos laços de autoridade no cotidiano escolar. 2010. Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000032010000100068&lng=en&nrm=iso> . Acesso em: 18 jul. 2016.

ANDO, D.; FELDMANN, M. G. A violência doméstica contra crianças e a formação de professores: um elo a ser estreitado. Brazilian Geographical Journal, Ituiutaba, v. 4, n. esp., p. 327-337, 2013.

ASSIS, S. G. Quando crescer é um desafio social: estudo sócio-epidemiológico sobre violência em escolares de Duque de Caxias, RJ. 1991. 179 f. Dissertação (Mestrado) – Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 1991.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. 3. ed. Lisboa: Editora 70, 2004. 225 p.

BARROS, A. S.; FREITAS, M. F. Q. Violência doméstica contra crianças e adolescentes: consequências e estratégias de prevenção com pais agressores. Pensando Famílias, Porto Alegre, v. 19, n. 2, p. 102-114, 2015.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8069, de 13 de julho de 1990. São Paulo: Forja, 1991.

______. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html>. Acesso em: 12 ago. 2016.

______. Ministério da Saúde. Portaria MS/GM n. 1.968, de 25 de outubro de 2001. Dispõe sobre a notificação, às autoridades competentes, de casos de suspeita ou de confirmação de maus-tratos contra crianças e adolescentes atendidos nas entidades do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 out. 2001, Seção 1, p. 86.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Notificação de maus-tratos contra crianças e adolescentes. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

______. Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Balanço semestral do disque direitos humanos: disque 100. 2015. Disponível em: . Acesso em: 12 ago. 2016.

BRASIL, K. C. T. R. et al. Adolescência, violência e objetos culturais: uma intervenção entre o educativo e o terapêutico no espaço escolar. Estilos da Clínica, São Paulo, v. 20, n. 2, p. 205-225, 2015. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v20i2p205-225.

CAVALCANTI, A. L. Abuso infantil: protocolo de atendimento odontológico. Revista Brasileira de Odontologia, Rio de Janeiro, v. 58, n. 6, p. 378-380, 2001.

DOSSI, A. P. et al. Perfil epidemiológico da violência física intrafamiliar: agressões denunciadas em um município do estado de São Paulo, Brasil, entre 2001 e 2005. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 8, p. 1939-1952, 2008. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2008000800022.

FUNDAÇÃO ABRINQ. O Fim da omissão: a implantação de polos de prevenção à violência doméstica. São Paulo: Fundação Abrinq, 2004.

GARBIN, C. A. S. et al. Formação e atitude dos professores de educação infantil sobre violência familiar contra criança. Educar em Revista, Curitiba, v. 2, n. esp., p. 207-216, 2010.

GRANVILLE-GARCIA, A. F. et al. Conhecimentos e percepção de professores sobre maus- tratos em crianças e adolescentes. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 18, n. 1, p. 131-140, 2009. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-12902009000100013.

HYPOLITO, A. L. M. Trabalho docente, classe social e relações de gênero. Campinas: Papirus, 1997.

KIM-COHEN, J. et al. The caregiving environments provided to children by depressed mothers with or without an antisocial history. American Journal of Psychiatry, Arlington, v. 163, n. 6, p. 1909-1918, 2006. doi: https://doi.org/10.1176/ajp.2006.163.6.1009.

KRUG, E. G. et al. (Eds.). Informe mundial sobre la violencia y la salud. Washington: Organización Panamericana de la Salud, 2003.

MELLO JORGE, M. H. O papel da escola na prevenção de acidentes e violência na infância e na adolescência. Revista Brasileira Saúde do Escolar, Campinas, v. 3, n. 1, p. 159-167, 1994.

MOREIRA, A. F. et al. O currículo como política cultural e a formação docente. In: ______. Territórios contestados: o currículo e os novos mapas políticos e culturais. Petrópolis: Vozes, 1995. p. 7-20.

MURARO, H. M. S. (Org.) Protocolo da rede de proteção à criança e ao adolescente em situação de risco para a violência. 3. ed. Curitiba: Secretaria Municipal da Saúde, 2008.

NOGUCHI, M. S.; ASSIS, S. G.; SANTOS, N. C. Entre quatro paredes: atendimento fonoaudiólogo a crianças e adolescentes vítimas de violência. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 9, n. 4, p. 963-973, 2004.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Relatório mundial sobre violência e saúde. Genebra: OMS, 2002.

PEREIRA, G. A. et al. Indicadores para o reconhecimento de abuso infantil: orientação aos profissionais de saúde. Revista do Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 7, n. 1, p. 43-46, 2001.

PEREIRA, A. B. M. A psicologia clínica na formação de professores/as para o enfrentamento à violência intrafamiliar contra crianças. 2015. 205 f. Tese (Doutorado) – Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

SANTOS, L. E. S.; FERRIANI, M. G. C. A violência familiar no mundo da criança de creche e pré-escola. Revista Brasileira de Enfermagem, São Paulo, v. 60, n. 5, p. 524-529, 2007. doi: https://doi.org/10.1590/S0034-71672007000500008.

SANTOS, J. S.; YAKUWA, M. S. A Estratégia Saúde da Família frente à violência contra crianças: revisão integrativa. Revista da Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras, São Paulo, v. 15, n. 1, p. 38-43, 2015.

SEI, M. B. Desenvolvimento emocional e os maus-tratos infantis: uma perspectiva winnicottiana. 2004. 109 f. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.

SUDBRACK, M. F. O.; CONCEIÇÃO, M. I. G. Jovens e violência: vítimas e/ou algozes. In: COSTA, L. F.; ALMEIDA, T. M. C. (Orgs.) Violência no cotidiano: do risco à proteção. Brasília: Líber Livros Universa, 2005. p. 185-198.

VAGOSTELLO, L. et al., Violência doméstica e escola: um estudo em escolas públicas de São Paulo. Paidéia, Ribeirão Preto, v. 13, n. 26, p. 191-196, 2003. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-863X2003000300008.

WAISELFISZ, J. J. Mapa da violência 2012: crianças e adolescentes do Brasil. Rio de Janeiro: Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos, 2012. 83 p.

YIN, R. K. Case study research: design and methods. 4. ed. Los Angeles: SAGE, 2009. 219 p.

Downloads

Publicado

21-11-2017

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

GARBIN, Cléa Adas Saliba; ARAÚJO, Paula Caetano; DONINE, Ana Laura Modesto de Albuquerque; GARBIN, Artênio José Ísper. Avaliação do conhecimento de educadores sobre violência intra familiar: uma abordagem realizada em escolas municipais de ensino básico. Revista de Educação Popular, Uberlândia, v. 16, n. 2, p. 70–81, 2017. DOI: 10.14393/rep_v16n22017_art05. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/35532. Acesso em: 18 maio. 2025.