Educação Popular (EP) e agroecologia
reflexões sobre o uso de metodologias participativas na construção do conhecimento agroecológico no Campo das Vertentes/MG
DOI:
https://doi.org/10.14393/REP-2025-74191Palavras-chave:
Pesquisa participativa, Transição agroecológica, Educação do Campo, Educação Popular, Extensão universitáriaResumo
Este artigo aborda práticas de Educação Popular para a construção do conhecimento agroecológico, a partir de um projeto de extensão e pesquisa desenvolvido no Campo das Vertentes/MG. O projeto atua junto à Rede Trem Natural e à Associação de Agricultores Familiares Agroecológicos de São João del-Rei. Este texto analisa as atividades de extensão a partir do referencial teórico e metodológico da pesquisa participante, das ideias de Paulo Freire e da agroecologia e da Educação do Campo. Ele objetiva destacar a potencialidade da extensão e da pesquisa participante como mediadoras de processos formativos para a construção do conhecimento agroecológico. As fontes foram atividades realizadas pelo projeto, registradas em diário de campo pela equipe e, posteriormente, sistematizadas para as análises. Em todas as atividades estão presentes as seguintes metodologias: as místicas, os espaços de escuta ativa, a formação dialogada e com vivência prática, o compartilhamento de saberes e as projeções de futuro, isto é, um momento de encaminhamento de demandas para alimentar o circuito de ações do projeto. Nas atividades, identificamos o movimento praxiológico da Educação Popular no campo. Concluímos que, por meio das metodologias participativas, é possível construir conhecimento agroecológico que fortalece os movimentos e, consequentemente, a transformação social nos territórios.
Downloads
Referências
BOGO, A. Mística. In: CALDART, R. S. et al. (org.). Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, São Paulo: Expressão Popular, 2012. p. 475-479.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo. Guia prático de organizações de controle social (OCS). Brasília: Mapa/AECS, 2020. Disponível em: https://ipam.org.br/wp-content/uploads/2020/07/Guia-OCS_Final.pdf. Acesso em: 24 jun. 2024.
CALDART, R. S. Concepção de Educação do Campo: um guia de estudo. In: MOLINA, M. C.; MARTINS, M. F. A. (org.). Formação de formadores: reflexões sobre as experiências da Licenciatura em Educação do Campo no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2019. p. 55-76.
CALDART, R. S. Educação do Campo e agroecologia. In: DIAS, A. P. et al. Dicionário de agroecologia e educação. São Paulo: Expressão Popular, Rio de Janeiro: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, 2021. p. 355-361.
CHAVEZ-TAFUR, J. Aprender com a prática: uma metodologia para sistematização de experiências. Brasil: AS-PTA, 2007.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 60. ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2016.
LARA, L. M. O. Transição agroecológica na Rede Trem Natural – MG: conhecimentos, processos e práticas. 2021. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2021. Disponível em: https://locus.ufv.br/items/8c9d6d60-56d2-470a-9c17-6fbe165af2fd. Acesso em: 24 jan. 2024.
LARANJEIRA, N. P. F. et al. Para uma ecologia de saberes: trajetória da construção do conhecimento agroecológico na Associação Brasileira de Agroecologia. Revista Brasileira de Agroecologia, Rio de Janeiro, v. 14. n. 2, p. 65-79, 2019. DOI 10.33240/rba.v14i2.22959. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/rbagroecologia/article/view/50121. Acesso em: 24 jun. 2024.
LUKÁCS, G. As bases ontológicas do pensamento e da atividade do homem. In: LUKÁCS, G. (org.). Temas de Ciências Humanas. São Paulo: Ciências Humanas, 1978.
LUKÁCS, G. Ontologia do ser social: os princípios ontológicos fundamentais de Marx. São Paulo: Ciências Humanas, 1979.
MELO, P. G. V. A economia solidária, o desenvolvimento local sustentável e as redes locais de prosumidores: o papel das redes locais de prosumidores no desenvolvimento local sustentável. 2015. Dissertação (Mestrado em Economia Social e Solidária) – Departamento de Economia Política, Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, 2015. Disponível em: https://repositorio.iscte-iul.pt/handle/10071/12631. Acesso em: 24 jan. 2024.
OLIVEIRA, D. et al. A produção de novidades: como os agricultores fazem para fazer diferente? In: SCHNEIDER, S.; GAZOLLA, M. (org.). Os atores do desenvolvimento rural: perspectivas teóricas e práticas sociais. Porto Alegre: UFRGS, 2011. p. 91-113.
OLIVEIRA, D.; SCHNEIDER, S.; MARQUES, F. C. Contextualização e práticas criativas na agricultura ecológica de Ipê e Antônio Prado/RS: o biofertilizante Super Magro como objeto epistêmico. Desenvolvimento e Meio Ambiente, Curitiba, v. 41, p. 83-104, ago. 2017. DOI 10.5380/dma.v41i0.50236. Disponível em: https://www.bibliotecadigital.ufrgs.br/handle/10183/256581. Acesso em: 24 jan. 2024.
PADULA, J. et al. Os caminhos da agroecologia no Brasil. In: GOMES, J. C. C.; ASSIS, W. S. (org.). Agroecologia: princípios e reflexões conceituais. Brasília: Embrapa, 2013. p. 37-72.
PALUDO, C. Educação popular como resistência e emancipação humana. Cadernos CEDES, Campinas, v. 35, n. 96, p. 219-238, maio/ago. 2015. DOI 10.1590/CC0101-32622015723770. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ccedes/a/CK6NyrM6BhKXbMmhjrmB3jP/. Acesso em: 24 jun. 2024.
PETERSEN, P.; DIAS, A. Construção do conhecimento agroecológico: novos papéis, novas identidades. [S. l.]: Articulação Nacional de Agroecologia, 2007.
PLOEG, J. D. V. D. Camponeses e impérios alimentares: lutas por autonomia e sustentabilidade na era da globalização. Porto Alegre: UFRGS, 2008.
SCHMITT, C. J. Transição agroecológica e desenvolvimento rural: um olhar a partir da experiência brasileira. In: SAUER, S.; BALESTRO, M. V. (org.). Agroecologia e os desafios da transição ecológica. São Paulo: Expressão Popular, 2010. p. 177-204.
SILVA, M. S. Da raiz à flor: produção pedagógica dos movimentos sociais e a escola do campo. In: MOLINA, M. C. (org.). Educação do campo e pesquisa: questões para reflexão. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2006. p. 60-93.
SOGLIO, F. K. D. Princípios e aplicações da pesquisa participativa em agroecologia. Redes, Santa Cruz do Sul, v. 22, n. 2, p. 116-136, maio/ago. 2017. DOI 10.17058/redes.v22i2.9361. Disponível em: https://online.unisc.br/seer/index.php/redes/article/view/9361. Acesso em: 24jun 2024.
TARDIN, J. M.; TRAVASSOS, R. Educação popular em agroecologia. In: DIAS, A. P. et al. Dicionário de agroecologia e educação. São Paulo: Expressão Popular, Rio de Janeiro: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, 2021. p. 375-383.
VERDEJO, M. E. Diagnóstico rural participativo: guia prático DRP. Brasília: MDA/Secretaria da Agricultura Familiar, 2006.
WEZEL, A. et al. Agroecology as a science, a movement and a practice. A review. Agronomy for Sustainable Development, Lincoln, v. 29, p. 503-515, 2009. DOI 10.1051/agro/2009004. Disponível em: https://digitalcommons.unl.edu/agronomyfacpub/927/. Acesso em: 24 jun. 2024.
ZANELLI, F. V.; SILVA, L. H. Intercâmbios agroecológicos: processos e práticas de construção da agroecologia e da educação do campo na zona da mata mineira. Perspectiva, Florianópolis, v. 35. n. 2. p. 638-657, abr./jun. 2017. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/2175-795X.2017v35n2p638. Acesso em: 24 jun. 2024.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Aline Aparecida Angelo, Lívia Mara de Oliveira Lara

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam em manter os direitos autorais e conceder à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.


