“No dia em que eu nasci”
trajetória de vida de Santino Cirandeiro como método de educação popular
DOI:
https://doi.org/10.14393/REP-2025-73518Palavras-chave:
Educação Popular, Cultura Popular, Ciranda, Pesquisa etnográfica, MemóriaResumo
O princípio de ensinar a partir da arte e do conhecimento popular é garantido pela Constituição de 1988 no artigo 206, inciso II, e na LDB, no artigo 3º, inciso II. Com a inclusão desses dispositivos na legislação, houve uma valorização da experiência extraescolar e foram ampliadas as possibilidades de leitura da realidade que poderiam contribuir na formação do ensino público. Assim, com base na ideia de escrevivência, de Conceição Evaristo, unida à base educativa de Roberto da Silva que enfatiza a trajetória de vida, enuncia-se a Ciranda como um gênero literário musical que emana representações históricas e sociais a partir da corporeidade, presente nas manifestações da cultura popular sertaneja e nordestina. Deste modo, pretende-se dissertar a respeito do legado cultural e educativo das Cirandas de Santino Cirandeiro, a fim de resgatar, legitimar e preservar a identidade e sua autoria com pretensa valorização da música popular pernambucana, como princípio da educação popular e de outras possíveis formas de relação com o conhecimento e aprendizagem na educação escolar. “No dia em que eu nasci” refere-se a um dos álbuns de Santino Cirandeiro que será a base documental dessa análise, junto aos seus manuscritos e fonogramas.
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